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Sedativos impactam no consumo energético de pacientes em UTI?

Sedativos e ingestão energética

Sedativos impactam no consumo energético de pacientes em UTI?

Pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) são pacientes graves, que apresentam necessidade de acompanhamento contínuo. Nesse cenário a terapia nutricional é uma grande aliada na manutenção e recuperações do estado nutricional desses pacientes, tendo em vista que a estimativa da prevalência de desnutrição nesses indivíduos é de, ao menos, 35%.

A terapia nutricional desses pacientes é cercada de desafios: estes pacientes são, normalmente, hipermetabólicos e hipercatabólicos, estão na maioria das vezes inconscientes, o que compromete a ingestão alimentar e aumenta a necessidade de terapia de nutrição enteral e parenteral, e ainda estão susceptíveis aos efeitos dos medicamentos utilizados, como os sedativos.

Os sedativos são medicamentos comumente utilizados em UTI, principalmente me pacientes em ventilação mecânica (VM), com o objetivo de aliviar o desconforto associado à ela, prevenir assincronia paciente-ventilador, permitir ventilação efetiva, prevenir extubação traqueal inadvertida e deslocamento de vias venosas, além de satisfazer as necessidades ansiolíticas, hipnóticas e amnésticas destes pacientes. Existem diversos medicamentos que são utilizados nesses casos e alguns desses sedativos podem impactar a ingestão enérgica do paciente, como o caso do Propofol.

O Propofol é um medicamento sedativo intravenoso, recomendado e comumente utilizado em pacientes com uso de VM, tendo como vantagem sobre outros medicamentos da classe, a sua meia-vida, permitindo um despertar diário do paciente e a indução da respiração espontânea. Porém, o seu uso prologando e com altas doses pode trazer alterações no manejo nutricional, já que a sua formulação é por emulsão lipídica de 10% com óleo de soja. Devido a essa emulsão, a sua infusão contém 1,1kcal/mL, podendo resultar em superalimentação calórica hipertrigliceridemia e ingestão inadequada de proteínas.

Sabendo-se disso, uma das alternativas recomendada é incluir no cálculo de ingestão alimentar diária a infusão deste medicamento. Entretanto a discussão da equipe de multiprofissionais é de suma importância para a adequação da conduta para cada paciente.

 

Referência

MINICUCCI, M.F.; AZEVEDO, P.S.; DUARTE, D.R.; SORIANO, E.A.; ZORNOFF, L.A.M.; CAMPANA, A.O.; PAIVA, S.A.R. Terapia Nutricional no Paciente Crítico – O papel dos macronutrientes. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 31, n. 1, p. 97-109, abr. 2006.

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