Estudo sueco avaliou a adesão à suplementação, a ingestão de micronutrientes e a concentração plasmática de vitaminas e minerais em adolescentes durante 5 anos após a realização de cirurgia bariátrica (BGYR). Após realização do procedimento, foi prescrita suplementação oral de cálcio, vitamina D, vitamina B12, ácido fólico, e ferro (para as mulheres). O grupo controle era formado por adolescentes que não realizaram a cirurgia e tampouco suplementação de micronutrientes. Foram coletados dados antropométricos, bioquímicos, ingestão alimentar e prescrição de suplementação.
A idade média dos adolescentes que realizaram BGYR (n=85) foi 16,5 anos e IMC médio de 45,5 kg/m². Fizeram parte do grupo controle 62 adolescentes com características semelhantes ao grupo BGYR. A adesão à suplementação foi estável durante todo o período de estudo, sendo esta 56% para cálcio e vitamina D, 57% para vitamina B12, 55% para ácido fólico e 46% para ferro (mulheres); não houve diferença entre sexo. A ingestão de micronutrientes (suplemento + dieta) aumentou no decorrer dos 5 anos de estudo, sendo superior ao grupo controle, exceto pelo cálcio. A ingestão de micronutrientes foi maior nos adolescentes que apresentaram maior adesão à suplementação. Os níveis de vitamina B12, ferritina e hemoglobina sanguíneos reduziram entre o começo do estudo até os 5 anos de acompanhamento entre os adolescentes que não aderiram a suplementação após a cirurgia.
Após 5 anos do procedimento, os adolescentes que não aderiram a suplementação tiveram níveis sanguíneos menores de vitamina D, B12, ferritina e hemoglobina (mulheres) em comparação aos que aderiram a suplementação e níveis inferiores de vitamina D, B12 e ferritina (mulheres) quando comparados aos controles. Os níveis de paratormônio foram mais altos em adolescentes que realizaram cirurgia em comparação aos controles, independente da adesão a suplementação. A maioria das adolescentes do sexo feminino que não aderiram à suplementação de ferro e apresentaram baixos níveis de ferritina. A prevalência de anemia aumentou em 5 anos em mulheres submetidas a RYGB e foi maior do que nas mulheres do grupo controle.
Os autores concluiram que a concentração de micronutrientes foi maior e melhor mantida nos participantes que aderiram à suplementação. Os homens não receberam suplementação de ferro e seus níveis de ferritina diminuíram e se aproximaram dos níveis das participantes do sexo feminino. Os resultados do estudo dão suporte a: 1) necessidade de seguir as recomendações atuais para suplementação de micronutrientes, incluindo vitamina D e ferro, após cirurgias com BGYR e 2) necessidade de investigação adicional para determinar a suplementação ideal para adolescentes 3) impotância do cuidado nutricional individualizado pelo nutricionista
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