Revisão de literatura abordou as vantagens e desvantagens de métodos para avaliação de composição corporal de pacientes a beira do leito, contemplando ultrassonografia, impedância bioelétrica, tomografia computadorizada e DXA.
ULTRASSONOGRAFIA (US):
- Vantagens: o fato de ser portátil, baixo custo, não invasiva, confiabilidade satisfatória, seguro para repetidas mensurações, avalia alterações musculares longitudinais;
- Desvantagens: a ausência de pontos de corte para diagnósticos, escassez de protocolos clínicos e concordância em sua utilização e utilização limitada em situações com edema excessivo.
IMPEDÂNCIA BIOELÉTRICA (BIA):
- Vantagens: portabilidade, baixo custo, rapidez, método não invasivo, simples e reprodutível, e seguro para repetidas mensurações;
- Desvantagens: o fato de ser um método indireto, ser limitado pelo estado de hidratação, e a necessidade de equação específica para cada população.
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (TC):
- Vantagens: presença de valores validados para pontos de corte, alta acurácia quantitativa e qualitativa, imagem de alta resolução, capacidade de determinar a qualidade tissular, e alta precisão;
- Desvantagens: não portabilidade, alto custo, alta exposição radioativa, requer destreza técnica para análise da imagem, e examinação conveniente.
ABSORMETRIA DE DUPLO RAIO-X (DXA):
- Vantagens: habilidade na diferenciação entre gordura, massa magra e esquelética, rápida e não invasiva, baixa exposição a radiação, possibilidade de obtenção de mensurações locais, segura para repetidas medidas e alta precisão e acurácia;
- Desvantagens: não portabilidade, alto custo, variação de procedimentos para calibração do instrumento, de hardwares e de versões de softwares entre fornecedores, espessura do corpo e estado de hidratação podem influenciar as medidas, contraindicado na gestação, inabilidade de discriminação dos diferentes tipos de gorduras (visceral, subcutânea e intramuscular) e capacidade técnica específica e experiência do operador.
Concluiu-se que os métodos descritos podem ser muito uteis, contribuindo para o conhecimento e monitorização do estado nutricional dos pacientes, bem como para intervenções nutricionais adequadas. A utilização do US para avaliação da composição corporal é respaldada por sua facilidade e baixo custo. A TC traz conhecimento adicional para o campo da oncologia e sarcopenia. A BIA pode ser utilizada como prognostico e para avaliação da composição corporal. Já o DXA é de grande valor para o estudo da sarcopenia.
Resumo das discussões realizadas:
Características |
US |
BIA |
TC |
DXA |
População |
Amplo espectro |
Amplo espectro |
CA, cirurgia abdominal, pacientes com exame prévio |
Não intubados |
Contraindicação |
Não |
Gestante |
Não utilizado exclusivamente para avaliação da composição corporal devido exposição a radiação |
Intubação |
Baixo custo |
+++ |
+++ |
+ |
+ |
Segurança |
+++ |
+++ |
++ |
++ |
Replicabilidade |
++ |
++ |
+++ |
++ |
Acurácia |
++ |
++ |
+++ |
+++ |
Nutricionista. Especialista em Nutrição Enteral e Parenteral pela BRASPEN. Especialização em Fitoterapia pela Ganep. Especialização em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo. Coordenadora de projetos e inovação do Ganep Educação e Nutritotal