O que há de novo na avaliação nutricional do Idoso?

Postado em 2 de outubro de 2017 | Autor: Natália C. Lopes

No dia 01 de outubro comemora-se o dia do idoso. A população de pessoas com mais de 60 anos cresce a cada dia, no Brasil e no mundo, por esse motivo,profissionais de saúde devem buscar conhecer as características dessa população, bem como a melhor forma de avaliar e cuidar de suas principais alterações clínicas.

Já sabemos que, em termos de composição corporal, o idoso apresenta um aumento de gordura corporal e perda de massa muscular, condição agravada pela presença de doenças crônicas. Essa perda de massa muscular quando associada à perda da força é chamada de sarcopenia, tema de destaque em congresso nacionais e internacionais, e que pode afetar a qualidade de vida e comprometer ainda mais a condição clínica do idoso, devendo então ser avaliada e diagnosticada o quanto antes.

O diagnóstico de sarcopenia é realização através da avaliação de massa,força e função muscular. A massa muscular é avaliada através do Índice de Massa Muscular Apendicular (IMMA) ou através da circunferência da panturrilha. Aforça muscular é avaliada através da medida de força do aperto de mão (FAM), com utilização do dinamômetro, e a função muscular é avaliada através de testes de desempenho, como o teste de velocidade de marcha.

Há diversos consensos internacionais que apresentam pontos de corte para tais parâmetros, mas o mais conhecido é o consenso europeu (The EuropeanWorking Group on Sarcopenia in Older People – EWGSOP), cujos pontos de cortesão apresentados abaixo.

Massa muscular (IMMA)

FAM

Velocidade de marcha

H > 7,26 kg/m²

M > 5,25 kg/m²

H < 30 kg

M < 20 kg

≤ 0,8m/s

 

 

Devido à dificuldade de acesso aos exames necessários para o diagnóstico de sarcopenia, muitos pesquisadores vêm trabalhando em ferramentas que possam fazer  uma triagem dessa condição. O questionário Sarc-f, por exemplo, é uma ferramenta que vem sendo testada mundialmente,contem cinco questões que avaliam força, desempenho e risco de queda, já foi traduzida e pode ser aplicada na nossa população.

É importante que o profissional, além da avaliação tradicional,considere essas outras opções de avaliação do idoso, para que possa traçar uma conduta mais global, que tenha impacto não só na saúde, mas também na qualidade de vida destes pacientes.

 

Referências:

BARBOSA-SILVA, T.G. et al. Prevalence of
sarcopenia among community-dwelling elderly of a médium-sized South American
city: results of the COMO VAI? Study. Journal of Cachexia, Sarcopenia and
Muscle, 2015.

BEAUDART, C. et al. Health Outcomes of Sarcopenia: A Systematic Review
and Meta-Analysis. PLOS One, 2017.

CRUZ-JENTOF, A.J. et al. Sarcopenia: European consensus on definition
and diagnosis. Age and Ageing, v.39, p.412-423, 2010.

LAVIANO, A.; GORI, C.; RIANDA, S. Sarcopenia and Nutrition. Advances in Food and Nutrition Research, v.71, cp.3,
2014. 2014.

 

Cadastre-se e receba nossa newsletter