A compulsão alimentar é um tipo de transtorno alimentar em que se come grandes quantidades, sem controle e com frequência por razões como estresse, ansiedade, depressão, raiva, culpa ou medo. Esse distúrbio pode ser a causa por trás de obesidade e até diabetes tipo 2, colesterol elevado e hipertensão.
A compulsão atinge majoritariamente mulheres e geralmente inicia-se na adolescência. É preciso entender que o comer envolve mais do que a ingestão de nutrientes, a comida traz emoções e pode ser a razão de muito sofrimento para algumas pessoas, por isso, a compulsão alimentar precisa ser diagnosticada e tratada adequadamente.
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Como é feito o diagnóstico de compulsão alimentar?
A compulsão alimentar recebe entre os profissionais da saúde o nome de “Transtorno de Compulsão Alimentar Periódico”, também chamado pela sigla TCAP. O diagnóstico segue a correlação de práticas e vivências da pessoa com os critérios definidos pela Associação Americana de Psiquiatria.
Os 9 critérios para identificar a compulsão alimentar
Os episódios de compulsão alimentar estão associados a pelo menos 3 dos seguintes itens:
- Comer rapidamente
- Comer até uma saciedade desconfortável
- Comer grandes quantidades de comida quando não está com fome física
- Comer sozinho por vergonha
- Sentir-se enojado, triste ou culpado depois de comer demais
- Angústia acentuada por causa da compulsão alimentar
- A compulsão alimentar ocorre pelo menos 1 dia por semana durante 3 meses
- A compulsão alimentar não é seguida de comportamentos compensatórios (como jejum ou excesso de exercício físico)
- A compulsão não ocorre no contexto de anorexia nervosa ou bulimia nervosa.
Como tratar a compulsão alimentar?
O tratamento para a compulsão alimentar envolve cuidado psicológico, acompanhamento médico e nutricional. O objetivo do tratamento multiprofissional é promover mudanças comportamentais para preparar o paciente para o enfrentamento de situações estressantes, com a intenção de reduzir os episódios de compulsão alimentar.
A prática de atividade física também é importante nessa situação, pois, pode melhorar a compulsão e doenças associadas, como depressão e ansiedade.
O primeiro passo para tratar a compulsão é observar a perda de controle em relação ao comer e buscar um psicólogo ou psiquiatra para o diagnóstico completo do distúrbio. Em seguida, é essencial engajar-se em um tratamento multiprofissional que promova mudanças significativas, um melhor relacionamento com a comida e mais saúde.
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*Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.
Referências
Anushua Bhattacharya, Levi DeFilipp, C. Alix Timko, Chapter 24 – Feeding and eating disorders, Editor(s): Rupert Lanzenberger, Georg S. Kranz, Ivanka Savic, Handbook of Clinical Neurology, Elsevier, Volume 175, 2020, Pages 387-403, ISSN 0072-9752, ISBN 9780444641236, https://doi.org/10.1016/B978-0-444-64123-6.00026-6.
Agüera, Z., Lozano-Madrid, M., Mallorquí-Bagué, N. et al. A review of binge eating disorder and obesity. Neuropsychiatr 35, 57–67 (2021). https://doi.org/10.1007/s40211-020-00346-w
Grilo, C.M., Juarascio, A. Binge-Eating Disorder Interventions: Review, Current Status, and Implications. Curr Obes Rep 12, 406–416 (2023). https://doi.org/10.1007/s13679-023-00517-0