Ícone do site Nutritotal PRO

Diretrizes de micronutrientes da ESPEN

Diretriz de micronutrientes da espen

Há pouco tempo atrás, a Sociedade Europeia de Nutrição Clínica e Metabolismo lançava as suas diretrizes de micronutrientes, abordando extensas recomendações para os diversos oligoelementos e vitaminas.

Mais recentemente, foi publicada uma versão resumida deste guideline, com foco em sintetizar as orientações de forma prática para os profissionais de saúde. A seguir, confira os principais pontos abordados pela ESPEN neste novo documento.

Foto: Shutterstock.com

Vitaminas e minerais: o que precisamos saber?

Há duas questões importantes quando falamos de micronutrientes:  as necessidades de saúde coletiva e as necessidades individuais.

No que tange a saúde coletiva, a ESPEN destaca que recomendações internacionais estão disponíveis sob a forma de RDA (Recommended Daily Allowance) ou, mais recentemente, como DRI (Dietary Reference Intakes), sendo mais frequentes as deficiências de iodo, ferro, vitamina A e zinco, que estão entre os fatores de risco para a saúde mais graves do mundo.

Considerando as necessidades individuais, ainda não há, de forma unânime, consensos com recomendações para pacientes com doenças agudas e crônicas.

Dessa forma, as diretrizes de micronutrientes da ESPEN têm por objetivo “fornecer orientações práticas para auxiliar os profissionais na avaliação do estado de micronutrientes em pacientes adultos e sobre como fornecer quantidades mínimas ou aumentadas de cada um dos minerais e vitaminas, abrangendo os campos de nutrição enteral e parenteral”.

Quais vitaminas e minerais são citados nas diretrizes de micronutrientes?

O extenso documento da ESPEN, elaborado a partir de evidências e consensos de especialistas, aborda os achados científicos acerca de 26 micronutrientes, a saber:

– Minerais: cromo, cobalto, cobre, fluoreto, iodo, ferro, manganês, molibdênio, selênio e zinco

– Vitaminas: tiamina (vitamina B1), riboflavina (vitamina B2), niacina (vitamina B3), ácido pantotênico (vitamina B5), piridoxina (vitamina B6), biotina (vitamina B7), folato e ácido fólico (vitamina B9), cobalamina (vitamina B12), vitamina A, vitamina C (ácido ascórbico), vitamina D (25-hidroxivitamina D), vitamina E (α-tocoferol), vitamina K (fitoquinona)

– Outros nutrientes: l-carnitina, colina, coenzima Q10

Status dos micronutrientes

No material, os autores apresentam as definições de termos usados em discussões sobre o status dos micronutrientes. São eles:

– Adequado: concentrações de sangue/plasma dentro do intervalo de referência local (internacional se nenhuma referência nacional estiver disponível), e ausência de quaisquer sinais ou sintomas clínicos relacionados a micronutrientes.

– Depleção ou esgotamento: presença de uma perda objetiva de um micronutriente em fluidos corporais, ou ingestão abaixo da recomendação padrão com concentrações de sangue/plasma abaixo da faixa de referência.

– Deficiência: evidência de perda objetiva de um micronutriente em fluidos corporais, ou ingestão abaixo da recomendação padrão

E/OU

Presença de sinais ou sintomas clínicos, compatível com deficiência de micronutrientes

OU

Concentrações no sangue/plasma abaixo da faixa de referência juntamente com efeitos metabólicos de inadequação

– Overdose: detecção (por monitorização das concentrações sanguíneas) de valores de referência superiores ao esperado, associados à administração ou ingestão (acidental ou intencional) de micronutrientes em quantidades superiores às recomendadas.

– Toxicidade: presença de sinais ou sintomas clínicos compatíveis com toxicidade. O histórico pode mostrar a ingestão de quantidades consideradas inseguras ou tóxicas. Diagnóstico normalmente é baseado nos níveis sanguíneos.

Doses padrão na terapia nutricional

Para manter os níveis normais de micronutrientes no paciente sob terapia nutricional, os especialistas recomendaram algumas doses padrão, seja na nutrição enteral ou na nutrição parenteral. São elas:

Vitaminas

Nutrição enteral Nutrição parenteral
Vitamina A  900 a 1500 µg RE/dia 800 a 11000 µg RE/dia
Vitamina B1 1,3 a 3 mg/dia ≥ 2.5 mg/dia
Vitamina B2 ≥ 1.2 mg/dia 3,6 a 5 mg/dia
Vitamina B3 18 a 40 mg/dia ≥ 40 mg/dia
Vitamina B5 ≥ 5 mg/dia ≥ 15 mg/dia
Vitamina B6 ≥ 1,5 mg/dia 4 a 6 mg/dia
Vitamina B7 ≥ 30 µg/dia 60 µg/dia
Vitamina B9 330 a 400 DFE/dia 400 a 600 µg/dia
Vitamina B12 ≥ 2.5 µg/dia ≥ 5 µg/dia
Vitamina C ≥ 100 mg/dia 100 a 200 mg/dia
Vitamina D ≥ 1000 UI/dia ≥ 200 UI/dia
Vitamina E (a-tocoferol) ≥ 15 mg/dia ≥ 9 mg/dia
Vitamina K ≥ 120 mg/dia ≥ 150 µg/dia

Minerais

Crômio ≥ 35 µg/dia 10 µg/dia
Cobalto A NE deve fornecer cobalto dentro da vitamina B12 A NP não precisa fornecer cobalto adicional, desde que a vitamina B12 seja administrada
Cobre 1 a 3 mg/dia 0.3 a 0.5 mg/dia
Flúor 3 mg/dia Não há recomendação 
Iodo ≥ 150 µg/dia 130 µg/dia
Ferro 18 a 30 mg/dia ≥ 1 mg/dia de ferro elementar, ou uma quantidade equivalente em intervalos periódicos por infusão separada
Manganês  2 a 3 mg/dia 55 µg/dia
Molibdênio 50 a 250 µg/dia 19 a 25 µg/dia
Selênio 50 a 150 µg/dia 60 a 100 µg/dia
Zinco ≥ 10 mg/dia 3 a 5 mg/dia (em pacientes sem perdas anormais)

Quais são os grupos de risco para deficiências de micronutrientes?

As diretrizes de micronutrientes da ESPEN apresenta, ainda, um quadro resumindo os riscos específicos da doença de depleção ou deficiência de minerais (oligoelementos) e vitaminas, baseado nas evidências encontradas até o momento.

Quadro 1: riscos específicos da doença de depleção ou deficiência de micronutrientes. (Clique na imagem para salvar o PDF).

Fonte: adaptado de Berger et al (2022).

Em caso de depleção, deficiência ou outras condições específicas, quais são as recomendações de dose destes micronutrientes?

Para saber a resposta, baixe o infográfico gratuito: Recomendações de Micronutrientes para Casos Especiais.

Para ler a diretriz ESPEN na íntegra, clique aqui

Se você gostou deste conteúdo, leia também:

Referências

BERGER, Mette M. et al. ESPEN micronutrient guideline. Clinical Nutrition, v. 41, n. 6, p. 1357-1424, 2022.

Berger, M. M., Shenkin, A., Dizdar, O. S., Amrein, K., Augsburger, M., Biesalski, H. K., … & Cuerda, C. (2024). ESPEN practical short micronutrient guideline. Clinical Nutrition, 43(3), 825-857.

Sair da versão mobile