A ansiedade, o estresse e a dificuldade de dormir, são sintomas comumente relatados aos profissionais da saúde. E como os sedativos sintéticos podem provocar alguns efeitos colaterais, a busca por tratamentos de fontes naturais é crescente e o nutricionista deve sempre se atualizar para oferecer aos seus pacientes alimentos e fitoterápicos com propriedades ansiolíticas e antidepressivas comprovadas.
Reconhecendo essa demanda por fitoterápicos, um estudo decidiu investigar se a verbena-limão, também conhecida como lúcia-lima, possuía reais efeitos ansiolíticos em humanos, já que o uso de suas folhas para essa e outras doenças já era popularizado e em camundongos ela apresentou alívio da ansiedade e promoveu o sono.
Como foi feito o teste com verbena-limão
Para avaliar os efeitos percebidos nos camundongos, a pesquisa selecionou 40 adultos com idade média de 38 anos sem nenhuma patologia crônica e que apresentavam nível de estresse moderado e má qualidade de sono.
Os participantes foram divididos em grupo placebo e grupo suplemento, o qual recebeu 400 mg de um extrato purificado de folhas de verbena-limão com 150 mg de excipiente (microcristalino de celulose). Ambos os grupos foram instruídos a ingerir uma cápsula por dia 1-2h antes de dormir durante 2 meses e após o período experimental, houve um tempo de 4 semanas sem ingestão do fitoterápico.
Sete dias antes do início do estudo, após um mês de uso do suplemento e após 2 meses, os indivíduos responderam questionários, realizaram eletrocardiograma e foram avaliados quanto à antropometria, bioimpedência, pressão sanguínea e nível de cortisol. Nessas visitas também foram observados os dados obtidos com o uso de uma pulseira rastreadora de atividades para acompanhar o sono dos participantes.
No período em que não estavam usando a verbena-limão, os voluntários responderam questionários para que se estudasse o efeito psicológico após um mês sem ingestão nutracêutica.
Resultados
Cada grupo continha 20 participantes, sendo ao todo 26 mulheres e 14 homens. Houve apenas 3 desistências durante o estudo no grupo que recebeu o suplemento.
O cortisol, conhecido como hormônio do estresse foi avaliado e apresentou níveis de redução maiores no grupo que recebeu o suplemento, uma redução de 15,6% após 2 meses de uso do fitoterápico comparando com o período anterior ao experimento. A percepção do estresse também apresentou 20,5% de redução, em média, em relação ao início do estudo nesse mesmo grupo.
Com os dados da pulseira, percebeu-se uma redução no número de vezes em que o grupo suplemento despertou durante o sono e com os questionários de qualidade do sono, nesse mesmo grupo que recebeu a verbena-limão, foram notadas quedas significativas nos valores de percepção da qualidade do sono, em especial entre as mulheres (de 12,7% no primeiro mês para 22,6% no segundo mês), sendo que quanto menores os números, melhor a sensação qualitativa do sono.
Conclusão
A partir desses achados, os pesquisadores concluíram que é eficaz o uso do extrato de verbena-limão como tratamento alternativo para o estresse e a insônia, tendo em vista que os sedativos causam efeitos colaterais indesejados e podem provocar dependência nos pacientes.
Se você gostou desse conteúdo, talvez se interesse em ler:
Estresse e qualidade do sono influenciam desenvolvimento de compulsão alimentar
Existe relação entre horas de sono e obesidade?
Referência
Martínez-Rodríguez A, Martínez-Olcina M, Mora J, Navarro P, Caturla N, Jones J. Anxiolytic Effect and Improved Sleep Quality in Individuals Taking Lippia citriodora Extract. Nutrients. 2022; 14(1):218. https://doi.org/10.3390/nu14010218
A Redação Nutritotal é formada por nutricionistas, médicos e estudantes de nutrição que têm a preocupação de produzir conteúdos atuais, baseados em evidência científicas, sempre com o objetivo de facilitar a prática clínica de profissionais da área da saúde.