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Dieta vegetariana durante a gestação é seguro para mães e bebês?

A gravidez é um momento mágico, cheio de expectativas e amor para toda a família.

Durante os nove meses de gestação, mais os dois primeiros anos de vida da criança, (os famosos 1000 dias, já ouviu falar?), o bebê passa por momentos importantes de desenvolvimento, e é aí que entra a alimentação, desempenhando um papel fundamental!

Acontece que desde a preparação para engravidar (que geralmente acontece cerca de três meses antes) até a amamentação, o cuidado com a nutrição é essencial, garantindo tudo o que o bebê e a mamãe precisam.

E para as futuras mamães que seguem uma dieta vegetariana, excluir a carne da dieta não significa que as recomendações nutricionais básicas precisam ser alteradas.

Então, vamos desmistificar essa ideia de que uma dieta vegetariana durante a gestação é um bicho de sete cabeças! Com a orientação certa, dicas simples e deliciosas, é possível garantir todos os nutrientes necessários para uma gestação saudável e feliz.

Acredite, é possível saborear uma variedade incrível de frutas, vegetais, legumes, grãos, sementes e até mesmo alimentos ricos em proteínas vegetais. Com o apoio de profissionais capacitados e um planejamento cuidadoso, você pode garantir uma dieta equilibrada que atenda às suas necessidades e as do seu bebê.

 

Foto: Canva.com

 

Sou gestante e vegetariana. Devo me preocupar?

Relaxa, mamãe! Nada de pânico na horta!

Se você está planejando ou esperando pelo seu bebê, a primeira coisa que deve fazer é procurar um nutricionista especializado, isso porque alguns aspectos nutricionais importantes nesta fase são de extrema importância para o desenvolvimento do feto e para a mamãe também!

Durante a gravidez é fundamental garantir um aporte nutricional e para isso é necessária uma dieta balanceada e abusar da variedade de alimentos. E nada de economizar nas calorias, ein?

A falta de carne pode afetar o meu bebê?

A resposta definitivamente é não!

As proteínas desempenham um papel de suporte ao crescimento e desenvolvimento adequados do bebê, mas podem ser facilmente atingidas por meio de uma alimentação adequada, especialmente com um consumo de leguminosas (feijão, grão-bico, lentilha) pelo menos duas vezes ao dia e em quantidades suficientes.

Agora, falando sobre a tal da vitamina B12, que é encontrada principalmente em carnes. Ela é importante para diversos processos no corpo da gestante e no desenvolvimento do bebê, desde a implantação do embrião até a formação de células vermelhas e o desenvolvimento neurológico.

Algumas gestantes podem apresentar níveis baixos de B12 e isso pode acabar afetando a saúde da mamãe e do bebê. Mas calma, isso tem solução!

Se você é vegetariana, a suplementação de vitamina B12 é fundamental, e o ideal é começar antes mesmo de engravidar (no período de preparação para a gestação). Durante a amamentação, a suplementação também é importante para garantir boas quantidades de B12 no leite materno.

Vale lembrar que a suplementação é necessária para todas as gestantes! A deficiência de vitamina B12 pode atingir tanto pessoas vegetarianas quanto onívoras, ou seja, trata-se de um nutriente fundamental para todas, independentemente de sua escolha alimentar

O acompanhamento individualizado do nutricionista permite ajustes personalizados para atender às necessidades específicas de cada gestante.

E o ferro e ômega-3?

Recorrentemente gestantes apresentam deficiência de ferro na gestação, portanto, a ingestão de alimentos fonte desse nutriente deve ser aumentada e a suplementação geralmente se inicia no segundo trimestre da gestação.

A suplementação de ômega 3 também é importante para o bom desenvolvimento do feto, geralmente sendo prescrita na forma de DHA, que é derivado de microalgas. Essa é uma excelente alternativa para garantir a ingestão adequada desse nutriente tão importante. As recomendações podem variar de 100 a 300mg por dia durante todo o período da gestação.

Afinal, a gestação vegetariana é segura?

Pesquisadores descobriram que a gestação vegetariana e vegana pode trazer resultados promissores. As gestantes que adotaram esse estilo alimentar tiveram um ganho de peso adequado e um menor risco de complicações, como pré-eclâmpsia e diabetes gestacional. As taxas de cesárea também foram reduzidas entre as gestantes vegetarianas.

Mas não para por aí! A Academy of Nutrition and Dietetics (AND) também reconhece a segurança nutricional da gestação vegetariana, enfatizando a importância da suplementação de vitamina B12, ferro e vitamina D, além de recomendarem o consumo de alimentos vegetais ricos em cálcio.

Essas descobertas confirmam que é totalmente possível ter uma gestação saudável e segura seguindo uma dieta vegetariana. Claro, é importante contar com a orientação de um profissional de saúde para garantir o equilíbrio nutricional necessário durante esse período tão especial.

De uma forma geral, a gestação vegetariana pode ser uma escolha incrível, desde que você siga uma dieta equilibrada e conte com orientação adequada, garantindo uma jornada tranquila e cheia de saúde!

O suporte nutricional e o acompanhamento médico são fundamentais em todas as fases da gestação. Eles vão ajudar a fornecer todos os nutrientes necessários tanto para a mamãe, quanto para o desenvolvimento perfeito do bebê.

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*Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.

Referências

Conselho Federal de Nutricionistas. Parecer Técnico n. 9/2022: Alimentação Vegetariana na atuação do nutricionista. 30 set, 2022.

NAVOLAR. T.S. (Org.). Nutrição vegetariana e plant-based diet. São Paulo, 2022. 496p.

Baroni L, Rizzo G, Goggi S, Giampieri F, Battino M. Vegetarian diets during pregnancy: effects on the mother’s health. A systematic review. Food Funct. 2021;12(2):466–93.

Melina V, Craig W, Levin S. Position of the Academy of Nutrition and Dietetics: Vegetarian Diets. J Acad Nutr Diet. 2015;115(5):801–10.

Pistollato F, Cano SS, Elio I, Vergara MM, Giampieri F, Battino M. Plant-Based and Plant-Rich Diet Patterns during Gestation: Beneficial Effects and Possible Shortcomings. Adv Nutr. 2015;6(5):581–91.

C0lunista:

Thaisa Lavolar

Nutricionista pela UFPR. Coordenadora da Pós graduação em Nutrição e Medicina Vegetariana (Plenitude Educação/SVB). Mestre e especialista em Saúde Coletiva pela Universidade de Santa Catarina.
Pós graduada em Nutrição Clínica, em Fitoterapia e em Nutrição Materno infantil. Capacitada em avaliação metabólica (Eric Slywitch). Diretora da área materno-Infantil da SVB. Autora do livro (Org): Nutrição Vegetariana e plant-based diet, Ed. Plenitude.

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