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Anemia e talassemia são a mesma coisa?

Dia 08 de maio é o dia internacional da talassemia, mas você sabe o que ela é? Qual a relação entre anemia e talassemia?

O termo anemia se refere à produção deficiente de hemoglobina, a proteína presente nas hemácias (um tipo de célula do sangue), que é responsável pelo transporte de oxigênio pelo corpo. A talassemia é um tipo de anemia, mas diferente das mais conhecidas porque é hereditária, transmitida dos pais para os filhos, e não relacionada à alimentação.

Para ajudar você a entender um pouco melhor sobre as anemias e o tratamento adequado para cada uma delas, preparamos um resumão sobre o assunto:

Foto: Shutterstock.com

Como a anemia é diagnosticada?

A suspeita de anemia vem de queixas do paciente, como perda de força, cansaço, fraqueza, falta de ar, palpitações ou aspectos físicos como palidez. A dieta também é um importante fator de suspeita porque ao falar da alimentação para o nutricionista, o profissional consegue perceber fontes alimentares de alguns nutrientes que estão faltando nas refeições do paciente.

Para o diagnóstico completo são solicitados exames laboratoriais que incluem a coleta e análise do sangue e apontam deficiência de ferro, vitamina B12 ou ácido fólico, número reduzido de células, formato anormal da célula ou outros resultados de avaliações mais minuciosas. Após o diagnóstico, o tratamento é conduzido de acordo com o tipo de anemia identificado.

Tipos de anemia

Conheça os principais tipos de anemia e o tratamento exigido para cada uma delas

Anemia ferropriva

É a anemia mais prevalente no mundo e se caracteriza pela baixa concentração de ferro, um nutriente que participa da produção das hemácias e do transporte de oxigênio. Pode ser causada por:

O tratamento inclui ajustes na dieta, reposição de ferro com suplementos e em casos mais extremos transfusões de sangue.

Anemias megaloblásticas

Esse tipo de anemia leva ao aumento do tamanho das células do sangue, causando anormalidades nas funções das células.

Deficiência de vitamina B12

Uma das causas da anemia megaloblástica é a deficiência de vitamina B12. A vitamina B12 pode ser encontrada em alimentos de origem animal como ovos, leite e carnes.

Além da ingestão inadequada da vitamina, problemas na absorção também podem ser a causa dessa anemia. O tratamento exigido são mudanças na dieta, suplementação de vitamina B12 ou solução da causa para má absorção.

Deficiência de ácido fólico (vitamina B9)

Assim como a anemia megaloblástica por deficiência de vitamina B12, a deficiência de vitamina B9 pode causar anemia por baixa ingestão de alimentos como espinafre, feijão branco, aspargos, verduras de folhas escuras, couve de bruxelas, soja, laranja, melão, maçã, brócolis, gema de ovo, fígado e peixes. Problemas na absorção também podem ser a causa.

A deficiência dessa vitamina é grave e requer tratamento, principalmente em mulheres que desejam engravidar. A falta de ácido fólico pode levar a problemas na formação do tubo neural dos bebês.

A suplementação é obrigatória na gestação, mesmo na ausência da anemia. Em outros casos a suplementação também pode ser considerada, mas a ingestão alimentar das fontes de ácido fólico pode já ser o suficiente.

Anemia perniciosa

Não é causada pela deficiência direta de vitamina B12, mas sim pela falta de fator intrínseco, uma proteína essencial para a absorção de vitamina B12. Para essa anemia, é recomendada a reposição de vitamina B12, preferencialmente, por via injetável.

Anemia falciforme

Essa anemia é uma mutação genética que altera o formato das hemácias, dificultando a passagem do sangue por pequenos vasos, atrapalhando a oxigenação dos tecidos do corpo. Pode causar dores nos ossos e articulações, maior risco de infecções, além de pele amarelada, a chamada icterícia.

O teste do pezinho, feito em recém nascidos detecta a anemia falciforme, permitindo que o tratamento seja iniciado o quanto antes. O tratamento pode incluir transfusões de sangue nos casos mais graves, exigindo um cuidado com a ingestão de alimentos fonte de ferro, pois com as transfusões esse nutriente pode ficar em excesso no organismo, afetando órgãos como coração, fígado e glândulas endócrinas.

Outra conduta adotada é a suplementação de ácido fólico porque ele ajuda na construção das células do sangue que é afetada na anemia falciforme.

Talassemia

A talassemia não tem causa relacionada à dieta, carência de vitaminas ou minerais, ela é causada por uma mutação genética que afeta a produção das proteínas que formam a hemoglobina. Os principais tipos são:

Desses tipos, a talassemia maior e a talassemia intermediária são mais graves e precisam de transfusões de sangue frequentes, em média de 20 em 20 dias. A transfusão garante uma vida normal ao paciente, mas assim como na anemia falciforme é preciso cuidado com o ferro que pode se apresentar em altas concentrações no organismo.

De modo geral, para todos os tipos de anemia uma alimentação saudável que inclui frutas, verduras, legumes e variedade de alimentos garante os nutrientes necessários para acabar com as anemias ferropriva e megaloblásticas e controlar as anemias de fundo genético. Para alguns casos, especialmente àqueles que exigem transfusão no tratamento, é preciso se atentar aos alimentos ingeridos para evitar complicações relacionadas à doença.

Toda anemia precisa de acompanhamento profissional, se você sentir algum dos sintomas relatados ou receber um diagnóstico, busque orientação para se cuidar e ter uma vida com mais qualidade.

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*Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.

Referências

ABRASTA. Manual ABRASTA – Talassemia: tudo o que você precisa saber.

Nasser, C., Nobre, C., Mesquita, S., Ruiz, J. G., Carlos, H. R., Prouvot, L., & Yacubian, E. M. T.. (2005). Semana da conscientização sobre a importânciado ácido fólico. Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology, 11(4), 199–203. https://doi.org/10.1590/S1676-26492005000400009

Ministério da Saúde. Talassemias. Política Nacional de Sangue e Hemoderivados.

Ministério da Saúde. Anemia ferropriva: deficiência de ferro é um dos fatores que podem estar associados à mortalidade materna. 2022

Rosenfeld, Luiz Gastão et al. Prevalência de hemoglobinopatias na população adulta brasileira: Pesquisa Nacional de Saúde 2014-2015. Revista Brasileira de Epidemiologia. v. 22, n. Suppl 02, E 190007. SUPL.2.

UFRJ. Anemias

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