Entenda o que é Nutrição Parenteral e quando é recomendado utilizar
Conforme demonstra o Dr. Ricardo Caponero, nossa alimentação normalmente segue o tubo digestivo — isso significa que ela é uma digestão enteral. Tudo o que comemos passa pelo esôfago, estômago e intestino. Qualquer forma de alimentação que não usa o tubo digestivo, nós chamamos parenteral, por via endovenosa.
Caso você tenha uma sonda de alimentação e receba o alimento direto no estômago ou intestino, ela ainda sim, é uma dieta enteral, visto que está usando o tubo digestivo. A parenteral, por sua vez, é aquela que acontece por fora do tudo digestivo, com uma dieta endovenosa.
Quando e por quanto tempo podemos usar a dieta parenteral?
Utilizamos a dieta parenteral quando a dieta enteral não é possível ou não é recomendada, e também quando a ingestão do paciente por via oral não é satisfatória. Obviamente isso nunca será feito por um dia, já que um dia de jejum é completamente tolerável, logo, sempre são períodos mais longos.
Também não há período máximo para a dieta. Pacientes em coma de 3 ou 4 meses muitas vezes recebem a dieta parenteral.
Não existe limite de tempo, mas sim indicações que podem ir de dias, semanas ou alguns meses, dependendo da limitação via oral do paciente, seja por motivos obstrutivos, neurológicos ou outros.
Como voltar a alimentação comum?
Esse é um detalhe muito importante. Sabemos que existem pessoas que fazem greve de fome – que ficam muito tempo em jejum – isso causa uma certa atrofia do tubo digestivo. Dessa forma, quando fazemos uma dieta parenteral prolongada, esses pacientes podem ter uma atrofia da mucosa que, quando voltarem a alimentação comum, pode ocasionar episódios de diarreia pelo desuso.
Portanto, a volta precisa ser gradual. Nunca a fazemos abruptamente, nós vamos, aos poucos, introduzindo a dieta oral com líquidos, gelatinas e comidas pastosas até que a dieta seja proporcional ao que o paciente precisa. Regredindo, assim, a dieta parenteral, que deixa de ser total para ser parcial.
A troca demora uma ou duas semanas, dependendo de quanto tempo o paciente ficou com a dieta parenteral. Vale lembrar que essa mudança precisa ser sempre gradual, já que o organismo precisa se adaptar novamente à dieta oral.
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