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Tabela de teor de oxalato nos alimentos

tabela oxalato alimentos

Foto: shutterstock.com

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Oxalato, também conhecido como ácido oxálico, é um produto metabólico presente em plantas. Sua produção está relacionada à regulação de cálcio, proteção da planta e desintoxicação de metais pesados.

Tanto plantas quanto mamíferos sintetizam oxalato, entretanto, certas plantas, como espinafre, ruibarbo, acelga e amaranto, acumulam grandes quantidades dessa substância.

Devido aos seus efeitos na absorção de nutrientes e possível participação na formação de cálculos renais, os oxalatos são considerados “antinutrientes”.

O conhecimento sobre a quantidade de oxalato nos alimentos é altamente relevante para a prevenção da recorrência de urolitíase por oxalato de cálcio, portanto abordaremos as concentrações totais de oxalato em plantas das famílias Fabaceae, Convolvulaceae e Malvaceae.

Tipos de oxalato de origem vegetal:

Porque o oxalato é considerado antinutriente?

O ácido oxálico atua como um antinutriente, pois prejudica a absorção de minerais como magnésio, zinco, ferro e cálcio no intestino.

O alto consumo de oxalato na dieta é uma preocupação para a saúde, devido à capacidade do ácido oxálico de formar sais insolúveis com cálcio e magnésio, o que pode levar à formação de cálculos renais de oxalato de cálcio.

Embora a concentração de oxalato solúvel na maioria dos alimentos problemáticos seja relativamente baixa, acredita-se que o oxalato dietético desempenhe um papel importante na hiperoxalúria e na formação de cálculos renais. Estima-se que um terço dos formadores de cálculos absorvam a hiperoxalúria em mais de 10% do oxalato consumido.

A má absorção de gordura, secundária a danos epiteliais, pode contribuir para o excesso de sais de cálcio-ácido graxo, aumentando assim a disponibilidade de oxalato solúvel.

Teor de oxalato nos alimentos

A distribuição de oxalato dentro de uma planta pode variar. Folhas (espinafre, folhas de beterraba) têm um teor de oxalato muito maior do que talos (ruibarbo) ou raízes (beterraba, cenoura).

As diferenças no conteúdo total de oxalato variam entre cultivares, estações e condições de cultivo. O momento da colheita pode ter impactos adicionais nas concentrações de oxalato. Pesquisas não demonstraram diferenças de oxalato entre cultivares orgânicas e convencionais.

Alimentos vegetais com maior teor de oxalato incluem espinafre, acelga, amaranto, taro, batata-doce, beterraba, ruibarbo e azeda. Leguminosas cruas, grãos integrais, nozes, cacau em pó e chá também contêm oxalato, embora em quantidades menores.

Alimento Descrição Teor de oxalato (mg/100g)
Família: Fabaceae
Feijão branco Grão, seco 547,9
Feijão vermelho Grão, seco 74,6
Feijão verde Grão, cru 65,2
Feijão comum Grão, seco 98 -117
Lentilha marrom Grão, seco 24
Lentilha vermelha Grão, seco 13,8
Alcaçuz Raíz 3569,3
Feno-grego 1245,9
Feijão de soja Grão, seco 276,8
Grão-de-bico Grão, seco 14,3
Ervilha verde Grão, seco 3,3
Fava Grão, seco 1,3
Família: Convolvulaceae
Batata-doce Cru 495,6
Família: Malvaceae
Quiabo Cru 317,2
Cacau (em pó) 619,3

Outros alimentos:

Alimento   Teor de oxalato (mg/100g)
Oleaginosas
Noz macadâmia Cru 42
Amendoim Cru 140
Castanha de caju Cru 262
Amêndoa Torrado 469
Grãos e cereais
Farelo de trigo Farelo, cru 113
Aveia Em flocos, cru 13,8
Trigo integral Farinha, cru 44
Vegetais e verduras
Beterraba Cru 65
Espinafre Cru 1145

O chá é uma fonte rica de oxalato, no entanto, acredita-se que os polifenóis e outros fitoquímicos antioxidantes possam contribuir para a prevenção da formação de cálculos.

É possível reduzir o teor de oxalato dos alimentos? Como devo orientar meu paciente?

Ao cozinhar alimentos crus, como leguminosas e vegetais verdes, o teor de oxalato pode ser significativamente reduzido.

Métodos de processamento úmidos, como fervura e cozimento a vapor, são eficazes na redução do teor de oxalato devido à sua solubilidade em água e devem ser reforçados. No entanto, vegetais como beterraba, cenoura e couve de Bruxelas, que possuem menor área de superfície exposta e quantidades relativamente pequenas de oxalato, não demonstram reduções significativas no oxalato solúvel durante o cozimento.

Tanto métodos industriais quanto tradicionais de cozimento, como deixar de molho durante a noite e ferver ou autoclavar, têm o potencial de reduzir o teor de oxalato total e solúvel em leguminosas. Estudos demonstraram que cozinhar lentilhas em uma chapa quente por apenas quinze minutos pode reduzir o teor de oxalato solúvel. Além disso, deixar o feijão vermelho de molho durante a noite, seguido de fervura por 2 horas, reduziu o oxalato solúvel em 40,5%.

Essas variações no teor de oxalato após o cozimento podem ser atribuídas a fatores como variações genéticas, condições de cultivo, tempos e temperaturas de cozimento.

Geralmente, as técnicas de cozimento reduzem significativamente o oxalato solúvel, o que pode aumentar a disponibilidade de minerais e pode ser interessante para os pacientes.

Além do cozimento, orientar a combinação dos alimentos ricos em oxalato com alimentos ricos em cálcio pode ajudar a compensar a absorção do oxalato solúvel.

Considerações

De uma forma geral, os estudos mostram que o consumo excessivo de oxalato pode ser prejudicial à saúde, em contrapartida, o cozimento adequado de alimentos ricos em oxalato, juntamente com a ingestão adequada de cálcio e potássio, pode reduzir significativamente a quantidade de oxalato solúvel disponível proveniente dessas fontes alimentares.

Alguns alimentos que contêm oxalato também possuem compostos benéficos que podem contrabalançar quaisquer efeitos negativos, no entanto, pesquisas são necessárias para entender a variação genética na concentração de oxalato em diferentes variedades de alimentos. Além disso, estudos futuros devem explorar a biodisponibilidade de oxalato, especialmente em sementes e produtos de leguminosas com alto teor de oxalato. São necessários procedimentos eficazes para reduzir o teor de ácido oxálico em alimentos ricos em oxalato.

Leia também:

Referência:

Petroski, W., Minich, D. M. Is There Such a Thing as “Anti-Nutrients”? A Narrative Review of Perceived Problematic Plant Compounds. Nutrients 2020, 12(10), 2929.

Siener, R., Seidles, A., Hönow, R. Oxalate-rich foods. Food Sci. Technol (Campinas), 41 (suppl 1), 2021.

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