Nutrigemônica: o papel da avaliação genética para personalizar a dieta

Postado em 4 de março de 2020 | Autor: Roberta Lara

Você conhece a nutrigenômica? É uma área crescente da nutrição integrada, que busca, por meio de uma alimentação saudável e personalizada de acordo com os genes de cada pessoa, oferecer estratégias para diagnosticar e reparar possíveis problemas de saúde, além de prevenir o desenvolvimento de doenças no futuro.

Conhecida também como genômica nutricional, em termos científicos, ela é composta pelo estudo do impacto dos nutrientes nos genes, avaliando o mecanismo de ação desses compostos e como eles podem beneficiar a saúde. Em 2001, foram iniciados alguns estudos de sequenciamento do DNA para compreender como cada organismo responde individualmente à sua intervenção na dieta.

Já em 2003, o projeto Genoma mostrou que todo material genético é 99,9% idêntico, e 0,1% diferente, sendo que essa pequena porcentagem é responsável por determinar a diversidade na cor da pele, olhos e cabelos, além de justificar as respostas metabólicas diferentes de cada pessoa.

A importância dos exames genéticos

Na prática clínica, a avaliação genética vem sendo cada vez mais utilizada para traçar condutas assertivas e direcionadas para cada organismo. Os exames genéticos são realizados para determinar os chamados polimorfismos, que são as modificações gênicas que aumentam a probabilidade do desenvolvimento de doenças, ou que alteram a metabolização de nutrientes.

Por exemplo, o exame determina se uma pessoa possui respostas diferentes com a ingestão de carboidratos, ou se ela tem uma intolerância a determinados alimentos. Esse resultado ajuda no planejamento alimentar, em busca de melhorar as condições clínicas levando em consideração a resposta dos genes individualmente.

A abordagem nutrigenômica no contexto das doenças crônicas não transmissíveis é complexa. Em relação ao ponto de vista genético, para se estimar o risco de desenvolver diferentes doenças como diabetes, hipertensão, câncer será necessário conhecer o impacto da combinação de milhões de polimorfismos distribuídos no genoma.

Além disso, é preciso levar em consideração as variações genéticas que interferem na expressão gênica, como fatores ambientais e a alimentação.

 

Referências bibliográficas:

Murgia, C., & Adamski, M. M. (2017). Translation of Nutritional Genomics into Nutrition Practice: The Next Step. Nutrients, 9(4), 366.

Barnes S. (2008). Nutritional genomics, polyphenols, diets, and their impact on dietetics. Journal of the American Dietetic Association, 108(11), 1888–1895.

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