Conheça os prós e contras desse método que preza pelo consumo de alimentos sólidos pelos bebês
Os primeiros passos, a primeira palavra dita, a vez em que ele decorou o próprio nome… São tantas as boas lembranças que se tem quando os bebês estão crescendo e, claro, a alimentação também faz parte desse processo. E são muitas as mães que optam por um método para deixar que o próprio neném descubra a comida ao seu redor: a alimentação BLW.
Do inglês Baby-Led Weaning (desmame guiado pelo bebê), a abordagem pode ser aplicada quando o bebê completa seis meses de vida. Isso porque, segundo um guia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), nessa idade grande parte das crianças apresenta a capacidade para se sentar sem apoio, sustentar a cabeça e o tronco, segurar objetos com as mãos, e explorar estímulos ambientais, características necessárias à alimentação BLW.
Assim, esses e outros aspectos motores indicam aos pais quando é hora de iniciar a introdução de outros alimentos na dieta do bebê, a chamada alimentação complementar (AC). Dentro dela, há a possibilidade de incluir o BLW. E dentre os motivos pelos quais o BLW ganha popularidade destaca-se a importância dada pela idealizadora sobre a individualidade de cada criança e seu ritmo, enfatizando as habilidades natas e o empoderamento dos pais em reconhecer em seus filhos seus próprios sinais; porém estas questões comportamentais também devem ser trabalhadas com a AC com a colher, na forma tradicional.
A seguir, você confere alguns mitos e verdades desse tipo de abordagem.
Conteúdo
5 mitos e verdades sobre a alimentação BLW
No método, os pais deixam os alimentos à disposição da criança para que elas interajam com eles e sintam, além do sabor, a textura de cada ingrediente.
A alimentação BLW é a única forma da criança se alimentar
Mito. Ainda não há evidências científicas que afirmem que o método BLW seja a única forma correta de fazer a introdução alimentar em bebês.
As orientações são coerentes com o desenvolvimento infantil, mas limitar o processo de alimentação a uma única abordagem pode não ser possível para muitas famílias, segundo a SBP.
Crianças que seguem o BLW são mais saudáveis
Parcialmente verdade. Um estudo publicado no British Medical Journal comparou que os bebês que seguiam a BLW foram mais propensos a se alimentarem sozinhos desde o início e faziam suas refeições com a família ao redor, mas, ao mesmo tempo, eles tiveram uma maior ingestão de gordura saturada e menor ingestão de ferro, zinco e vitamina B12. Já outro estudo divulgado pela British Dietetical Association comparou que os bebês que seguiam a BLW puderam ter uma abordagem considerada segura e suficiente para um bom crescimento.
A abordagem prioriza alimentos naturais
Verdade. A idealizadora do método, a britânica Gill Rapley, defende que a alimentação BLW tenha a oferta de alimentos complementares em pedaços, tiras ou bastões, sendo todos servidos in natura.
Ela é feita com o uso de talheres
Mito. Segundo um Guia Prático desenvolvido pela SBP, a alimentação BLW não inclui o uso de colher nem nenhum método de adaptação de consistência para preparar a refeição do bebê, como amassar, triturar ou desfiar.
Os bebês que seguem o BLW continuam mamando
Verdade. Entre os principais conceitos da alimentação BLW, pode-se citar a continuação da oferta de leite materno ou fórmula infantil durante a abordagem. Também é permitido que o bebê se suje e interaja durante as refeições, com os pais sempre oferecendo variedade de alimentos e evitando a monotonia alimentar. Também vale interagir com a criança enquanto estiverem comendo juntos, durante as refeições. Ou seja, comer junto com a criança e não dar de comer.
Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.
Referências bibliográficas:
Weffort V. et al. A Alimentação Complementar e o Método BLW (Baby-Led Weaning). Sociedade Brasileira de Pediatria, 2017.
Morison BJ, et al. How different are baby-led weaning and conventional complementary feeding? A cross-sectional study of infants aged 6–8 months. BMJ open 2016.
Rowan H. et al. Differences in dietary composition between infants introduced to complementary foods using Baby-led weaning and traditional spoon feeding. British Dietetical Association, 2019.