Ícone do site Nutritotal Para todos

Nutrição infantil e comportamento alimentar: 10 dicas práticas

A infância é um momento importante na construção da relação que seu filho vai ter com o corpo dele e com a alimentação. Conduzir essa fase de uma maneira hostil pode prejudicar o comportamento alimentar e trazer algumas consequências no futuro que incluem ganho de peso e transtornos alimentares, como distúrbios na percepção da imagem corporal.

É por isso que a nutrição infantil depende muito do comportamento alimentar para ser, de fato, efetiva. Pode parecer difícil equilibrar esses dois fatores, mas na realidade, você verá que as refeições podem se tornar mais tranquilas e harmoniosas ao seguir algumas dicas práticas na sua rotina.

Foto: Canva.com

Separei dez delas que vale a pena experimentar. Faça o teste em casa e me conta depois se deu certo!

10 dicas práticas para equilibrar nutrição infantil e comportamento alimentar

De novos sabores à mesa até regras no momento das refeições, veja o que não pode faltar:

1.      Inicie a introdução alimentar no tempo certo

Seja da forma tradicional ou pela BLW, realizar a introdução alimentar a partir dos seis meses é a melhor forma de fazer com que seu filho aprenda a gostar de mais alimentos desde cedo. A ciência comprova que as preferências alimentares são desenvolvidas logo no começo da infância, e, ao mesmo tempo, o paladar exigente pode se formar nessa etapa.

Pode ser que, no começo, seu filho acabe recusando alimentos que não gostou à primeira mordida, como um brócolis ou uma cenoura. Mas isso não deve ser motivo para desistir: persista outras vezes, com diferentes cortes e formas de cocção.

A introdução alimentar é capaz de desenvolver capacidades motoras e a mastigação, além de hábitos saudáveis que são levados por toda a vida pelos pequenos. Tem também um curso que ensina as noções básicas desse tema e que vale a pena conferir!

2.      Crie uma rotina

Uma vez que as crianças foram apresentadas a novos alimentos, é hora de fazer com que elas se acostumem à rotina. Para isso, é importante estabelecer horários para as refeições e, sempre que possível, com a família à mesa. Nada de pular o café da manhã ou o jantar, por exemplo.

Se seu filho sentir fome entre uma refeição e outra, tenha à disposição lanches saudáveis. Você pode preparar mais de uma opção e deixar que ele escolha o que prefere. Isso também vale para o momento de preparar a lancheira da escola.

3.      Proporcione um ambiente tranquilo

A hora da refeição precisa ser feita de forma segura e calma para que a criança não desvie a atenção ou se sinta irritada com qualquer coisa que ofereçam a ela. Por esse motivo, o ambiente ao redor faz toda a diferença para alinhar a nutrição infantil e o comportamento alimentar.

Uma ação importante é limitar o uso de aparelhos eletrônicos durante a hora de comer. Deixe os celulares, tablets, videogames e TVs de lado e incentive que seu filho preste atenção no presente, no momento em família, e no prato que irá comer.

Além disso, faça com que a mesa seja um local agradável, confortável e pouco barulhento. Experimente colocar talheres ou pratos com um personagem que a criança goste.

Saiba mais: Utensílios para introdução alimentar: como escolher?

4.      Esqueça a regra do prato limpo

Na infância de muitos pais, era comum ouvir alguém dizer: “só sai da mesa se o prato estiver limpo”. Mas essa regra, atualmente, não vale a pena ser seguida. É claro que você quer que seu filho coma tudo, mas ele pode já estar satisfeito o suficiente com o que comeu, e forçá-lo pode ser pior, deixando com que o comportamento na hora das refeições seja mais rebelde nas próximas ocasiões.

Se sobrar comida, lembre-se de guardar na geladeira ou congelar. E não coloque muito no prato, deixe que seu filho coma e, se precisar, repita depois. Assim, você evita o desperdício e também as discussões.

5.      Incentive uma boa relação com a comida

A privação de comida ou classificar alimentos como bons x ruins, permitidos x proibidos, pode estimular uma relação ruim com a comida, carregada de culpa e de sentimentos negativos ao comer.

Um modo respeitoso de explicar ao seu filho sobre os alimentos é classificá-los em alimentos que devemos comer sempre (frutas, legumes, verduras, arroz, feijão, etc) e alimentos que devemos comer só de vez em quando porque, se consumidos em excesso, podem fazer mal para o nosso corpo

É muito mais efetivo explicar, em uma linguagem que seu filho entenda, do que simplesmente dizer “isso pode” ou “isso não pode”. 


  1.     Comida não é recompensa e nem castigo

Quando os alimentos são usados ​​para recompensar as crianças e demonstrar afeto, elas podem começar a usar isso a favor delas para lidar com o estresse e emoções, o que não é legal. Ofereça abraços, elogios e atenção em vez de guloseimas, para mostrar que o amor é maior do que algo que eles gostem de comer.

Ao mesmo tempo, punir um pequeno com comida também é contraindicado. Frases como: “se não comer legumes, vai ficar sem sobremesa” ou “se não comer tudo, não vai sair pra brincar” podem impactar negativamente no comportamento a longo prazo e prejudicar a nutrição infantil.

7.      Deixe as crianças fazerem parte do preparo

Os pequenos são curiosos por instinto, e por isso, podem perguntar várias coisas sobre a refeição que estão consumindo. Portanto, que tal fazer com que eles participem dos preparos de vez em quando?

Além de moldar o comportamento para que se sintam mais independentes, esse tipo de tarefa faz com que eles se interessem por provar novos alimentos.

8.      Um pouco de bagunça não faz mal

Qual criança acaba não brincando com a comida ou fazendo sujeira? A brincadeira é parte essencial do crescimento, e mantê-la sob controle é parte desse processo. Por meio da bagunça que os pequenos descobrem como usar os talheres, tateiam os alimentos, experimentam e desenvolvem o sistema sensorial.

9.      Seja o exemplo

Não adianta pedir para o seu filho seguir um tipo de comportamento alimentar se você também não segue. Seja o modelo que ele precisa para se alimentar de forma saudável.

Se for para comer lanches nutritivos, todos devem fazer isso. O mesmo vale para regras como mexer no celular, mesmo se for uma questão de trabalho, você pode se programar para deixar o aparelho de lado por alguns minutos.

10.  Os pais dão a palavra final

Por último, mas não menos importante, quem toma as decisões finais são os pais, e não os filhos. Com a escolha nas mãos, ela sempre vai tender para algo de mastigação mais fácil e paladar agradável, como macarrão ou bife com batata frita.

Para que isso não aconteça, os pais precisam se manter firmes para dizer que neste momento a refeição é aquela e pronto. E, claro, da outra vez tentar fazer a mesma cenoura da salada, só que cozida.

A criança precisa ter contato com o mesmo alimento por mais ou menos 12 vezes até ela dizer que realmente não gosta. Portanto, firmeza, paciência e persistência são as palavras mágicas aqui.

Confira esses outros conteúdos que produzi sobre alimentação infantil:

Referências

Kids and Food: 10 Tips for Parents. Nemours KidsHealth, 2021.

13 Nutritionist-Approved Tips for Feeding Kids. Parents, 2023.

Parceiro:

Sair da versão mobile