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Qual a importância do magnésio para a saúde?

O magnésio (Mg) é o quarto elemento mais abundante no corpo humano, e não é à toa: esse mineral participa de uma série de funções no nosso organismo, desde a constituição dos ossos até o metabolismo de nutrientes. Mas afinal, qual é a importância do magnésio para a saúde?

Neste artigo, você irá entender de onde vem o magnésio, quais são as recomendações de consumo, e qual papel ele exerce na nossa saúde.

Alimentos ricos em magnésio 

O magnésio é um mineral muito abundante na alimentação. Suas principais fontes alimentares incluem:

Entretanto, alguns métodos de processamento, como a fervura e o refinamento, diminuem o teor de magnésio dos alimentos. Por isso, para obter um maior teor do mineral, recomenda-se ingerir vegetais crus e grãos integrais.

Na tabela a seguir, confira a quantidade de Mg em alguns alimentos ricos nesse mineral.

Alimento (100 g) Quantidade de Magnésio (mg)
Cacau em pó 499
Castanha do Brasil 323
Amêndoa 270
Semente de abóbora 262
Avelã 173
Amendoim 170
Leite em pó 77,1
Espinafre cru 72,0
Couve manteiga crua 42,8
Feijão preto cozido 40,4
Tofu 38,2
Banana 31,0
Arroz integral cozido 22,8
Peixe cozido 22,2
Quiabo 22,0
Beterraba crua 21,7
Abacate 17,0

Cerca de 30 a 45% do magnésio dietético é absorvido, e o restante é excretado pelas fezes. Em geral, nosso corpo armazena 25g de magnésio, principalmente no tecido ósseo (60 a 65%) e no tecido muscular (27%). 

Enquanto o consumo de alimentos FODMAPs, fontes de vitamina B6 e de vitamina D aumentam sua biodisponibilidade, outras substâncias tendem a reduzi-la, tais como: fitatos, oxalatos, fósforo, e ingestão elevada de cálcio. 

Qual é a função do magnésio no corpo humano?

O magnésio atua em diversas funções do organismo, sendo um nutriente de extrema importância para os seres humanos. As principais funções do magnésio são descritas a seguir.

Integridade óssea

Em conjunto com o cálcio e o fosfato, o magnésio é constituinte essencial da estrutura óssea. Dentre outras funções, ele atua na regulação da ossificação, na fixação de cálcio, etc. 

Cofator enzimático

O magnésio atua como cofator em em mais de 100 reações enzimáticas, ou seja, todas as reações que envolvem a utilização e transferência de ATP. Estas incluem a síntese de DNA e RNA, síntese de proteínas e gorduras, transporte iônico, entre outras.

Saúde cardiovascular

Muitos estudos encontraram uma associação positiva entre o consumo de magnésio, e o menor risco de hipertensão. Além disso, a deficiência do mineral está ligada ao aumento da pressão arterial e à aterosclerose. 

Sugere-se que a proteção cardiovascular exercida pelo magnésio estaria ligada à regulação das vias enzimáticas e metabólicas cardíacas, dentre outros mecanismos protetores. 

Saúde mental

O magnésio é conhecido como um agente neuroprotetor, pois é essencial para a transmissão nervosa e está envolvido na formação de fosfolípidos de membrana. Assim, diversas enfermidades ligadas à saúde mental podem ser beneficiadas com a ingestão adequada de magnésio, tais como a enxaqueca, o AVC, a depressão e a ansiedade. 

Proteção contra doenças respiratórias

Inúmeras evidências apontam o magnésio como um nutriente chave na proteção contra doenças respiratórias, tais como asma, pneumonia e até Covid-19. Isso se dá por conta de seus efeitos antioxidantes e antiinflamatórios nas lesões pulmonares, além da inibição da contração do músculo liso das vias aéreas. 

Sistema imunológico

O magnésio contribui para a regulação da resposta imunológica. Por outro lado, baixos níveis desse elemento estão associados a uma inflamação crônica de baixo grau, com mecanismos que envolvem a desregulação do cálcio e o desequilíbrio redox. 

Desempenho muscular

O magnésio está envolvido no metabolismo energético, na função cardiorrespiratória e nas ações musculares. Por esse motivo, diversos estudos sugerem que o mineral poderia beneficiar índices de desempenho muscular em exercícios aeróbicos e anaeróbicos. 

Magnésio: recomendações nutricionais

As recomendações nutricionais para o magnésio são altamente variáveis, de 30 a 420 mg/dia, a depender do sexo, gestação e lactação. 

Porém, de modo geral, a recomendação diária (RDA) é de 400 a 420 mg/d para homens adultos, e 310 a 320 mg/d para mulheres adultas

Para situações de arritmias cardíacas e diarreia, a necessidade pode aumentar para 600 a 1.200 mg/dia.

O que a falta de magnésio pode causar? 

A falta de magnésio pode resultar em perturbações em quase todos os órgãos. Os primeiros sinais de deficiência incluem fraqueza, perda de apetite, fadiga, náuseas e vômitos

À medida que a deficiência piora, há presença de contrações e cãibras musculares, dormência, formigamento, espasmos coronários, ritmos cardíacos anormais e convulsões. 

Já a deficiência grave pode resultar em hipocalcemia (baixos níveis de cálcio) ou hipocalemia (baixos níveis de potássio), além de doenças como osteoporose, distúrbios cardiovasculares, problemas neurológicos, diabetes e tumores.

Cerca de 60% dos adultos têm uma ingestão insuficiente de magnésio através da dieta. Em alguns casos, pode haver necessidade de suplementação. Sugere-se que doses de 200 mg/dia de magnésio são suficientes para manter as concentrações séricas acima de 0.85 mmol/L, quando a deficiência já não está mais presente. 

Conclusão

Em resumo, o magnésio desempenha um papel vital em várias funções do corpo humano, e sua deficiência pode gerar complicações potencialmente fatais.

Desse modo, recomenda-se que uma alimentação saudável e balanceada seja priorizada, a fim de manter os níveis adequados desse mineral tão importante, mas pouco mencionado.

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Referências:

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Monteiro, Thaís Helena Magnésio / Thaís Helena Monteiro, Helio Vannucchi, Bruna Morais Faleiros de Paula. — 2. ed. — São Paulo : ILSI Brasil-International Life Sciences Institute do Brasil, 2017. — (Série de publicações ILSI Brasil : funções plenamente reconhecidas de nutrientes ; v. 16) 

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