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O uso de contraceptivos orais pode interferir na saúde intestinal?

A pílula anticoncepcional, um dos medicamentos mais utilizados pela população feminina, pode ter efeitos que ultrapassam a contracepção, como influenciar a composição da microbiota intestinal.

O hormônio (estrógeno em sua maioria), ao transitar em nosso corpo, invariavelmente passa pelo intestino. É possível que a interação do hormônio com a microbiota intestinal implique em maior risco de desenvolver doenças inflamatórias intestinais (DII) (incluindo doença de Crohn – DC e colite ulcerativa – RCU) e alterações no sistema imunológico (SI), em mulheres da faixa de 15 a 44 anos (maior público em uso de anticoncepcionais), e mulheres em tratamento hormonal para menopausa.

Os mecanismos envolvidos nesta associação ainda não são claros, mas, acredita-se que o estrogênio oral possa modificar a permeabilidade intestinal, fator importante na patofisiologia das DII. Além disso, os hormônios exógenos podem agir sobre o sistema imunológico, ao favorecer processos inflamatórios mediados pelas linfócitos T helper 1 e 2. Em meta-análise, realizada por Cornish e colaboradores, que incluiu 14 estudos e 75.815 mulheres, observou-se maior risco de desenvolvimento de DC (P = 0,002) e RCU (P=0,001) entre as mulheres que utilizavam contraceptivos orais (CO).

O uso de CO, por longos períodos, pode resultar em maior risco de desenvolvimento de DII, e implica na necessidade de maiores cuidados para manter a saúde intestinal de mulheres que utilizam esses medicamentos. Conhecer a microbiota intestinal por meio de seu sequenciamento genético pode ser uma medida profilática nesta condição frequente.

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