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Qual é o papel da microbiota na progressão da artrite?

A composição da microbiota intestinal influencia o funcionamento do sistema imunológico. Condições de disbiose, estabelecidas pelo sequenciamento genético por 16srRNA da microbiota intestinal, estão associadas a processos inflamatórios e mesmo doenças reumatológicas como artrite, psoríase e espondilite. Em indivíduos com pré-disposição a eventos autoimunes, disbiose pode promover imunodiferenciação adaptativa, com ativação de células Th17, mobilização de antígeno, e geração de sinais estimulantes de processo inflamatório. Esse processo é, de início, local e de baixa intensidade, mas pode evoluir para respostas sistêmicas e associadas ao desenvolvimento de doenças reumatológicas.

Concentrações elevadas de bactérias do gênero Prevotella, o que pode estar associado à maior ingestão de carboidratos, potencializa processos inflamatórios, sendo essa bactéria uma das mais associadas ao desenvolvimento da artrite reumatoide e espondilite. O quadro de psoríase, por sua vez, pode estar relacionado à diminuição das concentrações de Akkemansia e Ruminococcus.

Considerando o impacto da microbiota no desenvolvimento e progressão das doenças reumatológicas, terapias direcionadas às bactérias intestinais fazem parte da estratégia antirreumática há muitas décadas, como o uso de antibióticos ou mesmo o transplante fecal. O tratamento da disbiose com produtos probióticos seria uma alternativa, mas ainda poucos estudos comprovam esse efeito. Evidências mais robustas existem acerca da utilização de produtos com propriedades imunomoduladoras (polissacarídeos, proteínas e ácidos graxos de cadeia curta) e ômega-3 como opção de tratamento e prevenção dessas doenças.

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