Há um tipo de açúcar mais saudável?

Postado em 14 de setembro de 2022 | Autor: Dr. Dan Linetzky Waitzberg

De mãos bem dadas com o sabor, mas cheio de ressalvas quando o assunto é saúde, o açúcar é um dos alimentos com diversas apresentações e opções disponíveis no mercado. Mas qual delas é mais saudável ou menos nociva ao organismo?

Segundo a ANVISA, açúcar é todo produto obtido pelo processamento industrial da cana-de-açúcar (Saccoharum officinarum) ou da beterraba (Beta alba, L.). As diferenças correm pela quantidade de sacarose, um carboidrato muito presente em sua composição.

A classificação inclui o açúcar cristal, refinado, demerara, mascavo, de confeiteiro e, mais recentemente, açúcar light e açúcar de coco.

Refinado, demerara, mascavo… afinal existe um açúcar mais saudável?

Foto: Shutterstock.com

Apesar de ter a mesma origem, os açúcares se diferem de acordo com o grau de processamento que influencia o sabor, cor e composição nutricional.

Veja as principais diferenças a seguir:

– Açúcar mascavo: é a primeira forma de extração do açúcar, extraído a partir do cozimento do caldo de cana. Tem cor mais escura e sabor mais encorpado, próximo ao sabor da própria cana, e preserva os minerais: cálcio, ferro, zinco, magnésio e potássio.

– Açúcar demerara: produzido a partir do melado da cana, passa por um processamento leve, mas não recebe aditivos químicos. Como resultado, temos um açúcar de grãos marrom claros, com valor nutricional muito parecido ao do açúcar mascavo. Pode, ainda, ser encontrado na forma orgânica, proveniente de safras que não receberam defensivos agrícolas.

– Açúcar cristal: é retirado do caldo da cana que passa por purificação, evaporação, cristalização, centrifugação e secagem. Como resultado, obtemos cristais grandes e transparentes, que servem de base para produção do açúcar refinado e de confeiteiro. Durante o processamento, perde-se cerca de 90% de suas vitaminas e minerais.

– Açúcar refinado ou açúcar branco: trata-se de um açúcar que passou por refinamento, com uso de aditivos químicos, como enxofre, para obter a coloração branca. No processo, há perda de vitaminas e minerais e o refinamento pode originar também o açúcar de confeiteiro, que possui grãos ainda mais finos.

Açúcar de coco: é um tipo de carboidrato extraído do fluido das flores da palma de coco e não passa por refinamento, por isso há preservação de vitaminas e minerais, como potássio, magnésio, zinco, ferro, vitaminas B1, B2, B3 e B6.

– Açúcar light ou açúcar fit: trata-se de uma combinação de açúcar refinado e adoçantes artificiais (ciclamato de sódio, sucralose, sacarina sódica). A principal diferença com relação aos demais tipos de açúcar acontece pelo menor valor calórico, no entanto, assim como o açúcar refinado, não contém vitaminas e minerais.

Atenção! Apesar das diferenças citadas aqui, com exceção do açúcar light, todos os outros açúcares possuem quase a mesma quantidade de calorias por grama de peso, e devem ser consumidos com moderação.

Aliás, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o consumo de açúcar não ultrapasse 10% da ingestão calórica total, ou seja, considerando um adulto saudável, o consumo deve ser de, no máximo, 50g ao dia, cerca de 10 colheres de chá. Mas, vamos lembrar que a conta considera todos os alimentos consumidos que tenham açúcar em sua composição.

Já é bem conhecida a relação entre alto consumo de açúcar e aumento de doenças crônicas, como diabetes, obesidade e síndrome metabólica, mas pesquisadores japoneses, recentemente, demonstraram haver uma associação também com sintomas de depressão. Os autores avaliaram o consumo alimentar de 3.963 mulheres jovens e 3.826 mulheres com 65 anos ou mais e observaram que mulheres jovens que consumiram mais açúcar apresentaram pontuação mais alta na escala de avaliação de sintomas depressivos.

Para saber mais a respeito de outros tipos de açúcar, incluindo os que são adicionados de forma “escondida” em outros alimentos, acesse a coluna na íntegra pelo site da Veja Saúde!

Referências bibliográficas:

Alimentação saudável. OPAS, 2022.

Huan Y. et al. Association between Dietary Patterns Reflecting C-Reactive Protein and Metabolic Syndrome in the Chinese Population. Nutrients, 2022.

Aya F. et al. Cross-Sectional Associations of Intakes of Starch and Sugars with Depressive Symptoms in Young and Middle-Aged Japanese Women: Three-Generation Study of Women on Diets and Health. Nutrients, 2022.

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