Chocolate faz bem para o cérebro?

Postado em 8 de abril de 2020 | Autor: Cristiane Verotti

O aprimoramento das habilidades mentais tornou-se um desafio científico fascinante nos últimos anos, sendo impulsionado pelo interesse em prevenir o declínio cognitivo ligado à idade. E, mais recentemente, o cacau e seus derivados demonstraram claramente exercer benefícios cardiovasculares, por serem fontes ricas de flavonoides (principalmente a subclasse de flavanóis).

Por meio de uma variedade de ações biológicas diretas e indiretas, em parte ainda especulativas, o cacau e seus alimentos derivados têm o potencial de combater o declínio cognitivo e manter as habilidades ligadas à mente, particularmente entre os pacientes em risco.

Os flavonoides (antioxidantes presentes naturalmente no chocolate) aumentam o fluxo sanguíneo na região cerebral responsável pela memória. Além disso, o consumo desse antioxidante encontrado naturalmente no cacau pode ajudar a melhorar funções cognitivas, como o raciocínio.

Mais benefícios do chocolate

O chocolate também possui outros ingredientes funcionais, como a metilxantina, a cafeína e a teobromina, com o potencial de influenciar a função neurológica no cérebro. No entanto, em relação à quantidade total de flavanoides, as concentrações de cafeína e teobromina no cacau e no chocolate foram consideradas inferiores às necessárias para exercer uma ação farmacológica significativa.

Os flavonoides do cacau também trazem benefícios para a saúde do coração e podem aumentar a quantidade de sangue presente no giro denteado, uma área específica do cérebro. Essa estrutura é particularmente afetada pelo envelhecimento e é uma potencial fonte para a perda de memória em humanos.

O consumo de 20 gramas de chocolate ao dia – sobretudo o amargo, 70% cacau, que é mais rico em flavonoides – traz esse benefício. Pesquisas que investigam as relações entre cacau e cognição mostram melhorias dependentes da dose na saúde cerebral em geral, além de atenção, velocidade de processamento e memória de trabalho.

Além disso, a administração de flavonoides de cacau pode ser capaz de melhorar o funcionamento normal do cérebro e exercer um papel protetor na função cardiovascular que é especificamente prejudicada pela perda de sono em indivíduos saudáveis.

Juntas, essas informações levam a acreditar que o cacau pode ser uma ferramenta interessante para proteger a cognição humana e combater diferentes tipos de declínios nessa área, incentivando novas investigações.

Pesquisas futuras devem incluir projetos experimentais complexos que combinem técnicas de neuroimagem com medidas fisiológicas e comportamentais para melhor elucidar as propriedades do cacau e comparar diretamente efeitos cognitivos imediatos com os efeitos duradouros.

 

Referências bibliográficas:

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