O diabetes é uma doença caracterizada pela elevação dos níveis glicêmicos, devido à baixa produção de insulina ou à dificuldade de sua ação. E tem como tratamento o uso de medicamentos, insulina, mudança do estilo de vida e controle alimentar.
O nutriente que mais afeta a glicemia sanguínea é o carboidrato, pois 100% do consumo desse nutriente vira glicose entre 15 minutos e duas horas. Os carboidratos, também chamados de glicídios ou hidrato de carbono, são encontrados em pães, biscoitos, cereais, farinhas, batata, mandioca, massas, arroz, grãos, leguminosas, frutas, leites, iogurtes, mel, açúcar e doces em gerais. Mas podem estar junto de preparações que contem com outros nutrientes, proteínas e gorduras, como pizzas, sorvetes ou chocolates.
Como método de tratamento temos a contagem de carboidratos, que é uma estratégia nutricional com objetivo de contar os carboidratos dos alimentos consumidos nas refeições para ajustar a quantidade de insulina a ser aplicada e, assim, manter a glicemia dentro da normalidade. Essa técnica permite ao paciente com diabetes tipo 1 maior flexibilidade em sua alimentação, de acordo com seu estilo de vida.
Como funciona a contagem de carboidratos?
Para realizar a contagem de carboidratos, o paciente deverá contar com ajuda profissional, para que ele seja orientado e motivado. É importante que o paciente passe por uma avaliação nutricional, para determinação das calorias necessárias por dia e definição da quantidade de carboidratos que deverá ser consumida em cada refeição. Essa quantia é individual e calculada a partir da distribuição de calorias do dia.
O próximo passo é escolher que método de contagem será utilizado. Existem dois métodos:
Método de substituições (ou escolhas) de carboidratos
Os alimentos são agrupados em uma lista de equivalentes em quantidades de carboidratos, com uma porção de cada grupo contendo em média 15 gramas de carboidratos (8 a 22 gramas).
Método de gramas de carboidratos
Consiste em somar os gramas de carboidratos de cada alimento, obtendo-se informações em tabelas especializadas e rótulos dos produtos. É importante lembrar que o peso do alimento (em gramas) é diferente do peso (também em gramas) de carboidratos daquela porção.
Foco nos alimentos
Dentre os alimentos, é preciso ter atenção com os legumes e verduras, pois possuem pequena quantidade de carboidrato e muitas vezes podem ter consumo livre. As carnes possuem em sua composição as proteínas em maior parte, porém cerca de 15 a 30% das proteínas se convertem em carboidratos, então, a cada três porções de carne, é necessário contar 15 g de carboidratos.
A ingestão de bebidas alcoólicas sem alimentos pode provocar hipoglicemias tanto em pessoas que usam insulina como naquelas que utilizam hipoglicemiantes orais. O limite de ingestão diária recomendado é de duas porções para homens e uma porção para mulheres. Uma porção equivale a 360 ml de cerveja (uma lata pequena), 45 ml de destilados ou 150 ml de vinho (uma taça).
O mais importante é acompanhar com orientação profissional e monitoramento frequente, principalmente no início do tratamento, para ajustar a quantidade de carboidrato e a dose de insulina. O ideal é fazer uma glicemia antes e outra duas horas após cada refeição.
Para ajudar na contagem, a Sociedade Brasileira de Diabetes também disponibiliza um app gratuito para que os pacientes possam baixar e consultar. Já está disponível para iOS e Android – acesso rápido e fácil aos mais de 1.300 alimentos disponibilizados.
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É nutricionista pós graduada em Terapia Nutricional e Nutrição Clínica pelo Ganep Educação, Mestranda em Ciências em Gastroenterologia com ênfase em composição corporal do idoso na Faculdade de Medicina da USP, tutora do Ganep Educação. É colunista convidada do Nutritotal Público Geral, tem em sua trajetória a área clínica hospitalar, atendimento em homecare e consultório, acredita que a nutrição através da alimentação é importante para promoção da saúde e da qualidade de vida!