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Como deve ser a nutrição para pessoas com doença de Crohn?

Postado em 8 de setembro de 2021 | Autor: Redação Nutritotal

Gabrielle Costa

Gabrielle Carassini Costa* é nutricionista

A doença de Crohn (DC) é um tipo de doença inflamatória intestinal. Ela pode ser considerada uma desordem séria, capaz de acometer todo o sistema gastrointestinal, da boca ao ânus, mas acaba afetando principalmente as regiões do íleo terminal (no intestino delgado) e do cólon (no intestino grosso).

A DC se caracteriza por ocorrer em períodos de crises agudas, que se alternam com o equilíbrio do corpo, causando diarreia, perda de peso, febre, cólica abdominal e manifestações extra intestinais. Os sintomas variam de leves a graves, mas de modo geral, as pessoas com doença de Crohn podem ter uma vida normal.

O que preocupa muita gente que tem a doença ou que conhece alguém que a possui é uma possível desnutrição que pode ser decorrente da resposta inflamatória do sistema. Isso ocorre por conta de hábitos como uma ingestão oral inapropriada, redução da absorção ao longo do dia e deficiências nutricionais. Esses fatores exercem um efeito negativo na evolução clínica de pacientes com esse tipo de doença.

A desnutrição em pacientes com DC pode ser identificada pela perda de elementos importantes para o organismo que estejam relacionados às proteínas e à energia do corpo. A redução da ingestão alimentar nesses indivíduos também é resultante do medo de desencadear uma dor abdominal ou diarreia, ou ainda por restrições dietéticas seguidas na fase aguda da doença.

Além da ingestão via oral insuficiente, a desnutrição pode ser causada pelo aumento das perdas ou da má absorção comparada ao tamanho da área inflamada no sistema gastrointestinal, além de cirurgias de retiradas de partes do intestino, fístulas, hipercrescimento bacteriano, estreitamentos do intestino, entre outros, que resultam na redução funcional da área de absorção intestinal e podem até acelerar o trânsito intestinal.

Nutrição para quem tem doença de Crohn

Como forma de tratamento, é recomendado seguir uma terapia nutricional que corrija a desnutrição, repare as deficiências nutricionais e reverta suas consequências metabólicas. Ela pode ser por via oral, por via enteral ou por via venosa (parenteral):

Nutrição por via oral

Durante a fase aguda da DC, recomenda-se que a dieta seja hipercalórica, hiperproteica e com poucas gorduras. Evite leite e derivados, assim como excesso de açúcar e fibras nessa fase, pois os mesmos têm efeitos fermentativos e pioram a diarreia. Conforme for melhorando, retorne à dieta normal, balanceada e sem grandes restrições. Suplementos alimentares e vitamínicos podem ser necessários.

Nutrição por via enteral

É o nome dado ao tipo de nutrição feita para pacientes que não conseguem se alimentar totalmente pela boca e é feita através de uma sonda passada no trato gastrointestinal . Ela é muito eficiente em promover a melhora do estado nutricional quando comparada ao tratamento farmacológico para a DC. A nutrição enteral é utilizada com sucesso, principalmente nas crianças. E como tratamento primário, tem efeito vantajoso no processo inflamatório, tratando a desnutrição e evitando os efeitos colaterais dos medicamentos do tratamento.

Nutrição por via venosa (parenteral)

É indicada nos casos em que a nutrição enteral não é possível (por conta da obstrução intestinal, intestino curto com má absorção grave, distúrbios graves, entre outros). Possui os mesmos benefícios das outras nutrições apontadas.

 

*Gabrielle Carassini Costa é nutricionista do Ganep Nutrição Humana. Coordenadora técnico-administrativa da EMTN do Hospital BP Mirante. Especialista em Nutrição Enteral e Parenteral pela BRASPEN com especialização em Nutrição Clínica pelo Ganep Nutrição Humana.

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