Caracterizado por um maior consumo de frutas, vegetais, grãos e cereais integrais, sem excluir o consumo de carne, o flexitarianismo é considerado um dos melhores padrões alimentares no mundo. Isso porque, é uma alimentação rica e que promove saúde individual e ambiental.
A flexibilidade em relação ao consumo de carne, que é menor e com menos frequência, dá o nome à dieta e também aumenta a adesão de quem quer se alimentar melhor ou diminuir o consumo de carne por quaisquer motivos. Saiba mais sobre como funciona essa dieta:
Motivações da dieta flexitariana
A dieta flexitariana pode ser uma opção para quem quer iniciar a transição para o vegetarianismo ou veganismo, sem fazer a mudança de maneira abrupta. A proposta da dieta tem as mesmas motivações associadas a esses padrões: prevenção de doenças, cuidado com o meio ambiente e promoção do bem-estar animal.
Ao aprofundar mais o conhecimento sobre essa dieta, observa-se que embora proponha a redução do consumo geral de carne também pode sugerir a redução de carnes específicas, facilitando ainda mais a adesão, como:
- Reduzir somente o consumo de aves
- Diminuir apenas o consumo de carne bovina e ovina (carneiro, cordeiro e ovelha) para uma porção por semana
- Reduzir pela metade o consumo de todos os tipos de carnes
Por que essa dieta é boa para a saúde?
Comer mais frutas, legumes, verduras, grãos e cereais integrais é a regra básica de qualquer alimentação saudável. E como a dieta flexitariana propõe isso, já é esperado que ela traga alguns benefícios à saúde.
Mas, além desses alimentos, a redução no consumo de carne, em especial a vermelha, é um dos principais pontos positivos desse padrão dietético. As carnes em geral, mas principalmente as de vaca, porco, cordeiro e vitela, quando consumidas em excesso, aumentam os riscos para doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, doenças do coração, AVC e câncer.
Pesquisas também demonstram que a redução da carne na alimentação e um maior consumo de vegetais promove:
- Perda e manutenção de peso a longo prazo
- Prevenção de síndrome metabólica
- Maior diversidade de bactérias e melhor funcionamento intestinal
E para o meio ambiente vale destacar que a produção de carne para atender a demanda da população que consome esse alimento responde por grandes impactos ambientais, como o desmatamento para áreas de pasto e a produção de gases de efeito estufa advindos das flatulências dos animais ruminantes.
Então, aderir a essa alimentação parece uma boa escolha para você, o meio ambiente e as gerações futuras.
Como praticar essa dieta?
A dieta flexitariana pode ser adotada por qualquer pessoa, em qualquer fase da vida. Ela requer adaptações simples para manter um consumo adequado de todos os nutrientes.
Algumas dicas que podem ajudar:
- Controlar o consumo de carne vermelha, comer 1 porção por semana
- Variar as fontes proteicas, por exemplo, incluir peixes selvagens na dieta
- Moderar os alimentos de origem animal, como ovos, leite e derivados
- Usar as leguminosas (feijões, ervilha, lentilha, grão-de-bico e soja) como fontes de proteínas e outros nutrientes
- Priorizar os cereais integrais (arroz integral, aveia, cevada e quinoa)
- Conhecer mais frutas, legumes e verduras para não enjoar e consumir mais
- Utilizar ervas e especiarias naturais para potencializar o sabor dos vegetais
O ideal é que, ao escolher esse tipo de dieta, um nutricionista seja consultado, já que a exclusão de alimentos de origem animal pode resultar em deficiências de alguns nutrientes, como ferro, zinco e vitamina B12.
Mas, saiba que quando bem ajustada, a dieta flexitariana é segura e pode trazer todos os benefícios que citamos.
*Este texto foi produzido pelo Nutritotal Para Todos em parceria com a revista Veja Saúde
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*Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.
Referências
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