Descubra agora qual é a verdadeira chave para que o processo seja mais fácil para você
Emagrecer com saúde nos dias de hoje está sendo, cada vez mais, um desafio em meio a tantas dietas consideradas “milagrosas” que as pessoas apostam em sua rotina. Anualmente, milhões de indivíduos se submetem a programas de redução de peso, uma vez que os hábitos alimentares da população estão inadequados.
Mas afinal, como emagrecer com saúde? É melhor que o processo seja rápido ou devagar? Do ponto de vista emocional e estético, é motivador conseguir emagrecer de forma rápida, pois leva o indivíduo a se manter focado no programa e na mudança de estilo de vida.
Contudo, é preciso se conscientizar de que a manutenção desse estilo de vida é o verdadeiro motivo para que o peso não se estagne, o que chamamos de efeito platô. Mas esse fator não é igual para todas as pessoas.
Cada organismo tem as suas particularidades sendo que, para algumas pessoas, emagrecer lentamente pode ser mais vantajoso do que rapidamente. O importante é saber sustentar o estilo de vida saudável. Por isso, a educação alimentar é a chave para que o processo seja mais fácil, leve e sem terrorismo nutricional.
O que a ciência já sabe para emagrecer com saúde
Pesquisadores de um estudo publicado no BMJ Diabetes & Endocrinology (Purcell et al., 2014) avaliaram os efeitos de programas de emagrecimento rápido e lento em indivíduos obesos. Para isso, recrutaram 204 pessoas obesas com Índice de Massa Corpórea (IMC) de 30 a 45 kg/m².
Todos os participantes foram selecionados em um programa para perda de peso com o objetivo de perder 15% do peso inicial. Em um modelo de sorteio, um grupo foi para o programa com 12 semanas de duração com emagrecimento rápido, e outro com 36 semanas (emagrecimento lento).
Os resultados no final da intervenção mostraram que 81% dos participantes que realizaram o programa “rápido” haviam perdido mais de 12,5% do peso, e do programa “lento”, esse objetivo foi atingido por apenas 51% das pessoas. Após essa fase, todas as pessoas que perderam mais de 12,5% do peso, em ambos os programas, foram colocadas em um protocolo de manutenção de peso por um período longo de 144 semanas.
Ao final desse programa, praticamente todas as pessoas tinham engordado novamente. As porcentagens foram: 71% do grupo de emagrecimento lento contra 76%, daquele que emagreceu rapidamente. Essa diferença é considerada insignificante, mostrando que a velocidade de perda de peso é totalmente relativa e não existe uma verdade absoluta.
A “melhor dieta” para emagrecer com saúde é aquela que o indivíduo consegue sustentar em sua vida. Não adianta fazer restrições severas com sofrimento, perder o peso desejado, mas não cuidar do psicológico e voltar a comer tudo novamente.
Precisamos estimular a consciência de que não existem alimentos vilões ou heróis, e que a chave para um corpo saudável é aprender a comer de tudo, em frequências e quantidades adequadas. Esse é o ponto para, realmente, emagrecer com saúde!
*Roberta Lara é proprietária e responsável técnica do Instituto de Nutrição Roberta Lara. Mestre e doutora em Investigação Biomédica, na área de Concentração Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP). Pesquisadora colaboradora do Laboratório de Genômica Nutricional (LABGEN) da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Membro do Núcleo de Nutrição e Saúde Cardiovascular do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Membro do Comitê Científico Consultor Institucional Life Sciences Institute (ILSI).
Referências bibliográficas:
PURCELL, K. et al. The effect of rate of weight loss on long-term weight management: a randomised controlled trial. BMJ Diabetes & Endocrinology, v. 2, n. 12, 2014.
ALMEIDA, J. Revisão sistemática de dietas de emagrecimento: papel dos componentes dietéticos. Arq Bras Endocrinol Metab., v. 53, n. 5, 2009.