Por meio de técnicas como mindful eating e meditação, você pode aprender como levar a vida de maneira mais saudável
Depois de terminar um namoro, o pote de sorvete é o seu melhor amigo? Ou quando você briga com alguém, abre o primeiro pacote de salgadinhos que encontra para compensar a raiva? Essa forma de descontar as emoções na comida (especialmente as negativas, como a tristeza, a solidão e o estresse) pode acabar afetando não só sua dieta como sua saúde, tanto física quanto mental.
Segundo um estudo feito na Universidade de Bournemouth, no Reino Unido, a comida é um meio acessível e prazeroso para o ser humano e, por esse motivo, as emoções são abstraídas enquanto comemos. Os cientistas apontaram que há uma maior sensação de contentamento com uma refeição rica em gorduras e alta quantidade de calorias, enquanto ingerir pouco carboidrato deixa as pessoas mais insatisfeitas. Além disso, refeições ricas em proteínas também levam a uma sensação de satisfação, o que pode explicar a vontade maior de se comer pratos como churrasco ou comida japonesa, por exemplo.
De acordo com a nutricionista e PhD do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP, Marle Alvarenga, é importante destacar que todos comem influenciados por emoções, mas quando se fala em “comer emocionalmente”, estamos nos referindo ao comer pelo fato de não se conseguir lidar com as emoções. E, nesses momentos, ela explica que o ideal seria até não comer se não há fome física (para saber diferenciar a fome física da emocional, experimente o teste Escala da Fome).
Com a ajuda da nutricionista e de estudos, listamos outras estratégias para aprendermos a não descontar as emoções na comida. Confira a seguir:
Conteúdo
Nada de descontar emoções na comida – estratégias que funcionam
Avalie a sua emoção
Marle Alvarenga explica que é importante refletir e avaliar sobre o que você está sentindo de verdade: é fome ou é uma emoção? Se for uma emoção, é preciso então dar nome a ela e pensar o que pode ser feito para lidar diretamente com ela. Às vezes, comer por impulso não vai nos satisfazer emocionalmente.
Experimente o mindful eating
Traduzida ao pé da letra como “comer com atenção plena”, esta é uma abordagem pautada em saúde e bem-estar que nasceu do mindfulness e propõe atenção às sensações físicas e emocionais despertadas durante o ato de comer, sem julgamento ou crítica. Colocar a prática no seu dia a dia pode te ajudar a lidar melhor com seus sentimentos relacionados aos alimentos.
Comece a meditar
A prática, ainda associada à questão do mindful eating, pode auxiliar a ter uma percepção não julgadora das sensações físicas e emocionais associadas ao comer. Ao propor uma atenção plena ao se alimentar, ela pode ajudar justamente a identificar e separar as sensações físicas, como a fome, das emocionais, e a perceber melhor o que o seu corpo está realmente precisando.
Saiba que nenhum alimento vai resolver emoções
O consumo de certos alimentos pode estar associado a liberação de hormônios relacionados ao prazer, mas Marle Alvarenga reitera que a comida pode até provocar emoções ou nos fazer lembrar de outras, mas não resolve nada na prática. Portanto, se não é fome física e sim um comer emocional que você sente, o melhor é não se alimentar naquele momento. “Uma pessoa que ‘briga’ sempre com essas sensações não deve ter alimentos com os quais perde o controle dentro de casa, nem estoques. Ou seja, se alguém está lutando para manter a dieta, não tenha à disposição biscoitos, chocolate e afins por perto”, recomenda a nutricionista.
Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.
Referências bibliográficas:
Marle Alvarenga, nutricionista e PhD do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.
Ganley Richard M. Emotional eating and how it relates to dietary restraint, disinhibition, and perceived hunger. Eating Disorders, 1988.
Hartwell HJ. The relationship between emotions and food consumption (macronutrient) in a foodservice college setting – a preliminary study. Int J Food Sci Nutr, 2013.