Hábito pode estar associado a comportamentos alimentares de longo prazo
Entre o café da manhã e o almoço, você costuma comer alguma coisa para “disfarçar a fome”? E antes do jantar? O ato de beliscar entre as refeições pode ser ruim, mas nem sempre comer entre as refeições resultará em ganho de peso.
O que vai definir se o costume é bom ou ruim se resume em dois fatores: a quantidade e a qualidade dos alimentos. Afinal, existe uma diferença entre fazer um lanchinho leve e programado com o ato de comer grandes quantidades de alimentos ricos em açúcar, gorduras ou que sejam ultraprocessados.
Em países como os Estados Unidos, esses último hábito até mesmo ganhou um nome: grazing, que por aqui no Brasil, acabou sendo traduzido como “beliscar”. Mas como saber se o seu lanche fora de hora se encaixa como “um lanche comum” ou “uma beliscada perigosa”?
Confira a seguir nossos mitos e verdades baseados em estudos científicos para descobrir:
4 mitos e verdades sobre beliscar entre as refeições
Beliscar e fazer um lanche programado é a mesma coisa
Mito. Segundo pesquisas científicas, existe uma diferença grande entre o hábito de comer algo entre as refeições de forma programada em comparação com a “beliscada”. Um lanche programado de manhã ou de tarde ocorre, ao menos, com duas horas de diferença entre a última e a próxima refeição.
Além disso, eles costumam ser opções ricas em nutrientes e com poucas calorias. Como exemplos mais comuns, é possível citar frutas como a maçã e a pera, oleaginosas como nozes e castanhas, além de biscoitos e snacks integrais.
Já quem gosta de “beliscar entre as refeições”, acaba comendo sempre, sem perceber o horário e a qualidade do alimento. Muitas vezes, salgadinhos, bolachas recheadas, chocolates, doces e outros ultraprocessados fazem parte desse cardápio.
Beliscar aumenta a ingestão calórica diária
Verdade. Independentemente do alimento consumido, o aumento da ingestão alimentar descontrolada entre uma refeição e outra acaba resultando em um ganho calórico que pode se transformar em um peso maior. De acordo com índices de alimentação saudáveis, o hábito pode ser ainda mais prejudicial em períodos noturnos e, dependendo da qualidade dos alimentos, pode favorecer o aumento no consumo de sódio e açúcar, aumentando o risco de diabetes e hipertensão em longo prazo.
Saiba mais:o que comer no lanche da madrugada
Pacientes com transtornos alimentares tendem a beliscar entre as refeições com mais frequência
Verdade. De acordo com os cientistas, a prevalência do hábito de beliscar entre as refeições em pacientes que já possuem transtornos alimentares equivale a 58,25% dos casos em quem tem bulimia nervosa; 67,77% em pacientes com compulsão alimentar periódica; e 34,31% em indivíduos com anorexia nervosa.
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Pacientes que fizeram cirurgia bariátrica podem beliscar à vontade
Mito. O paciente submetido a essa cirurgia vai ser orientado no pós operatório a realizar mais refeições, porém, em menores porções, o que é diferente de beliscar. Estudos sugerem que existe um risco de desenvolver transtornos alimentares ou ter uma menor perda de peso após a cirurgia se o paciente ficar beliscando ao longo do dia, ao invés de planejar pequenas refeições até que possa comer menos vezes ao dia, mas um volume alimentar suficiente que supra suas necessidades energéticas.
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*Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.
Referência bibliográfica:
Eliana Z. et al. The effects of grazing on daily caloric intake and dietary quality. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, 2021.
Andreea I. et al. Grazing in adults with obesity and eating disorders: A systematic review of associated clinical features and meta-analysis of prevalence. Clinical Psychology Review, 2017.
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