Bebidas alcoólicas: excesso aumenta o risco de doença do esôfago

Postado em 12 de dezembro de 2022 | Autor: Redação Nutritotal

O consumo excessivo de álcool é fator de risco para o desenvolvimento de doenças do esôfago.

O hábito de consumir bebidas alcoólicas, de forma eventual ou diária, há muito tempo está presente na sociedade, muito em razão da presença de substâncias psicoativas, capazes de estimular determinadas regiões do sistema nervoso. Porém, muito se discute sobre as complicações que o seu consumo exagerado pode trazer.

Álcool doença esôfago

Bebidas alcoólicas: excesso aumenta o risco de doença do esôfago | Imagem: shutterstock

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 200 doenças e lesões possuem o álcool como fator de risco ou causa. Entretanto, a influência e o papel do consumo de álcool no desenvolvimento de doenças esofágicas ainda é controverso.

Influência do álcool em doenças do esôfago

As doenças do esôfago, como a doença do refluxo esofágico, estão entre as complicações mais comuns do sistema gastrointestinal e o número de pessoas afetadas por elas continua crescendo. Portanto, é evidente a importância de buscar fatores relacionados à sua prevenção, uma vez que as doenças do esôfago diminuem a qualidade de vida e podem desencadear complicações mais severas.

Pensando nessa questão e na falta de clareza acerca do efeito do álcool sobre essas doenças, um grupo de cientistas acompanhou um grupo de pessoas durante 1 ano para investigar a influência do consumo de álcool no desenvolvimento de doenças esofágicas, incluindo a frequência e quantidade de consumo, de acordo com o sexo.

Quantidades e frequência

Os pesquisadores observaram que o consumo de álcool foi um fator de risco para o desenvolvimento de doença no esôfago quando acima de 70 gramas por semana em homens e 140 gramas por semana em mulheres, tendo estes indivíduos menos de 50 anos.

*Essas quantidades são equivalentes a 7 e 14 copos de chope semanais, respectivamente, ou a 3 e 6 doses semanais de destilados como uísques, vodkas e pingas.

Além disso, observou-se que consumir álcool todos os dias tornou-se um fator de risco para o desenvolvimento de doenças esofágicas, independentemente da quantidade ingerida.

Vale ressaltar que em indivíduos com mais de 50 anos esse risco pode ser aumentado. O declínio do metabolismo do álcool, bem como das defesas do organismo no esôfago e o aumento do consumo ao passar da idade sugerem que o risco dessas doenças seja aumentado conforme a idade também aumenta.

Tipos de bebidas alcoólicas

Embora muitos relatórios tenham indicado a associação entre o consumo exagerado de álcool e o desenvolvimento de doenças esofágicas, independentemente do tipo de bebida alcoólica que seja consumida, estudos anteriores sugerem um efeito benéfico, em doses controladas, do consumo de certas bebidas.

Estudos conduzidos com doses pequenas e controladas de vinho e cerveja light indicam que o consumo moderado dessas bebidas pode ser associado à diminuição da gravidade dos sintomas. Suas propriedades antioxidantes podem induzir um efeito benéfico, já que as alterações causadas por essas doenças se relacionam com o aumento da ativação de vias inflamatórias no organismo.

Complicações do excesso de álcool

O consumo exagerado de álcool é fator de risco para uma série de complicações, envolvendo o próprio indivíduo, pessoas próximas e a sociedade como um todo.

Por sua característica tóxica, a bebida alcoólica torna-se fator de risco para doenças crônicas não transmissíveis, como cirrose hepática, doenças cardiovasculares, diabetes e inúmeras outras.

Devido ao seu efeito psicoativo e seu alto poder de dependência do usuário, o excesso de álcool é responsável muitas vezes por causar distúrbios mentais e comportamentais. Dessa forma, impacta todos a sua volta, aumentando o risco de acidentes de trânsito, violência, comportamentos agressivos e até suicídios.

Dose Segura

A OMS afirma que não existe uma dose de álcool diária que seja totalmente segura, porém recomenda que não seja ultrapassado o limite de duas doses de 10g de álcool puro por dia, e que sejam consumidos, no máximo, 5 dias por semana.

Traduzindo essa dose segura diária em quantidades de bebidas conhecidas, temos:

  • 2 copos de chope 300 mL – equivalente a 360 Kcal
  • 1 lata de cerveja de 350 mL – equivalente a 142 Kcal
  • 2 taças de vinho de 150 mL – equivalente a 190 a 240 Kcal (dependendo do tipo de vinho)
  • 1 dose de uísque de 50 mL – equivalente a 120 Kcal
  • 1 dose de vodka de 50 mL – equivalente a 72 Kcal
  • 1 dose de pinga de 50 mL – equivalente a 113 Kcal

Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.

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Referências

Sogabe, M.; Okahisa, T.; Kagawa, M.; Ueda, H.; Kagemoto, K.; Tanaka, H.; Kida, Y.; Tomonari, T.; Taniguchi, T.; Miyamoto, H.; Sato, Y.; Nakasono, M.; Takayama, T. Influence of Alcohol Consumption on the Development of Erosive Esophagitis in Both Sexes: A Longitudinal Study. Nutrients 2022, 14, 4760.

TBCA 7.2 – Tabela de Composição de Alimentos. Universidade de São Paulo (USP). 2020

OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde – Organização Mundial da Saúde (OMS) – 2020.

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