5 nutrientes que não podem faltar no prato dos pequenos

Postado em 9 de outubro de 2019 | Autor: Colunistas Convidados

Adriana Gandolfo e Patrícia Zamberlan

Adriana Servilha Gandolfo e Patrícia Zamberlan são nutricionistas*

A nutrição tem papel fundamental no crescimento e desenvolvimento durante toda a vida, inclusive no período fetal. Além de fornecer elementos para o bom funcionamento dos diversos órgãos e sistemas, a alimentação balanceada provê o organismo de uma série de nutrientes, com funções específicas.

A nutrição durante a infância e a adolescência também tem impacto na saúde do indivíduo na idade adulta. Crianças expostas a deficiências nutricionais, especialmente durante os primeiros 1.000 dias de vida, podem apresentar déficit de crescimento e desenvolvimento, bem como estão mais predispostas a doenças futuras, como as chamadas doenças crônicas não-degenerativas, caso do diabetes, da hipertensão e da dislipidemia, por exemplo.

Veja agora quais são os nutrientes que não podem faltar em uma alimentação saudável para as crianças.

Alimentação saudável para crianças: 5 nutrientes essenciais

Ferro

A deficiência de ferro é a carência nutricional mais prevalente no mundo. As crianças se apresentam como um dos grupos mais suscetível a essa deficiência, especialmente entre 6 e 18 meses (devido à rápida velocidade de crescimento), que afeta o crescimento linear e o desenvolvimento cognitivo.

As manifestações clínicas da carência de ferro são: palidez da pele, fadiga, apatia, anorexia, geofagia (mania de comer terra ou barro) e diminuição da capacidade física.

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda a suplementação de ferro a partir do 6° mês (ou da introdução alimentar) até os 2 anos de vida. Os alimentos fontes de ferro são: carnes, fígado, cereais integrais, leguminosas e vegetais folhosos.

Cálcio/Vitamina D

Deficiências de cálcio e vitamina D são altamente prevalentes, especialmente em adolescentes. Ambos são essenciais para o crescimento e desenvolvimento ósseo, sendo que aproximadamente 40% do pico de massa óssea são atingidos durante a puberdade.

As fontes de cálcio são leite e derivados, vegetais verde-escuros, e as de vitamina D incluem leite e ovos. A exposição aos raios solares é muito importante também, pois estimula a produção de vitamina D pelo organismo.

Zinco

O zinco desempenha importante papel na visão, percepção do paladar, cognição, reprodução celular, crescimento, imunidade, síntese de hormônios sexuais e maturação sexual, sendo essencial no período de “estirão” do crescimento puberal.

As principais fontes são: carnes (principalmente vermelhas), leite, queijos, cereais integrais e leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico e soja).

Vitamina A

A vitamina A atua na manutenção da visão e no funcionamento adequado do sistema imunológico, além de manter saudáveis as mucosas, que atuam, igualmente, como barreiras de proteção contra infecções do trato respiratório e gastrointestinal, por exemplo.

A chamada hipovitaminose A é uma doença nutricional grave gerada pela falta da vitamina e constitui a causa mais frequente de cegueira prevenível entre crianças. Sua deficiência, por afetar a função imunológica, eleva a morbimortalidade infantil, sendo responsável por quase 2% das mortes em crianças menores de dois anos em países em desenvolvimento.

Em regiões com alta prevalência de deficiência de vitamina A, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a suplementação. Já os alimentos-fonte são as frutas e legumes alaranjados, como mamão, manga, abóbora e cenoura.

Proteínas

As proteínas são nutrientes imprescindíveis para o crescimento linear e desenvolvimento infantil e construção de órgãos e tecidos como músculos, cabelos, unhas; além de possuírem papel fundamental no funcionamento do sistema de defesa do organismo.

Podem ser de origem animal, cujas principais fontes são carnes, ovos, leite e derivados; ou de origem vegetal como feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico e soja.

 

*Adriana Servilha Gandolfo é nutricionista pelo Centro Universitário São Camilo. Pós-graduada em Saúde Materno Infantil pela Faculdade de Saúde Pública da USP. Pós-graduada em Desnutrição e Recuperação nutricional pela Unifesp. Mestre em Ciências pelo departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da USP. Nutricionista Supervisora do Serviço de Nutrição e Dietética do Instituto da Criança/HCFMUSP. Coordenadora da Câmara Técnica de Nutrição Clínica (CONUCLI) do Comitê Assistencial, Técnico-científico e Administrativo de Nutrição (CANUT)/HCFMUSP.

*Patrícia Zamberlan é nutricionista pela Faculdade de Saúde Pública da USP. Mestre e Doutora em Ciências pelo Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da USP. Nutricionista da EMTN do Instituto da Criança, HCFMUSP. Especialista em nutrição parenteral e enteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE/BRASPEN).

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