Cirurgia bariátrica em adolescentes: como funciona?

Postado em 25 de maio de 2022 | Autor: Colunistas Convidados

arte nova gabi

Gabrielle Carassini Costa é nutricionista

Há muitos anos discute-se a questão sobre cirurgia bariátrica em adolescentes pois, para perder peso, a gastroplastia diminui o tamanho do estômago (come-se em menor quantidade) e do intestino (absorção de nutrientes reduzida), que podem levar a um quadro de desnutrição e déficits vitamínicos.

Por esses motivos, muitas pessoas recriminam a cirurgia bariátrica em adolescentes, considerando um procedimento perigoso e muito invasivo. Mas a cirurgia é uma possibilidade terapêutica segura e de sucesso para esses pacientes – desde que se encaixem nos critérios específicos e sejam acompanhados por equipe multidisciplinar – e pode revelar maiores chances de viver com qualidade de vida.

Quais critérios são necessários para essa cirurgia?

Assim como nos adultos, os critérios de indicação da bariátrica para adolescentes levam em consideração o IMC (Índice de Massa Corporal) e/ou a presença de uma comorbidade de difícil controle. Abaixo de 16 anos: exceto em caso de síndrome genética, quando a indicação é unânime, o Consenso Bariátrico recomenda que, nessa faixa etária, os riscos sejam avaliados por 2 cirurgiões bariátricos e pela equipe multidisciplinar.

A operação deve ser consentida pela família ou responsável legal e estes devem acompanhar o paciente no período de recuperação. Entre 16 e 18 anos: sempre que houver indicação e consenso entre a família ou o responsável pelo paciente e a equipe multidisciplinar.

Os resultados da gastroplastia em adolescentes são promissores e animadores, sendo que diversas publicações nacionais e internacionais mostram que a cirurgia não atrapalha o desenvolvimento dos pacientes. Os estudos ainda afirmam que a cirurgia favorece o controle de doenças associadas, assim como a reinclusão social após o emagrecimento e até uma melhora cognitiva. Outros dados fortalecem a opinião de que a cirurgia não realizada ou retardada, após ser indicada, abre portas para consequências graves e até irreparáveis.

Independentemente da idade, a dedicação do paciente e o acompanhamento estreito com a equipe multidisciplinar são itens obrigatórios para obter os melhores resultados da cirurgia. A integração da equipe com o adolescente e também com sua família é fator determinante para o sucesso do tratamento.

*Gabrielle Carassini Costa é nutricionista do Ganep Nutrição Humana. Coordenadora técnico-administrativa da EMTN do Hospital BP Mirante. Especialista em Nutrição Enteral e Parenteral pela BRASPEN com especialização em Nutrição Clínica pelo Ganep Nutrição Humana.

Referências Bibliográficas:

Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Acesso em maio de 2022.

 

 

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