O coentro (Coriandrum sativum L.) é certamente um dos temperos mais utilizados pelos brasileiros, principalmente na região Nordeste, local em que é considerado um ingrediente quase que indispensável na cozinha do dia a dia. No entanto, não é uma planta típica do Brasil. Existem relatos de sua utilização na culinária romana e africana da região do mediterrâneo.
E coentro é bom para quê?
Dentre suas propriedades terapêuticas exploradas na Antiguidade, destacam-se o efeito antifúngico, antimicrobiano e analgésico. Alguns experimentos atuais têm evidenciado seu papel como um possível agente hipolipemiante (usado para o controle do colesterol), atuando também como antioxidante no combate aos radicais livres.
Apesar disso, os estudos sobre o tema são insuficientes para elucidar o real mecanismo e efeito desse vegetal no organismo, o que impossibilita sua aplicação na prática clínica. Além do mais, geralmente os benefícios só são apontados quando utilizados na forma de extrato ou concentrados.
Versatilidade na cozinha
Na gastronomia, o coentro confere frescor e toque especial às preparações, sendo usado para temperar uma ampla variedade de receitas, desde peixes e carnes vermelhas até sopas e saladas.
Mas, quando falamos de coentro, o assunto divide opiniões. Embora seu sabor seja de agrado de grande parte dos brasileiros, uma parcela significativa de pessoas tende a detestar o gosto do tempero.
A preferência ou aversão pelo coentro tem uma explicação científica. Conforme uma análise conduzida pelo pesquisador Nicholas Eriksson, existe um componente genético que pode determinar a percepção do gosto de sabão no coentro.
Aparentemente, a antipatia pela especiaria pode ser resultado de variantes genéticas nos receptores olfatórios, fazendo com que haja hipersensibilidade a uma substância chamada aldeído – que pode lembrar o gosto de sabão.
Essa variável genética não é fixa, podendo atingir até 17% em algumas populações. Entre os povos que são mais propensos a relatarem aversão pelo coentro, estão os orientais, europeus e afrodescendentes. Por outro lado, nativos da América Latina, Índia e Oriente Médio costumam fazer parte do grupo de amantes do tempero.
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De São Paulo, Magnoni é médico cardiologista do Hospital do Coração e chefe do Serviço de Nutrologia do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Ele é colunista de diversos canais, é coordenador do Doutor Gourmet, tendo recentemente publicado os livros Segredo do Doutor Gourmet e Doutor Goumert na Cozinha do Chef. Magnoni acredita que nutrição é parte fundamental de um estilo de vida que promove a saúde, mas nutrição com prazer, já que Magnoni é um gastrônomo de excelência.