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Como tratar a Síndrome Metabólica através da alimentação?

síndrome metabólica

Foto: shutterstock.com

A Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular, usualmente relacionados ao acúmulo de gordura central e à resistência à insulina. Vale destacar que é responsável por aumentar em 2,5 vezes a mortalidade por causas cardiovasculares.

Apesar de não fazerem parte dos critérios diagnósticos da síndrome metabólica, várias condições estão frequentemente associadas, tais como: síndrome de ovários policísticos, acanthosis nigricans (uma doença de pele caracterizada por manchas aveludadas e escuras em dobras e vincos do corpo), doença hepática gordurosa não alcoólica, microalbuminúria (presença da proteína albumina na urina, um indicador precoce de problemas renais), estados pró-trombóticos, estados pró-inflamatórios e de disfunção endotelial (um tipo de doença arterial) e hiperuricemia (excesso de ácido úrico no sangue).

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Como é realizado o diagnóstico?

O diagnóstico é feito a partir da investigação clínica e laboratorial, através de um índice desenvolvido para auxiliar no diagnóstico de  pacientes com suspeita de síndrome metabólica, e assim identificar fatores de risco cardiovascular associado, verificando:

  1. História clínica: o médico irá coletar dados pessoais e investigar se há presença de tabagismo, prática de atividade física, histórico pessoal de hipertensão, diabetes, diabetes gestacional, doença arterial coronariana, AVC, síndrome de ovários policísticos, doença hepática gordurosa não alcoólica, hiperuricemia, história familiar de hipertensão, diabetes e doença cardiovascular, uso de medicamentos hiperglicemiantes (corticosteróides, betabloqueadores, diuréticos).
  2. Exame físico: será avaliada a medida da circunferência abdominal e níveis de pressão arterial, sendo estes obrigatórios. Além disso, deverá estar descrito no exame físico destes pacientes peso e estatura para cálculo do IMC, exame da pele para pesquisa de acantose nigricans e exame cardiovascular.
  3. Exames laboratoriais: serão solicitados os exames de glicemia de jejum, dosagem do HDL-colesterol e dos triglicerídeos.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, os fatores de risco mais importantes para a morbimortalidade relacionada às doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) são: hipertensão arterial sistêmica, hipercolesterolemia, ingestão insuficiente de frutas, hortaliças e leguminosas, sobrepeso ou obesidade, inatividade física e tabagismo. Cinco desses fatores de risco estão relacionados à alimentação e à atividade física e três deles têm grande impacto no aparecimento da síndrome metabólica.

As principais causas relacionadas à alimentação associadas ao excesso de peso são o alto consumo de alimentos ultraprocessados, ricos em gorduras, açúcares, e que possuem alta densidade energética, aumento do tamanho das porções e tudo isso associado à baixa ingestão de alimentos mais naturais.

Tratamento da síndrome metabólica através dos alimentos

A orientação alimentar constitui uma eficiente estratégia de tratamento  e de prevenção na síndrome metabólica principalmente quando associada a exercícios físicos.   Pois, na medida em que promove a melhoria do panorama amplo da saúde do paciente, reduz os fatores de risco associados à doença. Ainda, ela reduz a resistência à insulina, principal característica dessa comorbidade.

A adoção de um padrão alimentar que combine alimentos como grãos, carnes magras, laticínios com baixo teor de gordura, frutas, verduras e legumes, associado a uma redução de alimentos altamente energéticos, é o tratamento nutricional recomendado pelas principais diretrizes internacionais.

Sugere-se a utilização dos padrões alimentares da dieta Mediterrânea e da dieta DASH como ferramentas no tratamento da síndrome metabólica.

Estudos epidemiológicos e clínicos demonstraram que o padrão alimentar dessas duas dietas caracterizadas, principalmente, por elevada ingestão de hortaliças, frutas, frutos secos, azeite de oliva, leguminosas e peixe com consumo reduzido em carne vermelha, carboidratos refinados e produtos lácteos com elevado teor de gordura apresentam efeitos benéficos na redução da prevalência dessa doença.

Além disso, as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira orientam as pessoas a selecionar alimentos mais saudáveis, com intuito de reduzir a prevalência de obesidade e outras doenças crônicas relacionadas com a alimentação.

Resumindo, se você recebeu o diagnóstico de síndrome metabólica, calma, ainda poderá comer de tudo, desde que com equilíbrio e moderação! E na dúvida, consulte um nutricionista para te ajudar nessa caminhada.

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Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 156 p. : il.

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