Chá de erva-doce e os boatos sobre a cura da gripe H1N1

Postado em 3 de junho de 2019 | Autor: Redação Nutritotal

Saiba agora quais são os reais benefícios da bebida

Em tempos em que as redes sociais são uma forma de se comunicar facilmente, muitas notícias falsas, as chamadas fake news, se propagam. E recentemente, uma em especial tem chamado a atenção e foi desmentida pelo Ministério da Saúde: o boato de que o chá de erva-doce é capaz de curar a gripe H1N1.

Apesar de já ser comprovado que não existe relação entre os benefícios do chá de erva-doce e a cura da doença, há vantagens para o organismo ao consumir a bebida, em especial contra os problemas estomacais.

Com ajuda da nutricionista Viviane Lago, listamos a seguir algumas informações sobre mitos e verdades do chá de erva-doce e também da gripe H1N1, confira.

5 mitos e verdades sobre erva-doce e H1N1

O chá da planta é benéfico em vários aspectos, mas ele não cura doenças

Canecas brancas com chá de erva-doce em cima de mesa

O chá de erva-doce auxilia o sistema respiratório e digestivo | Imagem: Shutterstock

O chá de erva-doce tem os mesmos efeitos do Tamiflu contra H1N1

Mito. Segundo o site Saúde sem fake news, criado pelo Ministério de Saúde, o chá de erva-doce não possui o princípio ativo do Tamiflu (fosfato de oseltamivir).

Ainda, de acordo com o Protocolo de Tratamento de Influenza 2015 do próprio Ministério, apenas o uso do antiviral fosfato de oseltamivir está indicado para todos os casos de síndrome respiratória aguda grave e casos de síndrome gripal com condições e fatores de risco para complicações.

Devo procurar um médico ao apresentar os sintomas da gripe

Verdade. Apenas o médico é capaz de avaliar a necessidade de prescrever o uso do antiviral fosfato de oseltamivir. O remédio é prescrito em receituário simples e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

Também é importante saber que o Ministério da Saúde recomenda que mesmo pessoas vacinadas, ao apresentarem os sintomas da gripe, devem procurar, imediatamente, uma unidade de saúde. E a recomendação é ainda mais importante para pessoas integrantes de grupos vulneráveis às complicações, como crianças, idosos, grávidas, pacientes imunossuprimidos, entre outros.

Chá de erva-doce pode ajudar o sistema respiratório

Verdade. A nutricionista Viviane Lago explica que o chá da erva-doce (Pimpinella anisum L.) possui benefícios que podem estar relacionados com atividades sobre os sistemas respiratório e digestivo. Assim, as principais indicações para o uso da erva são: cólica e dor abdominal associada à má digestão.

De acordo com a profissional, “esses benefícios do chá de erva-doce se dão pelo efeito carminativo (redução de gases) e espasmolítico (previne espasmos nos sistema gástrico). Tais benefícios estão relacionados ao óleo essencial chamado transanetol. Porém, atenção, não deixe de seguir as recomendações de uso.

Gestantes não podem tomar chá de erva-doce

Mito. Segundo Viviane, durante a gravidez e a lactação, em doses adequadas, o chá de erva-doce pode ser seguro. Para fazê-lo, utiliza-se os frutos para a preparação do chá medicinal. “A técnica é chamada de decocção e consiste em manter a planta em água e em ebulição por um tempo determinado”, afirma.

No caso da erva-doce, os frutos devem ser mantidos no fogo por 10 minutos. Segundo o Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, recomenda-se utilizar 3 colheres de café (1,5 g dos frutos) para cada 150 ml de água”, ensina a nutricionista.

O chá de erva-doce possui contraindicações

Verdade. Em altas quantidades, o chá pode interferir em algumas medicações, assim, é de extrema importância seguir a recomendação de consumo feita por um profissional especializado. Também é importante considerar que, em caso de reações alérgicas, deve-se suspender o uso imediatamente.

 

Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.

Referências bibliográficas:

Viviane Lago é nutricionista formada pelo Centro Universitário São Camilo (SP). Mestre em Ensino em ciências da saúde pelo CEDESS Unifesp, possui especialização em Adolescência para equipe multidisciplinar pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp), pós-graduação em Docência no ensino superior pelo Senac e pós-graduação em Fitoterapia aplicada pela Medicalex. É consultora da Asbran, coordenadora de cursos intensivos e de pós-graduação e presidente da Associação Paulista de Fitoterapia (APFit), gestão 2018 -2021.

Saúde sem fake news. Ministério da Saúde, 2019.

Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 2011 – pág 51.

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