Ricos em vitaminas e minerais, esses superalimentos podem fazer parte da sua dieta enquanto ajudam a reforçar a sua imunidade
Duas microalgas estão mudando a vida de quem busca uma dieta com maior ingestão de nutrientes: a chlorella e a spirulina. Conhecidas como superalimentos, elas possuem teor significativo de proteínas e outros minerais para a saúde do organismo.
Apesar de o sabor de ambas não ser lá muito agradável para a maior parte das pessoas que as experimenta, a nutricionista Sula Camargo sugere que elas sejam acrescentadas, aos poucos, em meio a outros pratos de uma refeição. “Você pode adicionar o pó em sucos, vitaminas, purês, smoothies, muffins, guacamoles, saladas, panquecas, entre outras preparações. Mas a forma mais comum de consumo ainda são as cápsulas, para não haver a identificação do sabor”, destaca.
Ainda assim, há muitas dúvidas a respeito de benefícios e usos dessas microalgas. Por isso, veja a seguir alguns mitos e verdades sobre elas.
Conteúdo
5 mitos e verdades sobre chlorella e spirulina
Será que elas emagrecem mesmo? E, afinal de contas, quais benefícios elas trazem ao organismo?
Chlorella e spirulina são ricas em proteínas
Verdade. Segundo a nutricionista Sula Camargo, as duas microalgas são cheias de proteínas, mas também são compostas por polissacarídeos, ácidos graxos, vitaminas e minerais essenciais para a saúde. Assim, elas podem contribuir com o melhor controle das taxas de colesterol e triglicérides, evitando quadros de hiperlipidemia, além de evitar picos de glicose, a chamada hiperglicemia. Por fim, seu consumo oferece ao organismo uma maior capacidade antioxidante e estimula o sistema imunológico.
Não há limite no consumo das microalgas
Mito. A nutricionista explica que as doses recomendadas de consumo variam de acordo com o hábito alimentar de cada indivíduo, suas necessidades nutricionais e a presença, ou não, de doenças. Sendo assim, mesmo as algas sendo um alimento natural, é preciso consultar um nutricionista para saber a quantidade certa de consumo e avaliar os riscos, se houver.
Elas ajudam na perda de peso
Parcialmente verdade. De acordo com Sula, a spirulina pode auxiliar no emagrecimento, mas a alga sozinha não faz milagres. E a contribuição é pequena. Um estudo publicado em 2011 pelo Evidence-based Complementary and Alternative Medicine, nos EUA, associou a spirulina ao emagrecimento e sugeriu que tanto o conteúdo de proteína quanto outros compostos presentes na alga poderiam contribuir com o aumento da saciedade e elevar a produção de uma enzima envolvida no metabolismo de gorduras, auxiliando dessa forma a perda de peso. Os resultados para essa diminuição, no entanto, são potencializados quando há uma adequação no consumo alimentar e na prática de atividade física. E Sula ainda ressalta: o consumo de água não pode ser esquecido nesse processo.
Toda chlorella e spirulina são iguais
Mito. Para não comprar gato por lebre, é preciso sempre estar atento aos nomes científicos das algas. As principais espécies consumidas como superalimentos são Chlrorella pyrenoidosa, Chlrorella vulgaris, Spirulina maxima e Spirulina platensis. E a nutricionista também adverte: tenha muito cuidado com a qualidade dos produtos que consome, pois pode ocorrer a contaminação por metais pesados e por substâncias neurotóxicas, hepatotóxicas ou que causam outros prejuízos à saúde. Observe sempre o selo de qualidade da Anvisa na embalagem e evite comprar a granel.
As microalgas auxiliam no combate à rinite alérgica
Parcialmente verdade. Os efeitos positivos da spirulina contra a rinite alérgica são baseados em evidências adequadas e de fato reforçam a imunidade do corpo como uma forma de prevenir a doença. Porém, outros estudos ainda precisam ser feitos para assegurar os efeitos da microalga no combate a alérgenos.
Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.
Referências bibliográficas:
Sula Camargo é nutricionista, graduada pela Universidade São Judas Tadeu (USJT). Mestre em Ciências pela Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. Pós-graduada em Nutrição Clínica pelo Grupo de Apoio de Nutrição Enteral e Parenteral (GANEP). Pós-graduada em Educação e Formação em Saúde pela Faculdade Santa Marcelina (FASM). Pós-graduada no MBA Executivo em Saúde pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Pós-graduanda em Fitoterapia em Nutrição pelo Centro Integrado de Nutrição (CIN) e pós-graduanda em prescrição de fitoterápicos e suplementação nutricional em nutrição clínica e esportiva pela Estácio.
Karkos P.D. et. Spirulina in Clinical Practice: Evidence-Based Human Applications. Evidence-based Complementary and Alternative Medicine, 2011.
Noguchi N. Chlorella and Its Hot Water Extract Supplementation on Quality of Life in Patients with Breast Cancer. Evidence-based Complementary and Alternative Medicine, 2014.