5 formas de prevenção da obesidade infantil

O tema pode parecer batido, mas a prevenção da obesidade infantil ainda parece um objetivo desafiador para a maioria dos profissionais de saúde. Segundo dados da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), 33,6% das crianças e adolescentes de 5 a 19 anos nas Américas encontram-se em sobrepeso ou obesidade.

É preciso acompanhar sempre o ganho de peso das crianças | Imagem: Shutterstock

Esse número assusta, pois a obesidade infantil associada a uma série de complicações de saúde a curto e longo prazo. Além de desencadear questões psicológicas e de estigma em crianças e adolescentes, ainda aumenta o risco para doenças crônicas que têm surgido cada vez mais cedo nessa população.

No entanto, a boa notícia é que a obesidade infantil pode ser prevenida e tratada com medidas simples. E já que o dia 03 de junho é dedicado à Conscientização contra a Obesidade Infantil, vamos elencar algumas medidas para a prevenção da obesidade infantil, que podem ajudar pais e cuidadores a promoverem hábitos saudáveis desde cedo.

Estratégias de prevenção da obesidade infantil

Sem dúvidas, pais, familiares e cuidadores têm um papel fundamental na identificação precoce da obesidade, seu tratamento e prevenção. É preciso ter consciência de que essas pessoas serão as principais incentivadoras e exemplos para que crianças e adolescentes mudem seus hábitos.

Veja, abaixo, 5 formas de prevenir e tratar a obesidade em crianças e adolescentes:

1.     Alimentação saudável:

Uma dieta equilibrada é essencial para prevenir a obesidade infantil. Aqui estão algumas recomendações:

• Ofereça uma variedade de alimentos nutritivos, como frutas, legumes, grãos integrais e proteínas magras.
• Evite alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares, gorduras saturadas e sódio.
• Limite o consumo de bebidas açucaradas, como refrigerantes e sucos industrializados.
• Estabeleça horários regulares para as refeições e evite pular o café da manhã.

É preciso considerar, também, a alimentação que a criança ou adolescente realiza fora de casa. A escola, por exemplo, precisa também estar sensibilizada para essa causa e oferecer opções mais saudáveis para lanches e refeições.

Cobrar políticas públicas que incentivem uma alimentação saudável nesse ambiente e limite a oferta de alimentos ultraprocessados é um direito e dever de todos.

Veja também: Como deixar as refeições das crianças mais saudáveis

2.     Atividade física:

A prática regular de atividade física é fundamental para o desenvolvimento saudável das crianças e para a prevenção da obesidade. Aqui estão algumas sugestões:

• Encoraje brincadeiras ao ar livre e atividades físicas divertidas, como jogos, danças e esportes.
• Limite o tempo de tela (TV, computador, celular) a no máximo 2 horas por dia.
• Estimule a criança a realizar pelo menos 1 hora de atividade física moderada a intensa todos os dias.
• Faça atividades físicas em família, como caminhadas ou passeios de bicicleta.

A Organização Mundial da Saúde recomenda que crianças pratiquem 60 minutos de atividade física por dia e os benefícios dessa prática incluem: melhora da saúde global, melhora das habilidades de socialização e melhora da cognição e da saúde mental.

3.     Sono adequado:

O sono desempenha um papel importante na saúde das crianças, incluindo a prevenção da obesidade. Aqui estão algumas dicas:

• Estabeleça uma rotina de sono consistente, com horários regulares para dormir e acordar.
• Crie um ambiente propício ao sono, com um quarto escuro, fresco e livre de dispositivos eletrônicos.
• Garanta que a criança tenha horas suficientes de sono, de acordo com a faixa etária recomendada.

Dados de um estudo recente mostram que a provação de 40 a 60 minutos de sono por dia, durante 1 semana, aumentou a ingestão de energia proveniente de carboidratos, açúcares e alimentos não essenciais, além de aumentar comportamentos compulsivos em crianças obesas.

4.     Modelo positivo:

Como adultos, temos um papel fundamental em sermos modelos positivos para as crianças. Assim, indicamos que você:

• Mostre-se engajado em uma alimentação saudável, praticando hábitos equilibrados em casa.
• Participe ativamente de atividades físicas com as crianças, incentivando-as a se movimentarem.
• Evite fazer comentários negativos sobre o peso ou a aparência corporal das crianças.

Entenda melhor: Crianças que fazem refeições em família comem mais vegetais

5.     Acompanhamento médico e nutricional:

Agende visitas regulares ao pediatra para monitorar o crescimento e o desenvolvimento da criança. O médico pode fornecer orientações personalizadas sobre a prevenção da obesidade infantil, além de identificar possíveis fatores de risco. O acompanhamento com um nutricionista especializado também colabora para resultados mais efetivos.

Assim concluímos que prevenir a obesidade infantil requer uma abordagem abrangente que englobe alimentação saudável, atividade física regular, sono adequado e modelos de exemplos positivos. Seguir essas diretrizes, pode ajudar os pais e cuidadores a estabelecerem bases sólidas para a saúde e o bem-estar das crianças.

Lembre-se de que cada criança é única, e é importante buscar orientação médica individualizada para adaptar as recomendações às suas necessidades específicas. Juntos, podemos trabalhar para garantir que nossas crianças cresçam saudáveis e felizes, livres dos riscos associados à obesidade infantil.

Referências:

ABESO. Departamento de Nutrição e Departamento de Obesidade Infantil. Criança de férias – Um guia para manter alimentação equilibrada e incentivar a atividade física. 2022.

Larqué E. et al. From conception to infancy — early risk factors for childhood obesity. Nature Reviews, 2019.

Morrison, S., Jackson, R., Haszard, J. J.; et al. The effect of modest changes in sleep on dietary intake and eating behavior in children: secondary outcomes of a randomized crossover trial. The American Journal of Clinical Nutrition, vol. 117, Issue 2, 2023, Pages 317-325.

Organização Pan-Americana de Saúde.

Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Nutrologia. Obesidade na infância e adolescência – Manual de Orientação. 2ª. Ed. – São Paulo: SBP. 2012.