À medida que a pandemia do novo coronavírus se estende no Brasil, as consequências emocionais geradas se intensificam e comprometem significativamente a saúde como um todo. Inúmeros estudos publicados no último ano mostraram a relação entre a pandemia e os distúrbios de depressão e ansiedade despertados na população em geral.
Junto com a ansiedade vem as mudanças na alimentação. Afinal, o desequilíbrio emocional, na maioria das vezes, promove alterações no paladar e induz ao consumo calórico. A ansiedade tem sido associada à obesidade e outros comportamentos de risco à saúde em adultos.
As pesquisas mostram que 94% dos pacientes hospitalizados com Covid-19 tinham pelo menos uma comorbidade associada à obesidade, como diabetes, doença cardiovascular, doença pulmonar crônica, hipertensão e determinados tipos de câncer.
Estudos realizados em animais demonstram que a ingestão de alimentos doces e palatáveis confere alívio do estresse, o que ressalta a importância de uma boa orientação nutricional para evitar o ganho de peso em períodos de estresse, não só gerados pelas incertezas da pandemia, mas no dia a dia.
Dieta mediterrânea e modulação da ansiedade
Um recente estudo de março de 2021 avaliou a qualidade da dieta e a associação com a ansiedade durante a pandemia do Covid-19.
Foi citado que a dieta mediterrânea, caracterizada pela ingestão frequente de azeite, frutas, legumes, grãos integrais, leguminosas, peixes e nozes, e baixo consumo de carnes vermelhas, processadas e açúcares adicionados, está associada à melhora da condição de saúde e aumento do bem-estar, devido à rica composição de fitoquímicos e nutrientes que atuam no sistema nervoso central.
Manter os padrões desse tipo de dieta mais natural é essencial para regularizar muitos desequilíbrios corporais, não apenas associado à saúde mental!
Referência bibliográfica:
KAUFMAN-SHRIQUI, V. et al. Dietary changes and anxiety during the coronavirus pandemic: a multinational survey. European Journal of Clinical Nutrition, 2021.
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Roberta é proprietária e responsável técnica do Instituto de Nutrição Roberta Lara. Mestre e doutora em Investigação Biomédica, na área de Concentração Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP), pesquisadora colaboradora do Laboratório de Genômica Nutricional (LABGEN) da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Membro do Núcleo de Nutrição e Saúde Cardiovascular do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Roberta também é membro do Comitê Científico Consultor Institucional Life Sciences Institute (ILSI). Trabalha com estratégias de mudança do estilo de vida e, para isto, coloca sempre a importância da relação conjunta entre nutrição, alimentação e gastronomia. Acredita que a visão holística para cada indivíduo favorece a adesão ao plano alimentar e, consequentemente, a um novo estilo de vida.
Instagram: @robertasoareslara