Hortelã: a planta picante que é aliada da digestão

Postado em 29 de abril de 2020 | Autor: Colunistas Convidados

Lúcia Endriukaite

Lúcia Endriukaite* é nutricionista e especialista em fitoterapia

Usada no preparo de chás e sucos, esta erva é conhecida pelo seu frescor e pode trazer benefícios à saúde. No sul do Brasil, ela é conhecida como menta, já na região sudeste e norte é chamada de hortelã.

O fato é que essa plantinha aromática e picante tem vários outros nomes em todo o país: é também chamada de hortelã-do-brasil, hortelã-japonesa, hortelã-pimenta, hortelã-menta e, claro, pelo seu nome científico: Mentha x piperita L.

A hortelã cresce facilmente nos quintais e encontra-se distribuída em todos os continentes, estando presente em preparações culinárias variadas. Seu sabor picante e aroma intenso são utilizados pela indústria alimentícia para a produção de licores, balas e afins, e ainda pela indústria cosmética devido aos óleos essenciais presentes em suas folhas.

A erva apresenta também taninos, flavonoides, ácidos fenólicos e princípios amargos. Popularmente, é utilizada para sintomas digestivos como indigestão, flatulência e dores espasmódicas.

A facilidade de eliminação de gases (efeito carminativo) pela hortelã se dá pela diminuição do tônus da musculatura lisa.

Ela também estimula a liberação da bile, e ainda é utilizada para amenizar sintomas de gripes, resfriados, faringite e amigdalite.

Efeitos de alívio

Em uma receita da minha família, eu lembro de usarem leite quente com hortelã como uma mistura de ação vermífuga. Minha lembrança de criança é que a preparação era uma delícia e, até hoje, sempre que posso, me delicio com essa bebida sem pensar no uso popular.

Outra infusão conhecida é o chá de hortelã. Seu uso se mostra eficiente em distúrbio endócrino metabólico, pois apresenta ação antiandrogênica e melhora o quadro de síndrome do ovário policístico.

A forma correta para o preparo de chá na forma de infusão é 1,5 g de folhas, o equivalente a 1,5 colher das de chá (medida caseira) para 150 ml de água, segundo descrição no Formulário de fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 1ª edição.

Vale lembrar que essa planta, embora medicinal, pode apresentar efeitos colaterais. Também é importante destacar que pessoas com cálculo biliar não devem fazer o uso do chá medicinal, bem como gestantes, lactantes e crianças.

 

*Lúcia Endriukaite é nutricionista clínica e esportiva e especialista em fitoterapia.

Referências bibliográficas:

ALONSO, J. Tratado de fitofármacos e nutraceuticos – 1ª ed- São Paulo: AC Farmaceutica,2016.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. Brasília: Anvisa,2011

Kolivand M, Keramat A, Khosravi A. The Effect of Herbal Teas on Management of Polycystic Ovary Syndrome: A Systematic Review. Journal of Midwifery and Reproductive Health. 2017; 5 (4): 1098-1106. DOI: 10.22038/JMRH.2017.9368

SAAD, G.A.; LÉDA, P.H.O.; SÁ, I.M.; SEIXLACK, A. C.C.; Fitoterapia contemporânea: Tradição e ciência na pratica clínica –  2ª ed- Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2016.

Assine nossa newsletter: