Plantas medicinais: a fitoterapia é segura na gravidez?

Postado em 7 de fevereiro de 2019 | Autor: Redação Nutritotal

Nem tudo o que você consumia antes da gestação é recomendado durante a espera do bebê

Durante a gestação, as futuras mamães redobram a atenção sobre aquilo que comem e consomem. Itens comuns na cozinha de qualquer lar, como pimenta, canela, hortelã e chás entram na mira desses novos cuidados. Afinal de contas, as ervas e especiarias podem ser consideradas plantas medicinais? E, algumas delas, são mesmo contraindicadas na gravidez devido aos efeitos nocivos tanto para a gestante quanto para o feto?

Para responder a essas questões, um estudo feito na cidade de Araraquara (SP) mostrou que o uso de plantas medicinais entre gestantes e lactantes de maneira indevida pode, sim, causar sintomas na mulher como náusea, azia, indigestão, flatulência, dor intestinal e abdominal, ansiedade, constipação intestinal e baixa produção de leite. Mas existem algumas inverdades a respeito do assunto. A seguir, listamos sete mitos e verdades acerca de algumas das principais plantas medicinais consumidas no Brasil.

7 mitos e verdades sobre o uso de plantas medicinais pelas grávidas

Algumas espécies vale a pena incluir no cardápio, já outras é melhor evitar

Mulher grávida sorrindo segurando xícara com chá em uma mão e, com a outra, acariciando a barriga

Plantas são muito consumidas como chás | Imagem: Shutterstock

1. Chá de camomila faz as gestantes irem mais ao banheiro

Verdade. A planta Matricaria chamomilla não tem doses seguras durante a gravidez, por esse motivo, é importante ressaltar que ela pode atuar como um estimulante uterino potente, e portanto, seu consumo, seja em forma de chás ou em receitas, deve ser evitado.

2. Um dente de alho é capaz de causar aborto

Mito. O alho foi um dos alimentos citados em um estudo feito por cientistas asiáticos a respeito dos benefícios para gestantes, e foi comprovado que ele não traz nenhuma complicação abortiva às mulheres quando consumido na alimentação; podendo até reforçar a imunidade delas. Entretanto, a suplementação de alho é algo que deve sim ser evitado para as gestantes, sendo até contraindicado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

3. Canela causa problemas de formação no feto

Verdade. A especiaria, cujo o nome científico é Cinnamomum verum, pode causar uma má-formação interna nos órgãos do feto, especialmente o uso da canela na versão de óleo essencial. Grandes quantidades desse alimento resultam em sérios riscos à gravidez, por isso, a recomendação é riscá-la do cardápio.

4. Gengibre provoca náuseas

Mito. Um estudo aprofundado da especiaria termogênica foi realizado procurando uma relação entre o gengibre e sintomas que levariam à eclampsia. O resultado foi negativo, e também não houve evidências de que a raiz causasse vômito, náusea, diarreia ou má formação do feto, segundo os pesquisadores.

5. O chá do boldo possui efeito abortivo

Verdade. O boldo é uma planta de origem chilena muito consumida no Brasil para tratar doenças no fígado, mas possui uma substância chamada boldina, que segundo pesquisas, possui efeito abortivo e teratogênico, ou seja, promove um desenvolvimento anormal do feto. Portanto, é contraindicado para gestantes ou quem busca engravidar usar o boldo (Peumus boldus).

6. Erva-doce é proibida para mulheres grávidas

Mito. A erva-doce (Pimpinella anisum) é uma planta que pode ser consumida pelas gestantes. A única exceção é para as futuras mamães que sofrem de trombose, já que ela é o contraefeito da varfarina, o medicamento mais usado para tratar essa doença.

7. Comer menta é seguro para grávidas

Parcialmente verdade. Uma das ervas mais aromáticas que existe divide até hoje as opiniões dos cientistas. É constatado que a menta Pennyroyal (Mentha pulegium) possui efeitos calmantes, evita náuseas e desconfortos estomacais. Além de ser ótima para resfriados. Por outro lado, os estudos são inconclusivos no que diz respeito a efeitos abortivos e alergias.

 

Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.

Referências bibliográficas:

Ahmed, Mansour et al. Safety classification of herbal medicines used among pregnant women in Asian countries: a systematic review. BMC Altern Med. 2017.

Viljoen E, Visser J, Koen N, Musekiwa A. A systematic review and meta-analysis of the effect and safety of ginger in the treatment of pregnancy-associated nausea and vomiting. Nutr J 2014.

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