Há exatamente um mês, na primeira semana de agosto, se celebrou a chamada Semana Mundial de Aleitamento Materno com o tema “Capacite os pais e permita a amamentação, agora e no futuro!”. O mote da campanha, que acontece anualmente nessa mesma data, teve como objetivo enfatizar a importância do envolvimento de todos os familiares próximos, e não apenas da mãe, para que seja possível o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida e de forma complementar até os dois anos de idade.
Adotar uma abordagem inclusiva, que contemple os pais, parceiros, famílias, locais de trabalho e comunidade, é fundamental para criar um ambiente propício e permitir às mães amamentarem de forma otimizada.
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Importância do aleitamento materno: mamadas exclusivas e complementares
A Semana Mundial de Aleitamento Materno é focada na sobrevivência, proteção e desenvolvimento da criança. Em 1990, em um encontro em Roma, organizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lançou-se a Declaração dos Inocentes, um documento adotado por organizações governamentais e não-governamentais, assim como por defensores da amamentação de vários países, entre eles o Brasil.
Essa declaração recomenda amamentação exclusiva até seis meses de idade e amamentação e alimentação complementar até dois anos ou mais. Com o objetivo de seguir os compromissos assumidos pelos países com a assinatura dessa declaração, foi fundada em 1991 a Aliança Mundial de Ação pró-Amamentação – WABA. Essa organização criou no ano de 1992 a Semana Mundial de Aleitamento Materno.
No Brasil, desde 2007 as ações da Semana Mundial de Aleitamento Materno são coordenadas pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Apesar desse trabalho mundial contínuo, dados da OMS apontam que somente 40% das crianças têm amamentação exclusiva nos seis primeiros meses de vida.
Além disso, aqui no Brasil existe o “Agosto Dourado”, um mês inteiro voltado para o incentivo do aleitamento materno e que acabou de acontecer com inúmeras ações. Dou como exemplo meus filhos Marina e Caio, que receberam aleitamento materno exclusivo até seis meses de idade e leite materno e alimentação complementar até o segundo ano de vida. Por isso, convido agora a todos a abraçar melhor essa causa não somente em agosto, mas durante ano inteiro. Incentive a amamentação e salve vidas.
*Mário Cícero Falcão é doutor em Pediatria pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Professor Colaborador do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Especialista em Pediatria com área de atuação em Nutrologia Pediátrica pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Especialista em Nutrição Parenteral e Enteral pela BRASPEN. Médico da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP. Editor associado da Revista Brasileira de Nutrição Clínica. Editor executivo da Revista Paulista de Pediatria. Coordenador da Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional (EMTN) do Hospital Santa Catarina, São Paulo. Membro do Departamento de Suporte Nutricional da Sociedade Brasileira de Pediatria. Membro do Departamento de Nutrologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo.