4 mitos e verdades sobre alimentação e HIV

Postado em 9 de dezembro de 2019 | Autor: Redação Nutritotal

Confira o que precisa mudar na dieta dos pacientes que receberam o diagnóstico

Pacientes infectados com o vírus HIV podem precisar de mudanças na alimentação, a fim de garantir um equilíbrio nutricional que dê condições para que o organismo absorva os nutrientes da maneira mais adequada.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), adultos e crianças infectados pelo vírus HIV devem consumir alimentos que garantam a ingestão completa de micronutrientes diários. No entanto, temos que ficar atentos ao risco de deficiências nutricionais, como de vitamina A, zinco e ferro.

Alimentação e HIV: o que é mito e o que é verdade?

A seguir, a nutricionista Roberta Lara responde alguns mitos e verdades a respeito da alimentação saudável para quem tem o vírus HIV, confira:

Uma mulher segurando uma fita vermelha, representando o dezembro vermelho. A relação entre alimentação e HIV pode garantir melhores condições de saúde para as pessoas infectadas com o vírus

Portadores de HIV precisam de uma alimentação específica | Imagem: Shutterstock

Verdade. Roberta Lara afirma que os pacientes necessitam de uma alimentação que atenda suas necessidades individuais, especialmente em relação ao aumento dos níveis dos linfócitos T CD4, que é o principal mecanismo relacionado com o desenvolvimento da doença AIDS e o aparecimento de sintomas.

O tratamento da AIDS não atrapalha nas escolhas nutricionais diárias

Mito. A nutricionista diz que o tratamento possui alguns efeitos colaterais por causa dos medicamentos utilizados, sobretudo, de caráter gastrointestinal. “Por isso, a adequação alimentar deve envolver a melhora da absorção intestinal de nutrientes e a diminuição dos agravos provocados pela diarreia, em seus diferentes graus de comprometimento”, aponta. Além disso, Roberta conta que é possível observar uma perda significativa de massa muscular e a chamada Síndrome da Lipodistrofia, que pode causar aumento nos níveis séricos de colesterol, triglicérides e de glicemia, além de mudança na distribuição da gordura corporal com acúmulo de gordura no abdômen, região peitoral, nas vísceras e perda de tecido adiposo na face, nádegas e membros inferiores e superiores. No entanto, essas duas condições também podem ser controladas com um consumo certo de nutrientes, seja integrado na rotina alimentar ou na forma de suplementos.

A dieta de quem tem HIV não deve ter fontes de gordura

Mito. A dieta direcionada ao paciente, de acordo com Roberta, deve ser equilibrada em todos os nutrientes: carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e minerais, assim como qualquer outro tipo de intervenção dietética em outras doenças. Contudo, ela ressalta que alguns compostos ativos encontrados em alimentos de origem vegetal podem favorecer o reforço da imunidade, que é o principal objetivo do tratamento. “As frutas em geral, as sementes, os legumes e até mesmo as especiarias naturais, como cúrcuma e gengibre, são boas indicações no cardápio desse paciente, a fim de ajudar na minimização do aparecimento de infecções oportunistas”, pondera.

A suplementação de nutrientes pode ajudar os pacientes com HIV

Verdade. A suplementação também pode ser uma estratégia eficiente para enriquecer a alimentação e reforçar o aporte nutricional. “Os suplementos alimentares à base de proteínas e aminoácidos são orientados a fim de amenizar a degradação da musculatura (chamada de catabolismo proteico) ocasionada por alterações fisiológicas, principalmente no paciente com a AIDS já em progresso”, diz a nutricionista. Vale ressaltar que a suplementação de micronutrientes também pode ser pensada e é baseada nas deficiências apresentadas por cada pacientes. Independente do tipo, ela só deve ser feita sob orientação de um profissional de saúde

 

Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.

Roberta Lara é proprietária e responsável técnica do Instituto de Nutrição Roberta Lara. Mestre e doutora em Investigação Biomédica, na área de Concentração Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP). Pesquisadora colaboradora do Laboratório de Genômica Nutricional (LABGEN) da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Membro do Núcleo de Nutrição e Saúde Cardiovascular do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Membro do Comitê Científico Consultor Institucional Life Sciences Institute (ILSI).

Nutrient requirements for people living with HIV/AIDS. Organização Mundial da Saúde, 2003.

Fernandes A. et al. Síndrome da lipodistrofia associada com a terapia anti-retroviral em portadores do HIV. Rev Latino-am, 2007.

 

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