Veja as adaptações no dia a dia de quem tem essa doença crônica e autoimune
Uma das doenças inflamatórias autoimunes mais famosas é o lúpus. Sua causa é ainda desconhecida e pode envolver desde fatores genéticos até ambientais. Mas as pesquisas mais recentes estão em busca de formas de amenizar os efeitos provocados pela doença, inclusive por meio dos alimentos. Esses trabalhos têm revelado que a alimentação para quem tem lúpus pode contar com algumas adaptações em prol da saúde.
Um estudo de revisão publicado pelo Experimental and Therapeutic Medicine, por exemplo, apontou que os alimentos podem desempenhar um papel importante na vida de quem tem lúpus, não apenas pelo seus valores nutricionais, mas também por conta da capacidade de modificarem a composição das bactérias do intestino.
A seguir, listamos algumas dicas de como cuidar da alimentação para quem tem essa doença autoimune:
Conteúdo
5 dicas de alimentação para quem tem lúpus
Esses pacientes precisam priorizar alguns nutrientes e evitar outros. Veja quais são e onde encontrá-los.
Controle as calorias
Apesar de as informações sobre o impacto da dieta nas doenças autoimunes ainda serem insuficientes, um estudo divulgado pelo periódico Lupus discute que a ingestão e restrição calórica podem impactar nossa microbiota intestinal e, consequentemente, podem alterar o funcionamento do nosso sistema imunológico.
Além disso, a obesidade em adultos que têm lúpus pode desencadear sintomas como a fadiga e aumentar o risco de doenças ligadas ao coração. Por isso, procure um nutricionista para te ajudar a montar seu plano alimentar com a quantidade de calorias ideal.
Consuma peixes regularmente
Um estudo feito na The Hebrew University of Jerusalem monitorou o impacto alimentar de uma dieta com altos níveis de ácidos graxos poli-insaturados (PUFA), como o ômega 3 encontrado em algumas espécies de peixes. Os pesquisadores descobriram que esses ácidos graxos podem ajudar a reduzir o risco de sintomas fetais em mulheres com lúpus.
Aposte nas vitaminas
De acordo com o estudo de revisão do Experimental and Therapeutic Medicine, a deficiência de vitamina D tem sido associada a um fato suscetível ao lúpus e ao seu agravamento. E uma das principais formas de absorver essa vitamina é por meio da exposição solar, mas muitos dos pacientes com a doença sofrem de fotossensibilidade. Por isso, a suplementação dietética pode ser benéfica em alguns casos, podendo ajudar a combater a fadiga em pacientes lúpus. Outras vitaminas como A, C e E também podem ser necessárias, e lembre-se que a prescrição deve ser feita por um profissional de saúde. É importante ressalta que a alimentação saudável pode ser rica nesses nutrientes, não sendo necessária suplementação, apenas na deficiência.
Restrinja zinco e sódio
Ainda segundo o artigo de revisão, é preciso ter cuidado com a ingestão de alguns minerais como o sódio e o zinco, já que suas restrições podem melhorar os sintomas em pacientes com lúpus e também reduzir os níveis de anticorpos. O zinco pode ser encontrado nos moluscos, mas também no leite e na soja. Já o sódio é mais comum em alimentos industrializados. Vale ressaltar que a restrição precisa ser feita e acompanhada por um profissional de saúde.
Priorize o selênio
Por fim, o artigo cita o selênio como um mineral com efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios, e que pode ser adicionado à dieta dos pacientes com lúpus. Ele pode ser encontrado em nozes, cereais integrais, ovos e ricota.
Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.
Referências bibliográficas:
Anca R. et al. Significance and impact of dietary factors on systemic lupus erythematosus pathogenesis. Experimental and Therapeutic Medicine, 2019.
Vieira S. et al. Diet, Microbiota and Autoimmune Diseases. Lupus, 2014.
Reifen R. et al.Linseed oil suppresses the anti-beta-2-glycoprotein-I in experimental antiphospholipid syndrome. The Hebrew University of Jerusalem, 2000.