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Diabetes: quais são as diretrizes de tratamento das sociedades médicas

diabetes diretrizes de tratamento

Você sabia que dia 14 de Novembro é o Dia Mundial do Diabetes? Esse é o dia do aniversário de um dos descobridores da insulina e, por isso, foi escolhido para marcar a campanha de promoção do acesso aos cuidados para quem tem diabetes.

Tradicionalmente, o foco das diretrizes de tratamento para o diabetes tem sido controlar os níveis de glicose no sangue através do monitoramento dos nutrientes consumidos, principalmente os carboidratos. Mas, nesse conteúdo trouxemos orientações mais práticas, concentradas nos alimentos.

Valorizar a qualidade dos alimentos e saber fazer boas escolhas pode tornar mais fácil o gerenciamento do diabetes, considerando não apenas o que é consumido, mas também como a combinação dos alimentos afeta o organismo e a resposta glicêmica.

Então, continue lendo para saber mais sobre as orientações das diretrizes de tratamento para o diabetes:

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Fonte: Shutterstock

As principais sociedades médicas consultadas pelos profissionais de saúde na hora de orientar um paciente com diabetes são a ADA (Associação Americana de Diabetes) e a SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), ambas afirmam que a dieta deve ser pensada de pessoa para pessoa, mas algumas recomendações são iguais para todos.

Confira algumas das orientações das diretrizes de tratamento para o diabetes que deixamos mais práticas para o seu dia a dia:

1. Dê preferência ao integral

Pão integral, arroz integral, macarrão integral, farinha de trigo integral, legumes com casca e frutas com casca são exemplos de alimentos que podem ser chamados de integrais e devem estar mais presentes na dieta de quem tem diabetes.

Alimentos integrais são aqueles que não passaram por remoção de algumas partes, como a casca, para serem consumidos. Isso garante a essas comidas a presença de mais fibras e o grande potencial está bem aí.

As fibras tornam o processo de digestão mais lento, evitando que o açúcar chegue com mais rapidez ao sangue. Esse efeito das fibras previne a descompensação do diabetes e o aparecimento da fome em menos tempo, apoiando o tratamento.

2. Dilua os sucos de frutas

O conselho anterior de dar preferência aos integrais merece uma ressalva quando falamos dos sucos de frutas integrais, mesmo sendo mais saudáveis que os refrigerantes, refrescos em pó e sucos com conservantes e adição de açúcar.

Os sucos integrais não contém as fibras das cascas e ainda têm uma concentração elevada de açúcares, mesmo que sejam os naturais das frutas. O consumo de frutas é recomendado para a saúde, mas no diabetes a quantidade deve ser controlada. 

Quando você bebe um copo desses sucos, perde o controle da quantidade. Por isso, se você fizer a diluição em água, ajuda a reduzir a concentração do açúcar das frutas presente na bebida e previne picos de glicemia que atrapalham o controle do diabetes. 

3. Aposte em peixes gordurosos, nozes e óleo de linhaça

Essa recomendação pode parecer confusa, mas você vai entender. Peixes como salmão e atum são considerados gordurosos e essa é uma característica que você deve se atentar nas escolhas alimentares.

Gordura em excesso na dieta se transforma em açúcar no sangue, devendo também ser controlada no diabetes, mas, não devemos reduzir um alimento a um único nutriente. Assim como esses peixes, as nozes e o óleo de linhaça são fontes de gordura, mas contém uma gordura especial: o ômega-3.

O ômega-3 é importante para a saúde cardiovascular que pode ficar comprometida por um diabetes descompensado. Então, nesse cenário, indica-se a ingestão MODERADA desses alimentos como fontes não somente de ômega-3, mas também de proteínas, vitaminas, minerais e carboidratos. 

4. Evite ultraprocessados e embutidos

Nem só o açúcar é sinal de alerta para o controle do diabetes! O diabetes também pode prejudicar a saúde cardiovascular e os rins, se não fizer o tratamento adequado, logo, um outro nutriente merece atenção na dieta: o sódio.

Alimentos ultraprocessados como salgadinhos de pacote, bolachas recheadas, refrigerantes e embutidos como salsicha, mortadela, presunto, salame e linguiça são exemplos de alimentos com muito sódio. Evitar o consumo deles previne um controle melhor do sódio na dieta, mantendo ingestão igual ou abaixo de 2000 mg/dia.

5. Moderação nas bebidas alcoólicas

Motorista da rodada ou não, quem tem diabetes deve evitar o consumo de álcool. Além da maioria das bebidas possuir açúcar na composição, bebidas alcoólicas podem colocar as pessoas com diabetes em risco aumentado de hipoglicemia, especialmente se a pessoa faz uso de insulina.

Mas, você sabe o que é hipoglicemia? Segundo as sociedades citadas, esses cuidados na dieta ajudam no controle do diabetes e na prevenção de episódios de hipoglicemia e hiperglicemia que podem ser muito graves. 

Qual a diferença entre hipoglicemia e hiperglicemia?

O diabetes é uma condição em que o açúcar no sangue pode oscilar e descompensar com frequência se não for bem tratado. Essa descompensação provocada especialmente pela dieta e pela não ingestão adequada dos medicamentos ou da insulina leva aos episódios de hipoglicemia ou hiperglicemia.

A hipoglicemia é quando o nível de açúcar no sangue fica muito baixo, isso pode acontecer ao fazer mais atividade física do que o habitual sem ajuste na alimentação, ao ficar longos períodos sem comer, ao ingerir álcool ou se exagerar na dose do medicamento utilizado para diabetes. E são diversos os sintomas que a hipoglicemia pode apresentar, como tremedeira, tontura, aumento dos batimentos do coração (taquicardia) e até convulsões.

A hiperglicemia, por sua vez, é o efeito contrário, é mais comum nos pacientes com diabetes tipo 2 e é representada pelo excesso de açúcar no sangue. Mais uma vez, também é uma condição associada à alimentação e ao descontrole medicamentoso e pode se manifestar com excesso de sede, muito xixi, formigamento das pernas e visão turva.

Tanto a hipo quanto a hiperglicemia devem ser evitadas, não somente pelos sintomas, mas porque quando ocorrem com frequência expõe a pessoa com diabetes a um maior risco de retinopatia (problemas na retina dos olhos), neuropatia (afeta o funcionamento dos nervos, diminuindo a sensibilidade dos membros, especialmente pés), angiopatia (doenças vasculares), depressão, coma e morte.

Então, se você descobriu o diabetes agora ou já faz um tempo e ainda não aderiu a uma alimentação mais benéfica à sua saúde, mude o quanto antes sua rotina alimentar para viver mais e melhor. Se ainda tem dúvidas quanto às trocas na dieta quando, por exemplo, vai comer macarrão ao invés de arroz, clique aqui para ver um guia fotográfico bem prático desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Diabetes.

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Referências

Nuha A. ElSayed, Grazia Aleppo, Vanita R. Aroda, Raveendhara R. Bannuru, Florence M. Brown, Dennis Bruemmer, Billy S. Collins, Marisa E. Hilliard, Diana Isaacs, Eric L. Johnson, Scott Kahan, Kamlesh Khunti, Jose Leon, Sarah K. Lyons, Mary Lou Perry, Priya Prahalad, Richard E. Pratley, Jane Jeffrie Seley, Robert C. Stanton, Deborah Young-Hyman, Robert A. Gabbay; on behalf of the American Diabetes Association, 5. Facilitating Positive Health Behaviors and Well-being to Improve Health Outcomes: Standards of Care in Diabetes—2023. Diabetes Care 1 January 2023; 46 (Supplement_1): S68–S96. https://doi.org/10.2337/dc23-S005

Silvia Ramos, Letícia Fuganti Campos, Deise Regina Baptista Maristela Strufaldi, Daniela Lopes Gomes, Débora Bohnen Guimarães, Débora Lopes Souto, Marlice Marques, Sabrina Soares de Santana Sousa, Márcio Lauria, Marcello Bertoluci e Tarcila Ferraz de Campos. Terapia Nutricional no Pré-Diabetes e no Diabetes Mellitus Tipo 2. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2023). DOI: 10.29327/5238993.2023-8, ISBN: 978-85-5722-906-8.

Ministério da Saúde. “Acesso aos Cuidados – se não agora, quando?”: 14/11 – Dia Mundial e Nacional do Diabetes

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