Dieta Plant based pode reduzir risco de Doença de Parkinson

Postado em 8 de novembro de 2023

A relação entre o microbioma intestinal e a saúde neurológica explica a importância dos vegetais na prevenção de doenças inflamatórias como o Parkinson.

Você sabia que 1% das pessoas com mais de 60 anos e 3% das pessoas com mais de 80 anos podem ter Doença de Parkinson? Essa é a realidade que diversos países, inclusive o Brasil, podem enfrentar. 

O risco de desenvolver a Doença de Parkinson merece atenção, pois trata-se de uma condição neurodegenerativa que afeta a capacidade de movimentação do corpo e interfere nas atividades diárias dos idosos, prejudicando a qualidade de vida deles.

Como ainda não existe cura para a Doença de Parkinson, a prevenção se torna uma prioridade, e um caminho promissor parece estar na alimentação. Pesquisas recentes têm mostrado que dietas baseadas em vegetais podem estar associadas a um menor risco de desenvolvimento da doença. Um estudo realizado no Reino Unido analisou diferentes fatores das dietas e a incidência de doença de Parkinson, os resultados foram bem interessantes, veja a seguir:

risco de Doença de Parkinson

Fonte: Canva.com

Doença de Parkinson e a dieta

Foram avaliados os dados de saúde de mais de 126 mil pessoas com idade média de 56 anos por 11 anos, a maioria eram mulheres e ao longo desse período foram diagnosticados 577 casos de Doença de Parkinson. Foi observado que quanto maior a ingestão de vegetais, nozes e chá, menor era o risco de Doença de Parkinson. 

Por outro lado, o consumo de bebidas açucaradas, doces e sobremesas, gordura animal, laticínios, ovos, peixes e carne apresentava maior risco de desenvolver a doença. Por isso, os pesquisadores pontuaram que dietas veganas, vegetarianas, pesco-vegetarianas e semi vegetarianas, ou seja, as dietas plant-based em que o consumo de vegetais é maior, são boas escolhas para quem quer prevenir essa condição. 

Mas, o que a dieta plant-based tem de mais?

Nos últimos anos, a ciência tem se voltado para o estudo do microbioma intestinal, que são as bactérias que vivem no nosso intestino. Esses microrganismos desempenham um papel importante na nossa saúde e bem-estar, e há um crescente interesse em entender como eles podem estar relacionados a doenças, como a Doença de Parkinson.

Alguns estudos sugerem que as mudanças no microbioma intestinal podem acontecer antes mesmo de os sintomas da Doença de Parkinson aparecerem, o que levanta a hipótese de que o processo da doença começa no trato gastrointestinal. 

A disbiose intestinal é uma condição em que o equilíbrio saudável da microbiota fica perturbado, levando a inflamações que podem contribuir não apenas para o Parkinson, mas também para outras doenças crônicas.

A boa notícia é que a nossa alimentação desempenha um papel importante na manutenção do equilíbrio do microbioma intestinal. Dietas ricas em polifenóis (substâncias encontradas em alimentos como frutas, vegetais e chás) e fibras (encontradas em alimentos integrais) têm o potencial de favorecer um microbioma benéfico no intestino, o que pode contribuir com a saúde neurológica.

Então, dietas como a mediterrânea e as variedades das dietas plant-based são favoráveis por fornecerem essas substâncias e outros nutrientes essenciais à saúde como vitaminas e minerais. Por isso, escolher uma dieta equilibrada e rica em alimentos vegetais pode ser uma maneira de ajudar a proteger a saúde do sistema nervoso e possivelmente reduzir o risco de desenvolver a Doença de Parkinson e outras doenças relacionadas à inflamação.

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Referência

Tresserra‐Rimbau, A., Thompson, A. S., Bondonno, N., Jennings, A., Kühn, T., & Cassidy, A. (2023). Plant‐Based Dietary Patterns and Parkinson’s Disease: A Prospective Analysis of the UK Biobank. Movement Disorders.

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