A menopausa é um período de novas transformações para a mulher, e seu acompanhamento deve priorizar ações integradas e humanizadas, considerando a diversidade e especificidade de cada uma. Por isso, é importante lembrar que ações preventivas que incluem bons hábitos alimentares impactam diretamente na qualidade de vida durante essa nova fase.
Para entendermos melhor a menopausa, é preciso antes saber o que é o climatério. Trata-se do período que compreende a transição do momento produtivo ou fértil para o não produtivo. Isso acontece por conta da redução de hormônios sexuais no corpo feminino.
E dentro desse período, está a menopausa, que representa a última menstruação da mulher. Assim, pode-se dizer que climatério e menopausa estão interligados e trazem alterações não somente fisiológicas, mas também psicológicas.
Os primeiros sinais da menopausa
Os sintomas da menopausa podem incluir fogachos (sensação de calor intenso na face e no pescoço), calor intenso durante o sono, perda de libido, palpitações, vertigem, alterações de humor, ansiedade, estado depressivo, entre outros.
Além do tratamento médico, o tratamento fitoterápico na menopausa pode contribuir muito para amenizar os sintomas. Segundo o documento do Ministério da Saúde, os fitoterápicos que contribuem para esse período podem ter propriedades estimulantes nos hormônios.
Tratamento fitoterápico na menopausa: plantas mais recomendadas
Os principais fitoterápicos utilizados no climatério são comumente conhecidos como fitoestrogênios. O Ministério da Saúde recomenda: Glycine Max, Trifolium pratense e a Cimicífuga Racemosa (lembrando que no caso da última, deve ser ingerida mediante prescrição médica).
A soja (Glycine max), por exemplo, contém isoflavonas, que são as substâncias com maior quantidade de estudos para uso no climatério e indicadas às mulheres que desejam conduzir esta fase utilizando terapias baseadas em plantas medicinais, em detrimento da terapia hormonal, pelos efeitos colaterais que apresentam, ou ainda nos casos em que há contraindicações ao uso da hormonioterapia. A decisão em utilizar o fitoterápico deve ser em conjunto com o médico, evitando qualquer dano e principalmente para avaliar a melhor terapia em cada caso.
As isoflavonas têm capacidade de normalizar os níveis de estrógenos circulantes no corpo, quer estejam altos ou baixos, por isso são considerados moduladores, já que reduzem a ação desses hormônios quando eles estão em excesso no organismo da mulher.
É uma opção que também pode ser utilizada para o alívio de sintomas psicológicos dessa fase, como ansiedade, insônia e algumas desordens digestivas como cólicas intestinais. E tem como possíveis efeitos colaterais alergias, constipação e náuseas.
Trevo vermelho, mais um fitoterápico para a menopausa
Já o trevo vermelho (Trifolium pratense) é um fitocomplexo que também tem em sua composição isoflavonas, além de outros componentes. Pesquisas têm mostrado que seu uso traz uma boa perspectiva para a manutenção da saúde dos ossos e na redução da gordura abdominal, assim como ação anti-inflamatória e cicatrizante.
No entanto, é sempre bom lembrar que os produtos registrados pela Anvisa que levam o Trifolium pratense estão padronizados e com dosagem específica para o alívio dos “fogachos”. Seu uso é contraindicado em casos de hipersensibilidade aos componentes da fórmula. Mulheres gestantes ou amamentando também não devem ingerir o composto. Em caso de manipulação cirúrgica de médio e grande porte, interrompa o uso do medicamento 48 horas antes do procedimento.
Independente do tratamento de preferência e escolhido para seguir, o acompanhamento feito por um profissional de saúde inclui verificação dos sinais e sintomas que a mulher relata, além de exames laboratoriais, quando necessários.
O ajuste alimentar é fundamental, considerando que uma dieta equilibrada é a base para a saúde digestiva, intestinal e geral da mulher. Por fim, todo tratamento deve ser prescrito e acompanhado por profissional habilitado.
*Viviane Lago é nutricionista formada pelo Centro Universitário São Camilo (SP). Mestre em Ensino em ciências da saúde pelo CEDESS Unifesp, possui especialização em Adolescência para equipe multidisciplinar pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp), pós-graduação em Docência no ensino superior pelo Senac e pós-graduação em Fitoterapia aplicada pela Medicalex. É consultora da Asbran, coordenadora de cursos intensivos e de pós-graduação e presidente da APFit – Associação Paulista de Fitoterapia (gestão 2018 -2021).