Alimentos comuns na nossa dieta podem ser mais prejudiciais do que você pensa. Saiba quais evitar
Os alimentos que consumimos desempenham um papel fundamental na nossa saúde. Eles são os fornecedores dos nutrientes necessários para o bom funcionamento do corpo, mas em excesso, podem ser prejudiciais.
Nós até podemos saber quais são os alimentos realmente saudáveis, mas aqueles que não são, até que ponto causam malefícios à nossa saúde?
Neste artigo, discutiremos alguns alimentos comuns que podem prejudicar a saúde e como eles podem afetar o nosso corpo. Além disso, também mostraremos os “falso amigos”, aqueles que só parecem saudáveis, mas na verdade não são.
Então, prepare-se para conhecer a verdade nua e crua de várias coisas que consumimos, e sim, a maioria de nós gostamos.
Conteúdo
Quais são os alimentos mais nocivos à saúde?
Alimentos processados e ultraprocessados
Os alimentos processados contêm aditivos químicos e açúcares adicionados que podem aumentar o risco de doenças crônicas, como obesidade, diabetes e doenças cardíacas.
A nutricionista Lívia Mannato cita que na lista dos alimentos que mais possuem gorduras saturadas, açúcares e sódio estão os alimentos industrializados. Por isso, são os que consequentemente têm mais responsabilidade no aparecimento de doenças.
Tirar todos os alimentos processados e ultraprocessados da nossa lista de compras é desafiador, até porque, ter uma alimentação 100% natural pode ser inviável para a maioria das pessoas.
Porém, alguns são mais nocivos do que outros, e o ideal é sempre equilíbrio. Confira a lista daqueles que você mais deve evitar:
- salsichas;
- biscoitos recheados;
- salgadinhos (chips);
- sopas prontas;
- produtos congelados (lasanhas, pizzas, nuggets, hambúrgueres, etc);
- chocolates;
- balas;
- guloseimas em geral;
- macarrão instantâneo;
- sucos de pacote;
- sorvete;
- cereal matinal açucarado.
Alimentos ricos em gordura saturada:
Alimentos ricos em gordura saturada, como carnes vermelhas e laticínios integrais, podem aumentar o nível de colesterol total no sangue, aumentando o risco de doenças cardíacas.
Vale lembrar que há gorduras consideradas boas, mas a saturada não é uma delas, assim como a trans, pelos motivos que citamos acima.
Os alimentos com maior teor desse tipo de gordura são:
- óleos hidrogenados;
- gordura animal;
- manteiga;
- margarina;
- coco fresco;
- chocolate amargo;
- queijo;
- creme de leite;
- bacon;
- biscoito recheado
Alimentos com alto teor de sódio
O consumo excessivo de sódio pode levar a pressão arterial elevada, aumentando o risco de doenças cardíacas, acidente vascular cerebral e insuficiência renal.
No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, a ocorrência de doenças cardiovasculares são preocupantes. Apenas o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), por exemplo, afeta cerca de 300 mil pessoas ao ano, com 30% de óbito.
Os dados ainda estimam que até 2040, o aumento desses casos pode chegar a até 250%. Para não fazer parte dessa estatística, além da atividade física regular, outro passo é diminuir o consumo dos seguintes alimentos:
- alimentos congelados industrializados;
- macarrão instantâneo;
- temperos prontos industrializados (caldos em blocos, sachês com sabores, etc);
- sopas instantâneas;
- queijo parmesão processado, cheddar, gorgonzola;
- comidas enlatadas/embaladas (atum, sardinha, salame, presunto, peito de peru);
- pão de forma;
- shoyo;
- vegetais em conserva (palmito, azeitona, pepino…);
- margarina.
Bebidas açucaradas
As bebidas açucaradas, como refrigerantes e sucos industrializados, contêm altos níveis de açúcar adicionado, que também podem aumentar o risco de obesidade, diabetes e doenças cardíacas.
Um estudo realizado na revista científica British Medical Journal com mais de 100 mil adultos, mostrou que pessoas que ingerem apenas 100 ml (por dia) desse tipo de bebida, têm 18% a mais de chance de ter câncer.
E se engana quem pensa que o único vilão dessa história é o refrigerante, pois inclusive há uma bebida que muitos enxergam como inofensiva. Já outras, os pais costumam dar às crianças, o que é outro perigo.
O Instituto de Efetividade Clínica e Sanitária (IECS) publicou dados alarmantes, constatando a relação entre a porcentagem do sobrepeso que deve-se às bebidas com muito açúcar:
Em homens
- 18-44 anos: 4,2%
- 45-65 anos: 1,9%
- Mais de 65: 1,9%
Em mulheres
- 18-44 anos: 2,8%
- 45-65 anos: 1,8%
- Mais de 65: 1,9%
Além disso, 16,29% dos casos de diabete tipo 2 estão atribuídos a essa bebida.
Nesse caso, elas são:
- suco de pacote;
- suco de caixinha;
- suco de garrafa pet;
- achocolatado;
- bebidas energéticas;
- bebidas isotônicas;
- água saborizada artificialmente;
Alimentos fritos
Alimentos fritos contêm altos níveis de gordura trans, que podem aumentar o colesterol ruim no sangue e aumentar o risco de doenças cardíacas e outros problemas de saúde.
Mas não para por aí, a nutricionista Adriana Silva ressalta que um dos maiores prejuízos da fritura é o aumento da pressão arterial, entupimento da circulação sanguínea, câncer e má absorção dos nutrientes e até mesmo a queda da fertilidade.
Porém, diferentemente das outras listas, o mal da fritura está no óleo propriamente dito, e não na refeição em si. A boa notícia, é que não é preciso acabar com os alimentos, apenas trocar o modo de preparo, como utilizar azeite, grelhar, assar ou preparar a vapor.
Além disso, outra dica é consumi-los com menos frequência e em menor quantidade.
Dicas bônus: esses alimentos podem parecer bons, mas não são
- Suco de caixinha: assim como falamos, os sucos têm índices muito altos de açúcar, corante e aromatizante, por isso, a opção natural dessa bebida é sempre a mais indicada.
- Chocolate Diet: para compensar a falta de açúcar, a quantidade de gorduras ruins é bem grande, portanto, pensando numa dieta de emagrecimento ou não, esse não é o doce mais indicado e muito menos saudável.
- Iogurte: iogurtes vendidos em supermercados e são disponíveis em vários sabores (morango, coco, etc) têm bastante açúcar, corantes, e outros aditivos nocivos à saúde em grande quantidade.
- Gelatina: na versão tradicional, quase 70% de sua composição é de açúcar, além dos componentes químicos como corantes e sabores artificiais.
- Barrinha de cereal: as mais acessíveis e conhecidas no mercado contêm muito conservante, gordura, açúcar, gomas e estabilizantes. Por isso, a maioria não compensa o tanto de fibras que possuem.
- Peito de peru: apesar de ser indicado em várias dietas, o peito de peru contém um teor muito alto de sódio, podendo chegar a 1g por fatia. A Organização Mundial de Saúde recomenda a quantidade máxima diária de 5g.
Embora esses alimentos sejam comuns em nossa dieta, é importante estar ciente dos riscos que eles podem apresentar para a nossa saúde.
Ao consumi-los, devemos sempre buscar moderação e equilíbrio em nossa dieta, para garantir que estamos fornecendo ao nosso corpo os nutrientes necessários para o seu bom funcionamento. Além disso, a leitura dos rótulo dos alimentos industrializados pode facilitar as escolhas.
Se a sua intenção é perder peso, cuidar da alimentação e seguir as orientações deste artigo é fundamental. A prática de atividade física e mudanças de estilo de vida também são recomendadas.
Se essas estratégias não derem resultado, uma ótima alternativa é conversar com seu médico sobre outros métodos, como o balão gástrico, para assim emagrecer com saúde.
Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 156 p. : il.
Brasil. Ministério da Saúde. Use o coração para vencer as doenças cardiovasculares, Biblioteca Virtual em Saúde.
Chazelas E, Srour B, Desmetz E, Kesse-Guyot E, Julia C, Deschamps V et al. Sugary drink consumption and risk of cancer: results from NutriNet-Santé prospective cohort BMJ 2019; 366 :l2408 doi:10.1136/bmj.l2408
Instituto de Efectividad Clínica y Sanitaria. O lado oculto das bebidas açucaradas no Brasil. Alcaraz A, Vianna C, Bardach A, Espinola N, Perelli L, Balan D, Cairoli F, Palacios A, Comolli M, Augustovski F, Johns P, Pichon- iviere A. Nov 2020, Buenos Aires, Argentina.
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