Alimentação saudável e sustentável: um futuro possível!

Postado em 14 de junho de 2023

Se você precisava de um empurrãozinho da ciência para acreditar no poder dos vegetais, vai gostar de saber que as leguminosas são boas fontes de proteínas

Você já ouviu falar de segurança alimentar? Diferente do que se pode pensar, a segurança alimentar não se refere apenas ao acesso a alimentos, no Brasil ela é uma política nacional conhecida pela sigla SAN (segurança alimentar e nutricional), e para oferecê-la é preciso garantir uma alimentação saudável e sustentável, além de respeitar a diversidade cultural e ser social e economicamente possível.

Resumindo de maneira mais clara, a segurança alimentar busca o equilíbrio entre todos os processos que envolvem a alimentação e objetiva assegurar que as pessoas tenham acesso a uma alimentação saudável para receber todos os nutrientes que precisam.

Hoje, a forma como produzimos nossos alimentos e como consumimos, não garante essa acessibilidade e muito menos a manutenção dos recursos ambientais.

Os alimentos de origem animal, por exemplo, contribuem mais com a degradação do meio ambiente pelo desmatamento para áreas de pasto, pela emissão de gases de efeito estufa a partir dos animais ruminantes e ainda ocupam um espaço muito maior para produzir pouco alimento.

Essa é uma compreensão que a ciência e as pessoas que optam pelo vegetarianismo, veganismo ou dietas plant-based já têm, mas ainda existe muita gente que se apega à proteína animal e não repensa outras opções nutritivas e sustentáveis para a dieta.

Pensando nisso, um estudo decidiu investigar o teor de proteínas e a sua digestibilidade em 5 espécies de leguminosas, veja o que eles descobriram:

 

alimentação saudável e sustentável

Foto: shutterstock.com

Leguminosas e proteínas

As leguminosas como feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico e soja são fontes confiáveis de proteína, mas ainda se questiona sobre a quantidade e digestibilidade, ou seja, quanto dessa proteína é digerida e absorvida pelo organismo.

Então, uma pesquisa realizada na Europa analisou o teor de proteínas do grão-de-bico, da ervilha, da lentilha, do feijão-fava e do chícharo (esses dois últimos não são tão comuns no Brasil porque são cultivados em climas mais frios como da Europa).

Eles cultivaram os grãos nas mesmas condições ambientais para não comprometer as investigações e encontraram na lentilha e no grão-de-bico os maiores teores de proteína e eficiência proteica (digestibilidade e absorção), destacando a qualidade dessas espécies de leguminosas para suprir as necessidades de humanos e até animais. A ervilha e o feijão-fava ficaram atrás deles, e o chícharo foi o pior na quantidade de proteínas.

Proteínas vegetais são a solução?

Pela nossa sorte, tanto o grão-de-bico quanto a lentilha apontados no estudo são leguminosas produzidas em território nacional, o que aumenta o acesso a essa fonte de nutrientes.

O consumo de proteínas vegetais não será a solução de todos os nossos problemas para a segurança alimentar e nutricional, outras ações e mudanças são necessárias.

Mas, quanto mais esse conhecimento é disseminado, maiores são as chances de as pessoas repensarem suas escolhas alimentares e praticarem uma alimentação saudável e sustentável.

Ao comer em quantidades adequadas ao que o nosso corpo precisa e optar por alimentos que prejudicam menos o meio ambiente, possibilitamos que a nossa e as próximas gerações possam se alimentar e ter saúde.

Quando convertemos a produção de alimentos de origem animal para a produção de vegetais, os prejuízos ambientais podem ser reduzidos e a quantidade de alimentos pode atender melhor às necessidades da população mundial.

Então, agora que você tem esse conhecimento em mãos, aproveite para avaliar a sua dieta e começar a praticar uma alimentação saudável e sustentável, nem que seja reduzindo o consumo de alimentos de origem animal aos poucos ou apenas alguns dias da semana.

E lembre-se, apesar de saudáveis na teoria, as dietas vegetarianas, vegana e plant-based podem ser praticadas de diferentes formas, inclusive não saudáveis, como excluindo apenas a carne e os laticínios e deixando de comer vegetais. Por isso, para qualquer mudança na sua alimentação, busque ajuda de um nutricionista para ser orientado.

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*Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.

Referência

Mecha, E.; Alves, M.L.; Bento da Silva, A.; Pereira, A.B.; Rubiales, D.; Vaz Patto, M.C.; Bronze, M.R. High Inter- and Intra- Diversity of Amino Acid Content and Protein Digestibility Disclosed in Five Cool Season Legume Species with a Growing Market Demand. Foods 2023, 12, 1383. https://doi.org/10.3390/foods12071383

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