Saiba o que é essa reação do corpo e como ela pode afetar a busca pelo emagrecimento
Mesmo para quem segue uma dieta equilibrada e uma rotina de exercícios físicos buscando perder peso, pode acabar se deparando com o efeito platô. Trata-se de uma reação do corpo que faz com que ele “estacione” mesmo recebendo estímulos, ou seja, interrompe o processo de emagrecimento.
De acordo com a nutricionista Cristiane Verotti, isso ocorre porque o corpo se acostuma com a nova condição que foi imposta e passa a gastar menos calorias, desacelerando o metabolismo sem que ninguém perceba.
A seguir, a profissional explica melhor essa relação.
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4 mitos e verdades sobre o efeito platô
Essa reação acontece, mas a motivação não deve ser deixada de lado para conquistar os resultados desejados.
Ele acontece logo no começo da dieta
Mito. Cristiane diz que, ao iniciar um plano de perda de peso, é esperado que o início do tratamento leve a uma perda mais rápida nas primeiras semanas. Essa velocidade vai sendo reduzida com o tempo e, posteriormente, a pessoa acaba entrando em uma fase de platô. “Alguns tratamentos mais agressivos fazem com que a queda inicial seja maior e demore mais para atingir o platô. Já tratamentos menos radicais levam a uma perda inicial menor e platô mais rápido, mas a ideia é a mesma”, pontua.
Toda dieta pode desencadeá-lo em algum momento
Verdade. A nutricionista explica que faz parte da estratégia nutricional compreender que mesmo mantendo tudo semelhante, haverá um momento que a curva de perda de peso desacelerará e até mesmo se interrompa. “Nesse momento, existe uma luta entre as forças conscientes que querem fazer emagrecer para que se igualem a forças do corpo que queiram levar ao peso original. Entender isso é fundamental para que não haja desânimo quando a perda começa desacelerar após algumas semanas”, destaca.
Com o efeito platô, o peso perdido não voltará
Mito. Cris afirma que existe muita dificuldade de manter o peso perdido, mesmo sob efeito platô. Segundo ela, existe a questão biológica: o corpo quer manter o peso, e devido a isso, reduz o gasto energético (de forma simples, 30 calorias por quilo perdido) e aumenta o apetite (100 calorias por quilo perdido). “Assim, o esforço da manutenção é eterno enquanto a perda dura alguns meses. A motivação se reduz, porque os benefícios se tornam menos visíveis, embora continuem ali. As metas ficam menos palpáveis, as pessoas se ‘sabotam’, o ritmo de vida muda e não é possível mais focar tanto”, ressalta.
É possível continuar saudável mesmo sob o efeito platô
Verdade. A nutricionista diz que entender que a manutenção é parte ativa do processo de emagrecimento é fundamental para conseguir manter os resultados conquistados. “É nesta hora que as estratégias devem ser mudadas e talvez reduzir ainda mais calorias ou aumentar ainda mais o gasto energético seja necessário, vai depender da recomendação de cada nutricionista para cada paciente”, conclui.
Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.
Referências bibliográficas:
Cristiane Verotti é nutricionista especializada em nutrição clínica e esportiva. Mestre pelo departamento de gastroenterologia da FMUSP. Membro titular da BRASPEN.
Franz MJ, et al. Weight-loss outcomes: a systematic review and meta-analysis of weight-loss clinical trials with a minimum 1-year follow-up. J Am Diet Assoc, 2007.
Polidori D,et. al. How Strongly Does Appetite Counter Weight Loss? Quantification of the Feedback Control of Human Energy Intake. Obesity. 2016.