Pode tomar álcool com medicamentos? Conheça os mitos e verdades

Postado em 20 de fevereiro de 2023

Evite os efeitos negativos dessa combinação, entendendo como o álcool interage com os medicamentos.

: Pegou àquela gripe alguns dias antes de uma festa ou um evento importante, está tomando remédio e não sabe se faz mal tomar alguns drinks? A tomada de decisão sobre a nossa saúde deve ser muito bem pensada e ter informações com base em ciência é ideal para fazer as melhores escolhas para o nosso corpo.

Entenda o que é mito e o que é verdade sobre a junção de bebidas alcoólicas com medicamentos:

álcool e medicamentos

Ingerir álcool com antibióticos causa dor de cabeça

Verdade. Entre as interações do álcool com medicamentos, pode-se observar aumento ou diminuição do efeito do remédio.

No caso de alguns antibióticos, o uso com ingestão de álcool aumenta os efeitos, fazendo com que o corpo vivencie um estado de toxicidade, que pode se manifestar com sintomas como a cefaléia (dor de cabeça).

As bebidas alcoólicas cortam o efeito do anticoncepcional

Parcialmente verdade. Tanto o álcool das bebidas quanto os anticoncepcionais são absorvidos pelo fígado, então, quando ingeridos juntos, é possível que haja uma competição entre eles no organismo, interferindo na absorção do contraceptivo.

O álcool pode dissolver o medicamento mais rápido, interferindo na sua absorção. Por isso, o ideal é tomar o anticoncepcional algumas horas antes de beber e preferencialmente não exagerar nas doses de álcool.

Além de interagir com o anticoncepcional, o excesso de álcool pode provocar sobrecarga no fígado, enjoo, vômito e perda de consciência.

Medicamentos anti-enjoo e ressaca devem ser tomados antes de beber

Mito. Esses medicamentos geralmente começam a agir no organismo após 1h da ingestão e se você estiver bebendo, os sintomas característicos da ressaca ainda não terão aparecido.

Por isso, para atuar no organismo, eles devem ser ingeridos após parar de beber.

Uso de anti-diabéticos com álcool pode provocar hipoglicemia

Verdade. Naturalmente o uso de altas doses de álcool ou anti-diabéticos causam a hipoglicemia que é a queda abrupta de açúcar no sangue.

Porém, ao tomar os dois juntos, o paciente com diabetes tem os efeitos do controle glicêmico intensificados, podendo passar por confusão mental, tremores, ansiedade e até perda da consciência.

Em resumo, a interação de medicamentos com álcool pode variar mas apresenta efeitos graves para alguns medicamentos. A lista abaixo apresenta os principais efeitos de determinados medicamentos quando ingeridos com álcool:

  • Depressão aumentada do sistema nervoso central (SNC): Benzodiazepínicos, Barbitúricos, Opióides, Antipsicóticos e Anti-histamínicos
  • Cefaleia, náuseas, vômitos, taquicardia e intenso mal-estar: Metronidazol, Cloranfenicol e Sulfametoxazol/trimetoprima
  • Variação dos níveis de glicose, podendo causar hipoglicemia ou cefaleia, náuseas, vômitos, taquicardia e intenso mal-estar: Sulfonilureias
  • Diminuição do efeito ou aumento da incidência de hepatite: Isoniazida
  • Diminuição do efeito: Fenitoína
  • Aumento da toxicidade no fígado: Paracetamol

Sempre que estiver na dúvida leia a bula, consulte seu médico ou não faça essa combinação.

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Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.

Referências

Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná (CRF-PR). Interações Medicamentosas com Bebidas Alcoólicas: Quais Realmente Importam?. Edição Nº 04 – Ano Xvii – Outubro – Novembro – Dezembro 2020

Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP). Álcool x medicamentos. 2012

de Lima, Fabrícia Morgana Teixeira, Hemilly Alanna da Silva Lima, and Odair Alves da Silva. “Anticoncepcionais hormonais: interações que podem comprometer sua eficácia Hormonal contraceptives: interactions that can Commit your effectiveness.” Brazilian Journal of Health Review 4.6 (2021): 27708-27720.

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