Entenda como o alimento pode influenciar na prevenção e no risco de doenças
Se você tem o costume de cozinhar em casa, sabe que um ingrediente que pode salvar ou estragar um prato com apenas uma pitada é o sal. Responsável por realçar o sabor dos rotineiros arroz, feijão, legumes, carnes e saladas, o alimento é alvo de milhares de pesquisas com o intuito de entender seus benefícios e também riscos à saúde.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo de menos de dois gramas de sódio – o que corresponde a uma colher de chá de sal – por dia, como medida preventiva contra doenças cardiovasculares. Porém, a falta do sal também pode ser prejudicial, afinal de contas, ele é fonte de iodo, um mineral importante para prevenir o bócio, uma alteração na tireoide.
Mas se não bastasse saber dosar o consumo desse ingrediente, a hora da compra também pode gerar dúvidas, afinal, não é só o sal branquinho que está presente nas prateleiras dos mercados. Há o vermelho, o do Himalaia e até o negro, sem contar as variações refinada e marinha. Tanta opção levanta o questionamento: afinal, qual sal de cozinha é mais saudável?
Para descobrir o que é mito e o que é verdade a respeito do consumo diário de sal e de seus principais tipos, separamos a seguir as principais dúvidas de acordo com estudos científicos:
Conteúdo
- 1 Qual o sal de cozinha mais saudável? 4 mitos e verdades
- 1.1 Sal amargo é seguro para consumo oral e faz bem para a saúde
- 1.2 O sal rosa do Himalaia é mais nutritivo e recomendado do que o sal de cozinha tradicional
- 1.3 Sal marinho pode ser mais seguro para pacientes hipertensos do que o sal refinado
- 1.4 Diabéticos também devem ter cuidado com as quantidades de sal nas refeições
Qual o sal de cozinha mais saudável? 4 mitos e verdades
Vale a atenção a esse ingrediente muito utilizado nas preparações do dia a dia.
Sal amargo é seguro para consumo oral e faz bem para a saúde
Mito. O sal amargo, também chamado por algumas pessoas de sal de Epsom, é composto por um mineral completamente diferente do sal de cozinha convencional: o sulfato de magnésio. Seu uso costuma ser tópico, ou seja, por meio de sais de banho e compressas. E apesar de o magnésio ser um nutriente importante para a saúde, ainda não há um consenso da ciência a respeito do uso do sal amargo como forma de obtê-lo e de conferir benefícios ao organismo.
O sal rosa do Himalaia é mais nutritivo e recomendado do que o sal de cozinha tradicional
Mito. Um estudo feito na Austrália analisou diversas amostras do sal rosa do Himalaia para entender seus efeitos na saúde. Embora uma colher de chá (5 g) de sal rosa pudesse conter pequenas quantidades de todos os nutrientes, os níveis não contribuíram significativamente para a ingestão diária, com exceção do sódio, que já está presente no sal de cozinha convencional. Segundo os pesquisadores, quaisquer benefícios potenciais à saúde proporcionados pelo maior teor de nutrientes no sal rosa seriam neutralizados pela grande quantidade de sódio que também seria consumida. Além disso, uma amostra de sal rosa do Peru continha um nível de chumbo que excedeu o nível permitido pela OMS.
Sal marinho pode ser mais seguro para pacientes hipertensos do que o sal refinado
Verdade. Segundo pesquisadores, tanto o nível de ingestão de sal quanto o tipo do ingrediente podem influenciar na pressão arterial. Estudos já mostraram que um maior consumo de sal de cozinha pode levar ao aumento da pressão. No entanto, a ingestão de sal marinho pode estar relacionada com a indução de menos fatores da hipertensão do que o sal refinado. Em pesquisas, o sal marinho ainda se revelou menos danoso ao coração e aos rins. É provável que o principal efeito benéfico desse ingrediente esteja associado aos seus nutrientes, como potássio, cálcio e magnésio. Contudo, vale ressaltar que, mesmo sendo mais benéfico que o refinado, ainda é preciso controlar a quantidade diária de sal marinho na alimentação.
Diabéticos também devem ter cuidado com as quantidades de sal nas refeições
Verdade. Adultos com diabetes têm um aumento de duas a três vezes no risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral. E está bem estabelecido que a redução da ingestão de sódio pode reduzir a pressão arterial. De acordo com os cientistas, a redução da pressão também pode reduzir os riscos de desenvolver doenças cardiovasculares e insuficiência renal. Por isso, é recomendado que os pacientes com diabetes reduzam a ingestão de sódio para menos de 6 g/dia.
Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.
Referências bibliográficas:
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