Seu exame de triglicérides deu alterado? É hora de reverter essa situação e alcançar o triglicerídeos ideal. Se você saiu da consulta com o médico sem entender o que é triglicérides, aqui você vai saber e conseguir melhorar os resultados dos próximos exames.
Solicitado em exames de rotina, assim como o colesterol, o triglicerídeo, mais conhecido como triglicéride, é uma gordura que corre pelo nosso sangue e que funciona como uma reserva de energia para o corpo. Quando elevado, ele aumenta a probabilidade de desenvolver pancreatite, gordura no fígado, aterosclerose e até mesmo derrame cerebral (AVC).
A descompensação do triglicérides é assintomática na maioria dos casos, sendo notado em exames de sangue e mais raramente pela presença de xantomas, placas de gordura de cor amarelada que se destacam na pele, especialmente em áreas de dobras.
Existe um fator genético para a predisposição ao acúmulo de gordura no sangue, mas a alimentação pode ser decisiva para ter triglicérides alto ou reverter esse quadro e alcançar o triglicerídeos ideal.
Conteúdo
- 1 Triglicerídeos ideal, aceitável e com risco
- 2 Como alcançar o triglicerídeos ideal?
- 2.1 Perder peso
- 2.2 Reduzir os carboidratos na dieta
- 2.3 Diminuir a adição de açúcares aos alimentos e bebidas
- 2.4 Não consumir gorduras trans
- 2.5 Moderar o consumo de gordura saturada
- 2.6 Comer mais alimentos fonte de gordura poli-insaturada
- 2.7 Consumir alimentos com fibras
- 2.8 Suplementar vitaminas e ômega-3
Triglicerídeos ideal, aceitável e com risco
Os triglicérides, como comentado, são uma das formas de armazenamento energético mais importantes no organismo e ficam depositados nos tecidos adiposo e muscular. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o triglicerídeos ideal em adultos acima de 20 anos deve ser:
Em jejum (mg/dL) | Sem jejum (mg/dL) |
< 150 | < 175 |
Essa é a faixa de valor desejável, mas pessoas que apresentam um triglicérides menor que 130 mg/dL (com ou sem jejum) também podem se beneficiar e estar menos predispostas a desenvolver condições de saúde cardiovasculares.
Mas, atenção! O triglicérides precisa estar controlado, não muito baixo e não muito alto, valores muito inferiores como abaixo de 100 mg/dL (com ou sem jejum) já colocam o indivíduo em risco de saúde.
Valores entre 200 e 499 mg/dL, entretanto, apontam para a necessidade de mudanças na alimentação e até uso de medicamentos, com base no risco cardiovascular e nas condições de saúde já existentes. Quando os exames indicam valores ≥ 500 mg/dL o indivíduo recebe a classificação de hipertrigliceridemia grave e tem risco aumentado de pancreatite.
Como alcançar o triglicerídeos ideal?
Se o seu exame apresentou um triglicérides maior que 200mg/dL ou ainda maior que 500mg/dL, os cuidados com a sua alimentação e saúde devem ser priorizados. O médico vai orientá-lo sobre o uso de medicamentos para reduzir a hipertrigliceridemia, mas é preciso considerar e colocar em prática outros cuidados necessários.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda:
Perder peso
A perda de peso pode ser alcançada por mudanças nas quantidades dos alimentos, melhora na qualidade do que é consumido e pela adoção de práticas de atividade física. A combinação de uma alimentação balanceada e exercícios físicos contribui para o balanço energético em que o que é comido na dieta é usado para o corpo se exercitar e fazer as demais atividades do dia a dia, um equilíbrio para não ganho de peso.
Reduzir os carboidratos na dieta
Os carboidratos são representados principalmente pelos pães, massas, bolos e tubérculos que oferecem maior quantidade de energia e menor variedade de nutrientes. Eles não precisam ser excluídos da alimentação porque também são importantes na dieta, mas devem ser consumidos com maior moderação para não contribuírem com o ganho de peso.
Diminuir a adição de açúcares aos alimentos e bebidas
Os açúcares como refinado, de coco, mascavo, demerara e outros são alimentos simples, digeridos rapidamente pelo nosso organismo e que têm baixo valor nutricional, sendo utilizados para agradar o paladar.
Quando esses são consumidos em excesso, contribuem para o aumento do consumo de energia, podendo resultar em reservas corporais acumuladas no formato de gordura.
Não consumir gorduras trans
Encontradas principalmente em alimentos ultraprocessados, margarina e manteiga, as gorduras trans não possuem valor nutricional e ainda pioram o perfil lipídico, ou seja, aumentam as gorduras ruins presentes no corpo, prejudicando a saúde cardiovascular.
Moderar o consumo de gordura saturada
A gordura saturada está presente no azeite de dendê, na banha de porco, no chantilly e no óleo de coco, por exemplo, e assim como a gordura trans ela contribui para o aumento do colesterol ruim e do triglicérides, devendo ser evitada para controle da hipertrigliceridemia.
Comer mais alimentos fonte de gordura poli-insaturada
Além de servir como alternativa às gorduras menos saudáveis, a gordura poli-insaturada está associada à melhora do colesterol bom e oferece antioxidantes e outros ativos benéficos à saúde. São exemplos: óleo de soja, óleo de gergelim, óleo de canola, óleo de milho, óleo de girassol, castanhas, atum e sardinha.
Consumir alimentos com fibras
As fibras auxiliam no processo digestório, na saciedade e ainda absorvem parte das gorduras da dieta, evitando que se acumulem no organismo. Então, para ter esses benefícios consuma fonte como arroz integral, aveia, frutas e legumes com casca, sementes de girassol, de chia e de linhaça.
Suplementar vitaminas e ômega-3
Estudos revelam que a suplementação de algumas vitaminas como a vitamina C e o ômega-3 auxiliam na redução da pressão arterial e na prevenção de eventos cardiovasculares, consequências da hipertrigliceridemia e do colesterol alto. Logo, para alguns pacientes, pesquisadores indicam que a suplementação pode ser um tratamento adicional importante.
Apesar de curtas e diretas, essas orientações exigem mudanças importantes no planejamento das refeições e nos hábitos alimentares. Por isso, o nutricionista é um grande aliado do paciente com hipertrigliceridemia, porque esse profissional pode tornar as mudanças na dieta mais realistas e contribuir não somente com a redução dos triglicérides como também com a melhora de todo o quadro de saúde.
Vale ressaltar que a suplementação, a última orientação, deve vir acompanhada de prescrição e recomendação médica e nutricional, então, não tem como fugir, a parceria com os profissionais de saúde é essencial para sair da hipertrigliceridemia e conseguir chegar ao triglicerídeos ideal, reduzindo riscos cardiovasculares e de doenças como a pancreatite e o AVC.
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Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.
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Referências
Izar MCO, Giraldez VZR, Bertolami A, Santos Filho RDS, Lottenberg AM, Assad MHV, et al. Atualização da Diretriz Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar – 2021. Arq Bras Cardiol. 2021; 117(4):782-844
Izar MCO, Lottenberg AM, Giraldez VZR, Santos Filho RDS, Machado RM, Bertolami A, et al. Posicionamento sobre o Consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular – 2021. Arq Bras Cardiol. 2021; 116(1):160-212
Précoma DB, Oliveira GMM, Simão AF, Dutra OP, Coelho OR, Izar MCO, et al. Atualização da Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019. Arq Bras Cardiol. 2019; 113(4):787-891