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Existem marcadores bioquímicos para diagnosticar sarcopenia?

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Diante dos impactos negativos que a sarcopenia tem na saúde e qualidade de vida dos idosos, há tempos se questiona a existência de marcadores bioquímicos que pudessem indicar a doença em diferentes situações.

Considerada uma síndrome geriátrica caracterizada por progressiva redução de massa e função muscular, a sarcopenia tem como fatores de risco o envelhecimento, baixos níveis de atividade física, desnutrição e várias comorbidades, como doenças cardiovasculares, diabetes, doenças respiratórias, vírus da imunodeficiência humana (HIV) e câncer.

Marcadores bioquímicos para diagnosticar sarcopenia

Foto: Shutterstock.com

É amplamente discutida na atualidade e sua presença está relacionada com fragilidade, quedas e lesões que resultam em hospitalização, perda de independência e aumento da morbimortalidade.

Apesar de ter sido identificada pela primeira vez na década de 1980, apenas em 2010 surgiu o primeiro consenso de diagnóstico de sarcopenia. A partir de então, vários grupos de estudo têm proposto critérios para seu diagnóstico, sempre baseados na avaliação de força e função muscular.

Como é feito o diagnóstico de sarcopenia?

O último e mais popular critério de diagnóstico de sarcopenia foi proposto pelo Grupo de Trabalho Europeu sobre Sarcopenia em Pessoas Idosas (sigla em inglês EWGSOP), em 2019. O EWGSOP propõe a avaliação de sarcopenia a partir de um algoritmo que se inicia pela sua triagem, por meio do questionário Sarc-f, seguida por avaliação de força muscular, que indica provável sarcopenia. Segue-se a avaliação de massa muscular que confirma o diagnóstico de sarcopenia e, por fim, a baixa performance muscular determina a gravidade da doença (Figura 1).

Figura 1. Algoritmo para identificação de sarcopenia, segundo EWGSOP

Esse critério de diagnóstico apresentado também é adotado por outros grupos de pesquisa, havendo modificações apenas nos pontos de corte para identificação de perda de massa muscular e força. No entanto, ainda é pouco discutido o uso de marcadores bioquímicos no diagnóstico de sarcopenia.

Existem marcadores bioquímicos capazes de identificar sarcopenia?

Em uma recente publicação, Papadopoulou e colaboradores revisaram as evidências científicas sobre biomarcadores específicos de sangue e soro que têm sido associados a avaliações clínicas de sarcopenia e recomendados como uma ferramenta para detectar e monitorar idosos em risco, com o objetivo de otimizar estratégias que visam prevenir e tratar a sarcopenia.

Estes biomarcadores não devem ser avaliados isoladamente e nem considerados como critério único de diagnóstico, mas dentro de uma avaliação ampla do idoso, podem ser considerados como indicadores de risco.

Veja a seguir (tabela 1) os principais marcadores associados ao risco aumentado para desenvolver sarcopenia:

Tabela 1. Características dos biomarcadores e sua relação com sarcopenia e nutrição. (Clique na imagem para salvar o PDF)

Legenda: IME = índice do músculo esquelético; IL-6 = Interleucina-6; MCM = massa corporal magra.

Fonte: adaptado de Papadopoulou, et al (2022).

Vale ressaltar que o desenvolvimento da sarcopenia é multifatorial, por isso, vários componentes físicos e diferentes biomarcadores devem ser considerados para triagem e diagnóstico.

Devido a importância da nutrição na prevenção e tratamento da sarcopenia e, considerando a importância do diagnóstico precoce, os autores dessa revisão afirmam que biomarcadores associados à nutrição (incluindo albumina, vitamina D e IGF-1) podem ser usados ​​para avaliar o estado nutricional e massa muscular, força e função em indivíduos, auxiliando na identificação e tratamento da sarcopenia. No entanto, reforçam que mais estudos são necessários para determinar outros biomarcadores potenciais para sarcopenia.

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Referências

Cruz-Jentoft AJ, Sayer AA. Sarcopenia. Lancet. 2019 Jun 29;393(10191):2636-2646. doi: 10.1016/S0140-6736(19)31138-9. Epub 2019 Jun 3. Erratum in: Lancet. 2019 Jun 29;393(10191):2590. PMID: 31171417.

Cruz-Jentoft AJ, Bahat G, Bauer J, Boirie Y, Bruyère O, Cederholm T, et al. Writing Group for the European Working Group on Sarcopenia in Older People 2 (EWGSOP2), and the Extended Group for EWGSOP2. Sarcopenia: revised European consensus on definition and diagnosis. Age Ageing. 2019 Jan 1;48(1):16-31. doi: 10.1093/ageing/afy169.

Dent E, Morley JE, Cruz-Jentoft AJ, Arai H, Kritchevsky SB, Guralnik J, et al. International Clinical Practice Guidelines for Sarcopenia (ICFSR): Screening, Diagnosis and Management. J Nutr Health Aging. 2018;22(10):1148-1161. doi: 10.1007/s12603-018-1139-9.

PAPADOPOULOU, Sousana K. et al. Nutritional and Nutrition-Related Biomarkers as Prognostic Factors of Sarcopenia, and Their Role in Disease ProgressionDiseases, v. 10, n. 3, p. 42, 2022.

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