Alguns estudos demonstram benefícios e outros verificam riscos no uso de substitutos de refeições. Um estudo realizado no Brasil acompanhou durante 6 meses um grupo de 78 adultos com excesso de peso com o objetivo de verificar os efeitos de uma intervenção nutricional com o uso dos substitutos de refeições sobre o peso corporal, perfil lipídico e níveis de glicose e insulina. Os autores demonstraram que o grupo que utilizou o substituto de refeições aliado à dieta e atividade física apresentou maior perda de peso e melhora nos níveis de triglicérides, lipoproteína de baixa densidade (LDL colesterol) e glicose comparado ao grupo que fez dieta e atividade física, mas não utilizou o substituto de refeição.
Outro estudo, publicado em 2014, avaliou o impacto de um programa de redução de peso com e sem a utilização de um substituto de refeição, em mulheres obesas de meia-idade, e concluiu que o uso desses substitutos pode favorecer uma maior perda de peso e melhora na saúde relacionada a qualidade de vida.
Por outro lado, na literatura também é possível encontrar artigos relacionando o uso desses produtos com determinados riscos à saúde. Dentre eles, um artigo publicado no Journal of Hepatology apresenta dez casos de hepatite tóxica ocasionada pelo uso de um determinado substituto de refeição. Os autores concluem que a toxicidade do fígado pode ser grave e afirmam que deve haver mais clareza nos rótulos quanto às substâncias existentes nos produtos e seus possíveis riscos à saúde.
O objetivo da utilização de substitutos de refeições é reduzir a quantidade de calorias ingeridas no dia e ao mesmo tempo, assegurar que o organismo receba os nutrientes necessários. Na década de 90 os substitutos de refeição ficaram conhecidos e despertaram maior interesse entre a população, sendo o shake, o mais conhecido e utilizado até hoje. No Brasil, seu uso é regulamentado pela portaria 30/1998 da Anvisa.
Diante desse cenário, é papel do profissional de saúde escolher a conduta que contribuirá para a perda de peso gradual, levando em consideração as características de cada indivíduo.
Bibliografia
Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria número 30, de 13 de janeiro de 1998.
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